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Principal sequela da cirurgia ao cancro da mama

6 Dezembro, 2007 0

Estima-se que 30% de mulheres em todo o mundo são afectadas pelo linfedema pós mastectomia, ou seja, o inchaço gradual dos membros superiores, resultante do tratamento ao cancro da mama. Por ser crónica e evolutiva, esta complicação condiciona a qualidade de vida e a recuperação de um grande número de mulheres.

O desconhecimento do linfedema por uma grande parte da população Portuguesa, e a importância da sua prevenção para uma reabilitação oncológica efectiva motivaram a Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama – APAMCancroMama – a realizar o Simpósio “O Linfedema Pós Cirúrgico ao Cancro da Mama”, que decorreu hoje na Universidade Católica de Lisboa.

Esta patologia provoca a perda de mobilidade e a deformação dos membros superiores, no lado da mama afectada, devido ao esvaziamento dos gânglios linfáticos axilares efectuado após a cirurgia. Pode ocorrer logo depois da intervenção ou anos mais tarde, quando não prevenida ou devidamente tratada.

De acordo com Verónica Albuquerque Rufino, Presidente da Direcção da APAMCancroMama “de todas as complicações que ocorrem após a cirurgia ao cancro da mama, o Linfedema, pela incidência e incapacidade que provoca, merece uma referência especial.

O objectivo primordial deste Simpósio é divulgar a adequada actuação dos profissionais de saúde nessa área e a necessidade de um programa de reabilitação, resultante do elevado número de doentes afectadas por esta complicação pós-mastectomia”

Além da perda gradual da capacidade funcional do braço afectado, já que este tende a piorar e aumentar de volume com o passar do tempo, o linfedema deixa sequelas psicológicas graves na mulher que vê a sua imagem corporal deformada e um atraso evidente na sua reabilitação.

Uma atitude vigilante e preventiva, tanto por parte da doente como do médico que a acompanha, a par da fisioterapia, tornam-se armas principais para proporcionar à mulher uma melhor qualidade de vida, mostrando-lhe a necessidade de retomar as suas actividades diárias.

Sobre o Linfedema

Apesar de estar intimamente ligado ao acto cirúrgico, o Linfedema pode ser causado por outros tratamentos como a radioterapia, a quimioterapia ou a hormonoterapia. A cirurgia ao cancro da mama implica a remoção parcial ou total do peito e, na maioria dos casos, a extracção parcial ou total dos gânglios linfáticos axilares.

O risco de desenvolver Linfedema após a cirurgia ao cancro da mama depende do número de gânglios removidos, da quantidade de radiação recebida e da capacidade das funcionalidades restantes compensarem a perda.

A remoção dos gânglios axilares tem como consequência a destruição dos vasos linfáticos superficiais e profundos do braço e do quadrante desse mesmo lado. Isto resulta numa predisposição para a formação de um Linfedema nesse lado que, não sendo tratado rapidamente, piora com o tempo e dá lugar a um endurecimento dos tecidos com a formação de fibrose e esclerose. Um Linfedema do braço que se mantenha sem tratamento pode degenerar em cancro (angiosarcoma).

Sobre a APAMCancroMama

A Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama é uma organização sem fins lucrativos, criada em Abril de 1998, por um grupo inter-disciplinar de voluntários ligados à problemática da patologia mamária.

A associação actua a nível nacional e é pioneira na Europa na prestação gratuita de cuidados de saúde ao doente com cancro da mama nas seguintes valências: Intervenção Terapêutica; Intervenção Social e Jurídica; Intervenção Complementar e Lúdica e Formação especializada aos profissionais de saúde.

A APAMCancroMama possui, desde 2006, um Centro Especializado em Fisioterapia Oncológica (C.E.F.O.) para fazer face à necessidade crescente deste tipo de serviços. Este projecto valeu-lhe, em Abril deste ano, o “Prémio Boas Práticas em Saúde”, na categoria de Serviço Privado – Acessibilidade e Atendimento, atribuído nos Prémios “Hospital do Futuro”.

De acordo com as linhas orientadoras do Plano Nacional de Saúde, o C.E.F.O. procura melhorar a articulação com os centros de saúde e hospitais e garantir uma maior acessibilidade às consultas de fisiatria.

Desta forma, consegue fazer uma rápida triagem de situações de carácter urgente e oferecer tratamentos específicos de Linfologia às doentes, dado que só nos hospitais especializados existe este tipo de tratamento para o Linfedema e em algumas clínicas privadas com custos elevados para o doente.

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