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O cancro é uma doença genética

9 Agosto, 2009 0

Aproximadamente um em cada três europeus desenvolve um cancro ao longo da sua vida. A transformação de uma célula normal numa célula cancerosa é causada por uma acumulação de alterações genéticas sucessivas. Algumas dessas alterações ocorrem espontaneamente, outras são induzidas pelo ambiente e outras ainda são herdadas. Identificar um cancro hereditário é muito importante para a sua prevenção e tratamento.

O corpo humano corresponde a uma complexa sociedade composta por milhares e milhares de células que vivem em perfeita harmonia. Para que o corpo seja saudável, todas as células devem colaborar entre si. Mas por vezes há células que se “revoltam” contra a ordem social e passam a ter um comportamento individualista e egoísta.

Estas células “fora-da-lei” proliferam de modo descontrolado dando origem a um tumor. À medida que se reproduzem incessantemente, as células renegadas vão adquirindo comportamentos cada vez mais anti-sociais e acabam por invadir e destruir as células normais conduzindo à morte.

Todas as alterações de comportamento das células cancerosas são devidas a perturbações no seu material genético ou ADN. No corpo humano adulto, cada órgão mantém a sua forma e tamanho constantes. Isto quer dizer que o número total de células não se altera. Na pele, por exemplo, as células das camadas mais superficiais vão progressivamente morrendo e soltam-se como minúsculas escamas.

Por cada célula que morre, há uma nova célula que nasce para a substituir. Como sabem as células quando se devem reproduzir? Através de um conjunto de sensores que recebem sinais do exterior e transmitem ordens aos genes.

O problema acontece quando um destes genes que controla a divisão celular perde a sua estrutura química normal. A alteração química da molécula de ADN faz com que a célula se divida independentemente de receber ou não sinal para o fazer.

Em consequência o número de células vai progressivamente aumentando, dando origem a um tumor que se pode observar à superfície da pele.

 

Uma cópia com erros

Cada vez que uma célula se divide, tem de copiar todo o seu material genético para a célula filha. Ora, ao fazer uma cópia podem ocorrer erros. Quanto mais vezes uma célula se divide, maior a probabilidade de surgirem erros.

Isto faz com que, ao longo da vida de um tumor, vão aparecendo novas alterações genéticas. Algumas destas alterações acabam por tornar o tumor mais agressivo, dando-lhe capacidade de invadir as células vizinhas da pele normal e colonizar outros órgãos (formação de metástases).

Qual a origem das alterações genéticas causadoras de cancro? Em muitos casos são alterações espontâneas na estrutura química da molécula de ADN, outras vezes são erros na cópia do material genético durante a divisão celular. Em qualquer destes casos as alterações ocorrem ao acaso, pelo que seria de esperar que a incidência de cancro fosse semelhante para todas as pessoas.

No entanto, quando se estuda a frequência dos vários tipos de cancro (conhecem-se mais de 100 tipos distintos de cancro) na população mundial, detectam-se grandes variações.

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