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Dossier: Incontinência Urinária

8 Dezembro, 2011 0

A incontinência urinária é um problema altamente incapacitante, com consequências nefastas de índole higiénica, pessoal e social que perturbam os doentes, em especial os idosos, e os que os rodeiam.

A incapacidade de controlar a emissão de urina é uma situação constrangedora e que causa, como é natural, marcada diminuição na qualidade de vida pessoal e social. Esta falta de controlo da micção pode originar desconforto, odor desagradável, roupa húmida ou molhada e mesmo lesões cutâneas, para além dos aspectos negativos psico-sociológicos.

Apesar dos avanços no estudo da fisiopatologia e tratamento da incontinência urinária muitos doentes acreditam que a incontinência urinária é uma resultante natural da idade e, por isso, não procuram ajuda para resolver este problema. Esta maneira de pensar e a relutância em conversar sobre este assunto com médicos ou familiares, leva a que os doentes portadores desta deficiência não sejam tratados e, por isso, se isolem familiar e socialmente.

Por outro lado também alguns clínicos acreditam que a perda involuntária de urina é um processo natural da idade e, por isso, nem investigam nem tratam convenientemente os doentes. Contudo, a incontinência urinária é um problema que, de um modo geral, é tratável, embora a maneira de o encarar nos idosos seja, muitas vezes, diferente da dos adultos em geral.

 

Prevalência e incidência

A prevalência de incontinência urinária varia conforme as variáveis estudadas. A severidade dos sintomas, a idade e o sexo são alguns dos parâmetros estudados que levam a resultados muito diferentes; no entanto, acredita-se que a prevalência desta doença entre a população acima dos 60 anos se situa entre os 15% e 30% e que aumenta com a idade.

A prevalência da incontinência significativa, que se define como tendo um ou mais episódios semanais de perda involuntária, situa-se entre 5% e 8%; a da incontinência de esforço calcula-se que esteja entre 3% e 20%, enquanto a perda por imperiosidade está entre 5% e 20%. No estrato etário acima dos 60 anos as mulheres têm uma probabilidade duas vezes superior aos homens de terem incontinência e, nas instituições que cuidam de idosos, a incontinência atinge uma média de 40% chegando, em algumas destas instituições, aos 80%.

Pouco se sabe da incidência desta doença mas estima-se que, nos idosos, seja cerca de 10% para os homens e de 20% para as mulheres.

 

Etiologia

A continência urinária depende, em qualquer idade, de uma integridade anatómica e fisiológica, assim como a existência de um estado mental normal, mobilidade, destreza e motivação. Estes últimos atributos são comuns na população jovem mas tornam-se raros entre os idosos. Além disso são, em alguns casos, os únicos responsáveis pela incontinência.

Com o avançar da idade existe uma deterioração natural do corpo humano que pode predispor à incontinência urinária. Entre os factores ligados directamente à micção podemos encontrar, nas mulheres, diminuição da capacidade vesical, da “compliance”, da pressão de encerramento máximo uretral e da força do fluxo miccional; nos homens, o esperado é um aumento da resistência uretral com diminuição da força do jacto miccional enquanto que, nos dois sexos, se verifica um aumenta do resíduo vesical após a micção e de contracções involuntárias do detrusor (instabilidade). Com o envelhecimento existe na parede vesical um maior número de fibras de colagénio e alterações das fibras musculares lisas com diminuição do seu rendimento.

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