Sarampo: Já não virá sete vezes ao pêlo... - Médicos de Portugal

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Sarampo: Já não virá sete vezes ao pêlo…

21 Abril, 2017 0
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A vacina contra o sarampo suavizou a sabedoria popular, que segundo o provérbio dizia ” Sarampo, sarampelo, sete vezes vem ao pêlo”

O sarampo foi absolutamente fatal para muitas – demasiadas – vidas. A vacina ajudou a conter a expansão desta doença altamente contagiosa, mas não impede que continue a existir.

Causada por um vírus facilmente propagado pelas secreções nasais ou bocais, a infecção respiratória estende os seus efeitos aos olhos e à pele.

Aliás, é precisamente na pele que se declaram os sintomas mais visíveis – as manchas avermelhadas. O percurso descendente é uma característica, por isso surgem primeiro na cabeça até chegarem aos pés num processo que dura cerca de três dias.

Paralelamente às manchas, a febre elevada, tosse, irritação da garganta, secreções nasais e dores musculares compõem os sintomas apresentados.

Na boca, surgem pequenos pontos irregulares com um centro esbranquiçado – são as manchas de Koplik, que geralmente precedem as erupções cutâneas. Nos olhos, a inflamação e a vermelhidão típicas da conjuntivite, a que se associa uma particular sensibilidade à luz – daí que, no tempo em que o sarampo era generalizado, as crianças eram mantidas num ambiente escuro e as entradas de luz cobertas com panos vermelhos.

O vírus do sarampo possui um período de incubação de aproximadamente 10 dias, com variação que pode ir dos 7 aos 18 dias, após o contágio, com a doença a prolongar-se entre 4 a 7 dias. O período de maior contágio ocorre 2 a 4 dias antes das erupções cutâneas e perdura até 2 a 5 dias após o aparecimento das mesmas. É então que a simples presença de um doente
pode significar o contágio de todos os que com ele contactem, havendo 90 por cento de probabilidades de isso acontecer se não tiverem sido vacinados.

Água e descanso

O sarampo é de origem viral e não bacteriana, pelo que os antibióticos não são eficazes. Na falta de um tratamento específico, restam acções para aliviar os sintomas. Se a febre for muito elevada, por exemplo, pode recorrer-se a antipiréticos à base de paracetamol (não esquecendo que a aspirina é contra-indicada nas crianças) e deverá prevenir-se a desidratação, fazendo a criança ingerir líquidos em abundância. Água, chá ou sumos de fruta são, também, úteis para tornar as secreções mais fluidas permitindo que a sua expulsão seja facilitada. Este é igualmente um benefício que se colhe com as vaporizações, recomendadas para aliviar a tosse.

Depois, o repouso dos “guerreiros” é determinante e pode até ser valorizador, se aproveitado para ler ou entreter.

Do ponto de vista clínico, o sarampo é mais grave nos adultos ou quando contraído na adolescência, do que nas crianças, sendo que nestas, as formas mais graves da doenças estão associadas à má nutrição. Assim, o sarampo é uma doença benigna, mas que pode evoluir para situações mais graves, ainda que raras, como a pneumonia (uma infecção pulmonar) ou a encefalite (infecção do cérebro), ambas causadas pelo próprio vírus. Com mais frequência, o sarampo pode evoluir para infecções como a otite ou a laringite, causadas por bactérias que se aproveitam do estado de fragilidade da criança, sobretudo quando, ao mesmo tempo, se colocam problemas de nutrição, tal como referido anteriormente.

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