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Diabetes: Minha laranja amarga e doce

14 Dezembro, 2014 0

Sedentarismo e alimentação desequilibrada favorecem o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Saber usar o açúcar é meio caminho para uma vida mais saudável.

Considerar que a diabetes é a doença dos gulosos é um mito que urge desmontar. A diabetes resulta não do consumo excessivo de açúcares mas da incapacidade do organismo em utilizar os açúcares que ingerimos, sob as mais diversas formas e provenientes das mais diversas origens.

Essa incapacidade traduz-se em níveis exagerados de glucose no sangue, originando um quadro de hiperglicemia. Quando ingerimos determinados alimentos, estes são transformados em glucose no aparelho digestivo, por acção da digestão. Na sua nova forma, hidratos de carbono e açúcares são absorvidos, entram na circulação sanguínea, ficando disponíveis para serem utilizados pelas células. Mas, para que a glucose cumpra o seu papel, funcionando como originador de energia, é necessária a intervenção da insulina, uma hormona produzida no pâncreas.

Sendo essencial à condição humana, a insuficiência (ou ausência) de insulina perturba o processo de aproveitamento dos nutrientes que nos fornecem energia. Quando o pâncreas não produz insulina ou a produz em quantidade insuficiente, distinguimos a diabetes do tipo 1 ou do tipo 2, respectivamente.

Também conhecida como insulinodependente, a diabetes do tipo 1 caracteriza-se pela ausência de insulina devido a uma destruição massiva das células do pâncreas responsáveis pela sua produção.

Não se sabe ainda qual o motivo, mas é o sistema imunitário que ataca o próprio pâncreas do doente, sendo esta acção responsável pela destruição das células que produzem a insulina. Assim acontece em cerca de 10 por cento dos diabéticos, na maioria crianças e jovens, embora a diabetes tipo 1 também possa atingir adultos e até idosos.

Já na diabetes do tipo 2, mais comum, o pâncreas é capaz de produzir insulina, mas hábitos de vida pouco saudáveis, nomeadamente ao nível da alimentação e na falta de actividade física, tornam o organismo resistente à insulina, obrigando o pâncreas a um maior esforço para a produzir, até que ela se torna insuficiente. Surge então a diabetes.

Estes doentes são, normalmente, adultos que se alimentam incorrectamente, consumindo calorias e açúcares em demasia e que praticam pouca ou nenhuma actividade física. São, quase sempre, pessoas com excesso de peso ou mesmo obesas. Têm, com frequência, a tensão arterial elevada e colesterol ou triglicerídeos a mais no sangue.

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Para além da diabetes

A diabetes é uma doença crónica – mas é controlável. Há que vigiar os níveis de glicemia e, no caso da diabetes do tipo 1, importa administrar insulina, dado que o pâncreas deixou de a fabricar.

Para além disso, a diabetes está associada a outras doenças: cerca de 40 por cento dos diabéticos tem complicações tardias com a doença, as quais evoluem silenciosamente, só sendo detectadas quando já se instalaram e já fizeram danos no organismo, como a aterosclerose e também lesões a nível dos olhos e rins, entre outras.

Estas sequelas decorrem normalmente de lesões nos vasos sanguíneos, os canais que conduzem o oxigénio e os nutrientes às diversas partes do corpo, veiculados através do sangue. Se o seu aporte for insuficiente em determinadas regiões do corpo, podem surgir consequências graves. Se as alterações se dão ao nível dos grandes vasos, as repercussões podem atingir o cérebro, o coração e os pés. Quando ocorrem nos pequenos vasos, os olhos, os rins e os nervos periféricos são os mais prejudicados.

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