Mais frequentes na infância » As anginas são responsáveis pelo absentismo escolar - Página 2 de 3 - Médicos de Portugal

A carregar...

Mais frequentes na infância » As anginas são responsáveis pelo absentismo escolar

7 Dezembro, 2007 0

Em Portugal, há 10 anos, foi introduzida, pelo professor Mário Andrea (director do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria), uma nova técnica que «é mundialmente reconhecida pela sua segurança e eficácia» – a microcirurgia amigdalina com dissecção bipolar. «Antes», conta Alberto Santos, «o doente sangrava bastante durante a cirurgia. Agora, com esta técnica, isto não acontece».

A recuperação pós-cirúrgica é, hoje em dia, «fácil e rápida». Há uns anos, depois da cirurgia às amígdalas, as pessoas não conseguiam sequer falar no pós-operatório. Actualmente, «o doente tem alta hospitalar poucas horas depois da cirurgia e só terá de ficar em casa mais ou menos seis dias com condicionantes de dieta – alimentos moles e frios –, para cicatrizar a ferida», assegura o otorrino.

E por que se infectam as amígdalas? A causa pode ser viral ou bacteriana, sendo que, na maior parte dos casos, as amigdalites virais são menos problemáticas do que as bacterianas», responde o Dr. Alberto Santos, otorrinolaringologista do Hospital de Santa Maria (Lisboa). As amigdalites virais são as mais frequentes, estimando-se que representem 70% dos casos de amigdalite aguda.

É no Inverno que mais frequentemente surgem as amigdalites agudas e isto deve-se, principalmente, às variações de temperatura, bem mais comuns nesta época do ano, e não apenas às baixas temperaturas. «Estas variações podem diminuir as defesas (imunocapacidade) do indivíduo e pode registar-se uma paralisia temporária dos cílios da mucosa aérea (que fazem a limpeza das vias aéreas)», explica este otorrino.

Por outro lado, a luz solar, que é menos frequente no Inverno, diminui a incidência de alguns micróbios e reforça as nossas defesas.

Por isso, como constata este especialista, «existem mais viroses nos meses invernosos que ou afectam directamente as amígdalas (amigdalite viral) ou abrem caminho a uma infecção que pode depois desenvolver a amigdalite bacteriana». Para agravar, nesta altura do ano, permanece-se mais tempo em espaços fechados, o que aumenta o risco de contágio dos vírus.

Um doente afectado pela amigdalite pode transmitir essa infecção a outras pessoas. Como? A transmissão pode dar-se pelo do contacto directo, como por exemplo com um beijo, mas, regra geral, é através das gotículas de saliva que se expelem ao falar, espirrar ou tossir que os vírus e bactérias mais se transmitem.

«Com um espirro são libertadas mais ou menos 20 mil gotículas microscópicas de saliva que podem ser enviadas até três metros de distância e ficar suspensas em poeiras ou gotas de humidade durante um ou dois dias com possibilidade de transmissão», elucida Alberto Santos.

Em 1998, registaram-se mais de 110 mil casos de amigdalites agudas, o que leva o otorrino a afirmar que se trata de «um verdadeiro problema de saúde pública, dado que os casos mais graves desembocam em absentismo escolar e laboral».

As anginas são mais frequentes na infância e o pico de incidência situa-se entre os quatro e 10 anos.

«A partir da puberdade, na maior parte dos casos, a incidência das amigdalites diminui, mas isto não quer dizer que não haja pessoas que as têm a vida toda. Há muitos adultos que sofrem de amigdalite aguda desde a infância», diz o especialista.

Páginas: 1 2 3

ÁREA RESERVADA

|

Destina-se aos profissionais de saúde

Informações de Saúde

Siga-nos

Copyright 2017 Médicos de Portugal por digital connection. Todos os direitos reservados.