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Infecção Urinária

19 Fevereiro, 2008 0

O que é o aparelho urinário? O aparelho urinário tem como função principal excretar do organismo as substâncias nocivas ou já degradadas.

Os seus órgãos nobre são os rins, que filtram o sangue para produzir a urina, a qual é transportada pelos ureteres para a bexiga, onde é armazenada. Periodicamente a bexiga é esvaziada e a urina sai para o exterior, através da uretra, dando-se o nome de micção a este acto.

No sexo masculino a uretra inicial é envolvida pela glândula prostática. Nos indivíduos normais a urina flui no sentido descendente, havendo mecanismos valvulares que previnem a inversão desse sentido. A micção é um acto reflexo mas voluntário, na medida em que a contracção do músculo vesical e o relaxamento do esfíncter uretral, o qual permite a continência urinária, podem ser controlados pela vontade.

O que é uma infecção urinária?

Normalmente, no aparelho urinário, não existem quaisquer micróbios, contrariamente ao que se passa com outros aparelhos em comunicação com o meio exterior. Assim, no intestino e na vagina existem normalmente micróbios – a respectiva flora – os quais nesses meios não são habitualmente perigosos e não provocam infecção, mas que noutros meios, nomeadamente no urinário, o podem fazer.

Podemos definir infecção urinária como a invasão e multiplicação de bactérias na urina do aparelho urinário, e a respectiva inflamação causada na bexiga e/ou nos rins. As bactérias mais frequentemente causadoras de infecção do aparelho urinário são as Escherichiae coli (Colibacilo), as Klebsielae e os Proteus, todas componentes da flora intestinal e muitas vezes presentes no meio vaginal.

Como se adquire uma infecção urinária?

Não havendo normalmente micróbios no interior do aparelho urinário, como e porquê eles aí podem surgir e multiplicar-se, levando á infecção?

A via da infecção mais frequente é a via ascendente. As bactérias existentes no recto, ânus e vagina, penetram ascendentemente no aparelho urinário através da uretra, apesar da normal existência de mecanismos de defesa de vária ordem, sobretudo da uretra e da bexiga. Evidentemente que os hábitos e as doenças que comprometem estes mecanismos de defesa ou estimulam a agressividade das bactérias podem ser factores predisponentes.

Exemplo disso são a diminuta ingestão de líquidos, condicionando hiperconcentração urinária, o esvaziamento vesical incompleto e pouco frequente, as doenças que provocam obstrução urinária, certas manobras ou tratamentos agressivos com invasão do aparelho urinário ou alteração da flora microbiana periuretral, etc.

As outras vias de infecção do aparelho urinário, com micróbios provenientes de outro foco ou local através do sangue, da linfa ou por contiguidade, são possíveis mas bastante raros.

Porque razão são as infecções urinárias mais frequentes nas mulheres?

Porque no sexo feminino existe o reservatório vaginal junto da desembocadura da uretra, e porque a uretra tem um cumprimento muito curto e sem a protecção de algumas secreções fortemente antibacterianas (como é o caso das secreções prostáticas nos homens), as infecções urinárias são muito mais frequentes no sexo feminino do que no sexo masculino.

Também a frequência das infecções urinárias é variável com a idade, havendo algumas doenças próprias da infância (malformações congénitas) ou de velhice (atrofias epiteliais, tumores da próstata no homem) que podem ocasionalmente aumentar a sua frequência. Mas é sobretudo nas mulheres adultas sexualmente activas (e eventualmente grávidas) que este problema das infecções urinárias é frequente e comum.

Existe risco de contágio?

As infecções urinárias não são contagiosas, e não se “apanham” nos sanitários, como se deduz pelo que acima foi explicado, embora esses receios sejam comuns entre muitas pessoas. Também não são doenças de transmissão sexual, embora a vida sexual seja um factor predisponente no sexo feminino.

Que outros factores podem favorecer a manutenção e o agravamento das infecções urinárias?

Para além dos aspectos causais acima referidos, poderão eventualmente existir factores de manutenção da infecção urinária, como as doenças que provocam obstrução e estase urinárias, o refluxo da urina da bexiga para os rins, os cálculos (pedras), corpos estranhos (incluindo algálias), tumores e alterações do funcionamento da bexiga; e poderão também existir doenças que são factores de agravamento, como as doenças que causam imunodepressão, a diabetes e o abuso de analgésicos, e a obstrução, estase e refluxo urinários, os quais podem condicionar, para além de sintomas de maior gravidade, consequências importantes para a função renal e para outros departamentos do organismo.

Na infância, enquanto não está completo o crescimento do aparelho urinário, as infecções urinárias podem ter um significado muito mais grave, não só porque frequentemente têm factores predisponentes, de manutenção e de agravamento associados – malformações congénitas não imediatamente detectáveis – mas também porque as consequências de uma infecção num rim em crescimento têm algumas vezes outra amplitude e perigosidade.

Na mulher grávida as infecções urinárias são mais frequentes e muitas vezes, na sua fase inicial, sem quaisquer sintomas, podendo ter, em alguns casos, consequências graves para a mulher grávida ou para o feto, com maior frequência de infecções febris severas e possivelmente de partos prematuros.

No adulto masculino as infecções urinárias têm quase sempre um factor predisponente obstrutivo e um componente de prostatite, frequentemente com infecção febril severa.

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