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Leucemias e linfomas: Sangue do meu sangue

30 Setembro, 2009 0
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Há umas décadas, ter uma leucemia ou um linfoma significava lutar com sangue, suor e lágrimas até ao fim dos tratamentos. As hipóteses de cura eram relativamente diminutas. Hoje em dia, o cenário é bem diferente: a quimioterapia veio dar novo alento aos doentes que padecem de cancros de origem sanguínea.

Ameaças externas. Estes “soldados”, presentes no sangue, têm por missão defender o organismo das eventuais ameaças. Não se sabe ao certo as causas, mas julga-se que o aparecimento de leucemias e linfomas se relacione com a resposta imunológica ligada à morte celular. Sabe-se, ainda, que o contacto com alguns vírus e uma exposição a radiações (como aconteceu com as vítimas da bomba atómica) podem despoletar o mecanismo de replicação de células malignas no sangue. No entanto, na grande maioria dos casos não existe uma explicação para o aparecimento destes cancros.

 

O que é um linfoma?

“Um linfoma consiste numa multiplicação desordenada e incontrolada de linfócitos. Estas células correspondem a um tipo de glóbulos brancos responsável pela imunidade e que se encontram, habitualmente, nos gânglios mas também no baço, no sangue e na medula óssea. Esta doença maligna manifesta-se pelo aumento patológico dos gânglios (vulgo “ínguas”) frequentemente instaladas na região cervical ou axilar e inguinais, esclarece o Dr. Herlander Marques, oncologista do Hospital de S. Marcos, em Braga.

Os linfomas podem-se dividir-se em duas categorias: Hodgkin e não-Hodgkin. No primeiro caso, “relativamente frequente nos adultos jovens”, a taxa de cura é elevada: “cerca de 60 a 80% destes tumores são curáveis, através da quimioterapia”, fundamenta. “Histologicamente, existe uma grande distinção entre os dois tipos de linfomas, para além da idade em que ocorrem. O linfoma não-Hodgkin, para além de ser frequente, atinge os indivíduos mais velhos.”

Por norma, o sinal mais frequente de apresentação dos linfomas é o aparecimento de gânglios aumentados na região cervical ou axilar. “O baço e o fígado podem ainda aumentar de tamanho, devido à invasão pelo linfoma. Os doentes surgem com queixas de “falta de força, falta de apetite, emagrecimento, episódios de febre, suores nocturnos e, mais raramente, prurido.”

 

Invasão da “fábrica de sangue”

De acordo com a origem do termo, “leucemia” significa que existe um crescimento desmesurado de células malignas no sangue. Existem dois tipos de leucemias: linfóides (afectam os linfócitos, à semelhança do que acontece com os linfomas) e as mielóides. “As leucemias linfoblásticas surgem, mais frequentemente, nas crianças, mas afectam também os adulto e aumentam de incidência com a idade. Já as leucemias mielóides são relativamente raras nos jovens, aumentando à medida que a idade avança”, explica o especialista.

Estes tumores invadem a medula óssea: considerada a “fábrica de sangue”. E, em consequência disso, as células normais deixam de produzir sangue. “Os glóbulos brancos baixam, aumentando o risco de infecção. Por redução da produção de glóbulos rubros, pode surgir anemia: os doentes queixam-se de falta de força, cansaço, falta de ar quando fazem esforço. Além destes sintomas, pode haver redução na produção das plaquetas, com alteração no sistema de coagulação, em que ocorrem perdas espontâneas de sangue (hemorragias) ou o aparecimento de ‘pisaduras’ ou hematomas no corpo.”

Quimioterapia: o primeiro recurso

As leucemias nem sempre são “detectadas no minuto zero”, isto porque as células malignas se instalam e multiplicam na “fábrica do sangue”. “Raramente, se consegue fazer um diagnóstico precoce de uma leucemia, porque geralmente só se detectam quando as células malignas invadem o sangue”. Já os linfomas geralmente podem ser detectados ainda numa fase localizada, “porque as células permanecem circunscritas a um gânglio durante um período de tempo variável”.

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