Saia do Escuro. A depressão tem tratamento
A próxima campanha nacional integrada sobre depressão vai iniciar-se a 1 de Outubro, contando com o apoio de várias sociedades científicas e associações de doentes. Sob o mote “Saia do escuro. A depressão tem tratamento” esta nova campanha englobará várias iniciativas relacionadas com uma patologia que afeta atualmente 20% da população portuguesa(1). O arranque inicia-se com um paint mob por várias cidades do país e que pode ser acompanhado através do site www.saiadoescuro.pt.
A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns na nossa sociedade, sendo que cerca de 20% dos portugueses sofrem desta patologia(1). Com o objetivo de alertar e esclarecer para os diversos tipos de depressão e salientar que esta doença tem tratamento, a Lilly apresenta a campanha «Saia do Escuro. A depressão tem tratamento».
Esta ação vai arrancar com um paint mob, a 1 de Outubro, que decorrerá em simultâneo em várias cidades nacionais:
Lisboa, Via Recíproca (Parque das Nações) – 11h00
Matosinhos, Jardim Basílio Teles – 15h00
Faro, Jardim Manuel Bivar – 10h00
Évora, Jardim Público de Évora – 11h00
Coimbra, Parque Verde do Mondego – 10h00
Dar cor ao cenário negro da depressão é o mote desta incitativa que vai juntar várias pessoas para colorir um muro onde estarão inscritos alguns sintomas da depressão.
Manifestando-se de forma diferente de pessoa para pessoa, a depressão não escolhe idade nem sexo, apresentando-se em várias dimensões ao nível dos sintomas emocionais, físicos e físicos dolorosos. Tristeza, desinteresse, falta de apetite, cansaço, falta de energia, insónia ou dores musculares e de costas, são alguns dos sintomas da depressão que não devem ser desvalorizados.
António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), revela que «a depressão é um flagelo que atinge cada vez mais portugueses como mostrou o estudo epidemiológico apresentado há dois anos onde se salienta a alta prevalência da depressão. A campanha «Saia do escuro. A depressão tem tratamento» dentro da perspetiva psicoeducativa, pode ajudar aqueles que sofrem de depressão a perceberem que esta é uma doença tratável e que se os doentes forem bem acompanhados podem ter de fato uma melhor qualidade de vida.»
Neste sentido, o presidente da SPPSM diz que «este tipo de campanhas são de grande importância já que ajudam os doentes e as suas famílias a perceberem melhor o que é a depressão e como lidar com esta patologia, fazendo-os sentir que podem estar apoiados na doença. Por outro lado, é igualmente necessário, nos dias de hoje, a divulgação e identificação dos sintomas e, também, o respetivo tratamento.»
João Relvas, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria Biológica, explica que a compreensão da depressão passa pelo entendimento da interação de diferentes fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais e dos seus efeitos recíprocos. «De uma maneira geral o grande público desconhece estes aspetos estando muitas vezes a depressão associada a “fraqueza de carácter”, falta de “força de vontade” e outros mitos que tendem a promover falsos conceitos e uma visão estereotipada que favorece a estigmatização da doença psiquiátrica em geral e da depressão em particular.»