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Os benefícios da actividade física no doente com DPOC

8 Julho, 2013 0

O século XX foi o século do triunfo do tabagismo. Durante esse período, o número de cigarros fumados em cada ano aumentou mais de cem vezes e as consequências para a saúde aumentaram na mesma proporção. Doenças como a DPOC ou o cancro do pulmão, duas doenças intrinsecamente associadas ao tabagismo, registaram importantes aumentos e passaram a constituir-se como problemas de saúde pública.

Por exemplo, a DPOC – acrónimo que identifica a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica – atinge mais de 330 milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável, em cada ano, por mais de 3 milhões de óbitos – 5% do número global de falecimentos.

Em Portugal, os últimos dados apontam para mais de um milhão de pessoas a sofrerem de DPOC – 14% da população. Prevê-se que este número continue a aumentar devido ao tabagismo, ao envelhecimento da população e à poluição atmosférica.

Acontece que esta doença afecta, de sobremaneira, o aparelho respiratório. À tosse e à expectoração persistentes, seguem-se cansaço progressivo e dificuldade respiratória para esforços progressivamente menores, até que, nas fases mais adiantadas da doença, estes sintomas tornam-se permanentes, mesmo em repouso, tornando difícil ou mesmo impossível as atividades normais de vida diária. E o doente pára.

A esta situação respiratória é frequente associarem-se outras patologias, tais como, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, ansiedade, depressão, disfunção sexual e as temíveis infeções respiratórias, que são um importante fator de progressão da doença e obrigam, muitas vezes, ao internamento hospitalar.

Devido à progressiva incapacidade de deambulação que torna o doente cada vez mais sedentário, surgem, com muita frequência, a obesidade, a osteoporose e a diabetes, com todo o cotejo de problemas que lhe estão associados.

Todas estas situações agravam significativamente as queixas respiratórias, provocando um ciclo vicioso muitas vezes difícil de romper. E entre os elementos de ruptura, a medicação e a atividade física regular são duas importantes ferramentas.

Por tudo isto, na DPOC, é importante combater a tendência natural para o sedentarismo, estimulando o doente a mobilizar-se o mais possível, de acordo com as suas capacidades.

Os benefícios do exercício físico regular são enormes, referindo-se como os mais importantes, os seguintes: melhoria da resistência ao esforço; diminuição da falta de ar; melhoria da actividade sexual; diminuição da ansiedade e da depressão; aumento da sensação de bem-estar; melhoria da qualidade do sono; melhoria do controlo da tensão arterial; contribuição para a perda de peso ao reduzir-se a gordura corporal; diminuição do número de infecções respiratórias; melhoria da recuperação após uma exacerbação; redução do risco de acidentes cardiovasculares; diminuição do risco de diabetes; combate à osteoporose; potenciação do efeito da terapêutica broncodilatadora e aumento da sobrevivência.

É evidente que apesar da actividade física regular ser um importantíssimo factor para a melhoria da disponibilidade respiratória, para a melhoria da qualidade de vida e para uma maior sobrevivência do doente DPOC, devido aos circunstancialismos da doença ela deve ser orientada por um especialista e sempre realizada de acordo com as capacidades cardiorespiratórias de cada doente.

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