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Gravidez: Esperar para ser mãe

24 Março, 2013 0

Há cada vez mais mulheres que esperam pelos 35 anos ou mesmo pelos 40 para ter um filho, um primeiro filho. Este é um fenómeno à escala mundial, sobretudo nos países industrializados, e que em Portugal coexiste estranhamente com uma elevada taxa de maternidade na adolescência.

Adiar para depois dos 30 anos e mesmo para os 40 o momento de ter o primeiro filho parece ser um sinal dos tempos. As mulheres fazem-no em nome da carreira, da estabilidade financeira ou tão só porque desfizeram a dúvida de ser ou não ser mãe. Mas há riscos associados a esta decisão que convém conhecer.

Para o adiar da maternidade existem explicações inerentes à própria realidade social em que vivemos: com as mulheres à conquista das universidades e do mercado de trabalho, abalando alicerces outrora masculinos e disputando as cúpulas do poder, nas empresas e instituições, foi preciso abdicar, pelo menos temporariamente, da sua “função” mais ancestral – ser mãe.

Também o conceito de família se foi alterando e cada vez menos as diferentes gerações vivem sob o mesmo tecto, com isso de alguma forma diminuindo a entreajuda, aquela que permitia aos jovens casais ter filhos cedo.

Associada a este fenómeno pode estar igualmente alguma instabilidade nos relacionamentos. Sem a pressão social para casar, e casar cedo, e sem que o principal “destino” das mulheres seja o matrimónio, elas acabam por viver diferentes experiências sentimentais, relações porventura mais efémeras e portanto não apropriadas para o nascimento de um filho.

Muitas vezes a decisão não é tomada a uma única voz, mas sim a duas. Porque mesmo no casamento há circunstâncias que conduzem ao adiamento da maternidade. Numa atitude voluntária dos cônjuges, à espera de maior estabilidade financeira, aguardando o terminar de um curso ou a consolidação do novo emprego.

Próprios das sociedades actuais são também os segundos casamentos. O divórcio já não é a excepção, volta-se a constituir família. O que para as mulheres pode significar um filho nascido já à porta dos 40 anos.

 

Declínio da fertilidade

A idade pode significar uma maior dificuldade em engravidar. Porque se a maternidade tardia é frequente, a verdade é que a fertilidade está intimamente ligada à idade da mulher.

Tendo em conta apenas a saúde da mulher, a altura mais propícia para a gravidez é entre os 20 e os 30 anos.

A partir dos 35, já se observa um certo declínio na fertilidade, o qual tende a aumentar com a idade ao ponto de se calcular que a partir dos 40 mais de metade das mulheres seja infértil.

É um facto que aos 40 a mulher está mais próxima da menopausa do que da gravidez. E isto porque, no que toca às células reprodutoras, homens e mulheres funcionam de forma diferente. Os homens produzem espermatozóides durante toda a sua vida, o que explica que possam ser pais muito tardiamente, mesmo até depois dos 70 ou mais anos.

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