Cabelos por um fio, cabelos em risco
Está a perder o controlo sobre a queda do seu cabelo? A alopecia, assim se chama o fenómeno que provoca calvície, pode abalar a auto-estima de quem sofre diariamente com esta situação. Mas, antes que lhe passe pela cabeça a hipótese de cortar o mal pela raiz, esclareça todas as dúvidas e saiba que há tratamentos que ajudam a solucionar o problema.
Já alguma vez pensou no número de cabelos que caem diariamente? Apesar de quase não nos darmos conta, em média, perdemos entre 50 a 100 fios de cabelo. Há, no entanto, algumas alturas do ano, particularmente nos meses de Outono e Inverno, em que a queda é mais acentuada.
Mas, em seguida, porque existem ciclos de repovoamento, o cabelo volta novamente a crescer. O Dr. António Picoto, alerta, no entanto “estes poderão ser os primeiros indícios de uma calvície androgénica”.
Segundo o dermatologista, é preciso analisar a quantidade de cabelo que se perda e verificar se existe alguma falha na linha frontal e no vértex. “Outro dos indícios de alopecia é o aspecto da fibra capilar, nomeadamente quando cabelo começa a ficar mais fino e quebradiço.”
Existem condições genéticas que contribuem para a queda do cabelo mais acelerada, diz o especialista. Em caso de antecedentes familiares, é possível que os descendentes possam vir a sofrer de alopecia. Em todo o caso, a componente hormonal ajuda a explicar este fenómeno.
“A pele do couro cabeludo da região frontal retém androgénios e testosterona, que, por influência enzimática, se transformam em hidro-testosterona. Esta hormona provoca a redução da espessura do folículo piloso. E este acaba por produzir cabelos cada vez mais finos, mais curtos e mais quebradiços.” Esta explicação avançada pelo dermatologista ajuda-nos a perceber as razões que se escondem por detrás da queda de cabelo nos homens e – apesar de afectar com menor frequência – nas mulheres.
“A ideia que temos é 80 a 90 % que os homens de raça caucasiana têm algum grau de calvície até aos 40 anos”, diz António Picoto. Nas mulheres, embora a afecte em menor número, estima-se que 50 a 60% sofram de alopecia. Por norma, entre “os 20 e os 40 anos define-se o padrão de falta de cabelo”. Assim, defende o dermatologoista, “quanto mais cedo se inicia o processo, pior o prognóstico”.
Tipos de alopecia
Segundo o especialista, há que distinguir entre a alopecia difusa e a alopecia androgénica. No primeiro caso, “o padrão é generalizado e, sendo a queda difusa, não está localizado regiões específicas do couro cabeludo”. Esta situação, cujas causas ainda estão por determinar, antigamente observava-se mais frequentemente nas mulheres. Já a alopecia androgénica “acompanha-se de alterações seborreicas, de prurido [comichão] no couro cabeludo e de formação de escamas, secas ou oleosas”. Há, ainda, a alopecia areata, que, no senso-comum, é conhecida por “pelada”. Trata-se de uma “doença auto-imune, com causa desconhecida”, que consiste na criação de anti-corpos contra a raiz do cabelo.
Para estudar o diâmetro do cabelo e a sua espessura, pode-se recorrer ao trocograma. Este é, pois, um exame que procura “avaliar a velocidade de crescimento capilar num determinado momento e detecta as alterações no seu ciclo biológico”.