Má qualidade de vida » 40% dos doentes com rinite têm asma

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Má qualidade de vida » 40% dos doentes com rinite têm asma

22 Dezembro, 2006 0

Além de oferecer má qualidade de vida, a rinite alérgica pode derivar em sinusite ou estar associada à asma. Urge, pois, tomar medidas preventivas, sobretudo, nas crianças que em tenra idade sofram de dermatite atópica, ou tenham história familiar de alergia.

A rinite alérgica é a doença alérgica mais frequente. Estima-se que entre 10 a 30% dos portugueses sofram de rinite alérgica. São, aliás, as mesmas estimativas vigentes a nível europeu.

De acordo com um estudo epidemiológico realizado no nosso País a crianças com 6 e 7 anos e em adolescentes com 13 e 14 anos (estudo ISAAC), em 2002, a prevalência era de 24% nas crianças e de 27% nos adolescentes.

Obstrução nasal (nariz tapado), rinorreia aquosa (pingo do nariz), crises esternutatórias (espirros) e prurido nasal (comichão) são os quatro sintomas clínicos que caracterizam a rinite e que ditam o diagnóstico.

Esta doença alérgica pode ser classificada consoante a altura em que aparece no ano – sazonal e peranual –, a duração – intermitente ou persistente – e a gravidade – ligeira e moderada a grave.

Se a manifestação for sazonal, provavelmente, trata-se de uma rinite relacionada com os picos de polinização dos grãos de pólen da Primavera, também chamada polinose. Se os sintomas ocorrerem todo o ano (peranual), outros alergénios estarão implicados, sendo os ácaros do pó os mais frequentes.

Em relação à gravidade da rinite, segundo a Dr.ª Ângela Gaspar, secretária–geral da SPAIC – Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica e assistente hospitalar de Imunoalergologia do Hospital de D. Estefânia, «estamos perante uma rinite ligeira quando não existem perturbações do sono nem interferências nas actividades diárias sociais, laborais ou escolares. Mas, se for moderada a grave, causa perturbações do sono devido à obstrução nasal e interfere na vida diária».

São, pois, as rinites persistentes moderadas a graves que propiciam pior qualidade de vida aos doentes.

A este respeito, Ângela Gaspar comenta que, «às vezes, o problema da rinite não é devidamente valorizado pelos médicos, pois, existem muitas outras patologias graves que desviam a preocupação relativamente à rinite».
Acontece que, em termos de qualidade de vida, esta doença alérgica poderá oferecer um quadro comparável ao encontrado em outras doenças crónicas como a hipertensão, a diabetes ou a asma.

«O impacto desta doença na população pode ser avaliado pela interferência no desempenho escolar e profissional, assim como em outras actividades diárias, desportivas e tempos livres. A qualidade de vida é péssima, mas é facilmente medicada», observa a imunoalergologista, frisando ser «um problema subdiagnosticado e subtratado».

Diagnóstico rápido e fácil

Todavia, tanto o subdiagnóstico como o subtratamento poderiam ser evitados, uma vez que o principal meio de diagnóstico é feito mediante a observação dos sintomas acima referidos, portanto, essencialmente clínico. A existência concomitante, frequente, de sintomas oculares alérgicos apoia este diagnóstico.

Numa fase posterior, o especialista averigua qual o alergénio implicado, através dos testes cutâneos, vulgarmente designados por testes de alergia.

«Podem ser feitos os testes cutâneos ao nível do antebraço, com gotas que correspondem aos vários alergénios – ácaros, pólenes, fungos, pêlos de animais, etc. Fazemos uma picada ao nível da epiderme e a se a reacção for positiva aparece uma pápula e identificamos o agente responsável pelas reacções alérgicas», explica Ângela Gaspar, continuando:
«Também podem ser realizadas análises de sangue, que fornecem o doseamento de IgE específica, ou seja, os anticorpos que o indivíduo tem dirigidos para determinado alergénio.»

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