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Mais frequentes na infância » As anginas são responsáveis pelo absentismo escolar

7 Dezembro, 2007 0

Complicações e soluções

«O panorama da amigdalite aguda mudou muito», revela Alberto Santos. E porquê? «Há 30 anos, as complicações mais frequentes e preocupantes das amigdalites eram as complicações sistémicas, a febre reumática com lesões articulares ou cardíacas associadas e as glomerulonefrites (lesões nos rins). Neste momento, as mais preocupantes são as complicações locorregionais (junto das amígdalas), como os abcessos cervicais, cada vez mais frequentes, e perigosos, podendo obrigar à cirurgia de urgência», conta o otorrino, que sublinha:

«Esta evolução está relacionada com os antibióticos, porque a sua má política de utilização, que passa pela automedicação e pela prescrição inadequada e exagerada, utilizando-se os antibióticos quando não se justifica, facilita o aparecimento de micróbios mais resistentes.»

«Nem sempre é possível prevenir as amigdalites agudas, mas quanto mais cedo tentarmos, melhor», acredita Alberto Santos.

Com alguns comportamentos diários, pode-se evitar a infecção das amígdalas. Não fumar, não ingerir ácidos à noite, manter a higiene oral e nasal, lavando bem os dentes, lavar o nariz com soro fisiológico são alguns destes comportamentos.

No caso de não ser a primeira amigdalite, sustenta o especialista, «é preciso fazer uma observação cuidada e traçar-se um bom historial clínico, na tentativa de controlar os factores de risco, devendo o doente ser mesmo observado pelo otorrino».

Na medida em que uma amigdalite nunca é igual à outra, esta infecção «deve sempre ser observada e tratada a pelo médico e, em caso de repetição, a pessoa deve ser acompanhada por um otorrinolaringologista», aconselha Alberto Santos.

No que concerne ao tratamento, existem duas formas de solucionar as amigdalites agudas: as injecções de penicilina, com uma duração mais ou menos 24 horas e os antibióticos dirigidos para as amigdalites bacterianas, com duração mínima de sete dias. Nas amigdalites crónicas, a cirurgia – amigdalectomia –, aplicada para remover as amígdalas, resolve definitivamente o problema.

Segundo este especialista, «a cirurgia justifica-se, essencialmente, quando a pessoa tem um número elevado de amigdalites agudas não controladas de outra forma; quando existem complicações associadas; quando, no caso dos adultos, se suspeita de um tumor (pouco frequente) ou quando o tamanho das amígdalas é exagerado que chega a comprometer a respiração durante a noite (apneia do sono muito incidente nas crianças)».

Em Portugal, há 10 anos, foi introduzida, pelo professor Mário Andrea (director do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria), uma nova técnica que «é mundialmente reconhecida pela sua segurança e eficácia» – a microcirurgia amigdalina com dissecção bipolar. «Antes», conta Alberto Santos, «o doente sangrava bastante durante a cirurgia. Agora, com esta técnica, isto não acontece».

A recuperação pós-cirúrgica é, hoje em dia, «fácil e rápida». Há uns anos, depois da cirurgia às amígdalas, as pessoas não conseguiam sequer falar no pós-operatório. Actualmente, «o doente tem alta hospitalar poucas horas depois da cirurgia e só terá de ficar em casa mais ou menos seis dias com condicionantes de dieta – alimentos moles e frios –, para cicatrizar a ferida», assegura o otorrino.

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