Doutor, tenho a cara vermelha!
A rosácea é uma doença de pele comum que se inicia no centro da face, progredindo, gradualmente, para as maçãs do rosto, testa e queixo. As mulheres sofrem, mais frequentemente, de rosácea do que os homens. Adultos de pele clara, entre os 30 e 50 anos, são os mais afectados, mas também pode ocorrer em homens ou mulheres de qualquer idade e até em crianças.
Como reconhecer a rosácea?
O sintomas iniciais são a tendência para corar facilmente (rubor facial) e/ou intolerância a cosméticos. A esta fase de sintomas transitórios, que podem durar meses ou anos, segue-se uma fase de vermelhidão persistente, de aparecimento de pequenos vasos na superfície da pele, de minúsculas “borbulhas” rosadas, algumas delas com pus sobre ou à volta das áreas vermelhas. Ao contrário da acne, não se observam comedões (“pontos negros”).
Em casos avançados, a inflamação crónica e o aumento de volume das glândulas sebáceas causam deformação do nariz, a designada rinofima, que é muito mais frequente nos homens. Embora o nariz seja o local mais frequentemente afectado, a rosácea também pode atingir a testa, as maçãs do rosto e as orelhas. Algumas pessoas com rosácea têm envolvimento ocular, traduzido por vermelhidão, sensação de ardor e/ou de corpo estranho (rosácea oftálmica).
Como prevenir?
As medidas que previnem as crises de rubor facial são as que estão ao alcance do doente:
– Dieta: não há uma dieta específica para rosácea. O doente deve conhecer os alimentos que lhe provocam rubor, que, em geral, são os alimentos condimentados, as bebidas quentes, a cafeína e as bebidas alcoólicas. É comum associar-se a rosácea ao alcoolismo, o que é incorrecto. Pessoas que não têm hábitos alcoólicos podem ter uma rosácea tão ou mais grave do que as que os têm;
– Evitar ambientes excessivamente quentes, frios ou poluídos;
– Evitar cosméticos irritantes (alguns sabões, cremes, protectores solares, etc.);
– Efectuar uma boa protecção solar (evitar exposição nas horas de maior calor, usar chapéu e protector solar com índice de protecção igual ou superior a 15).
Como tratar a rosácea?
Os tratamentos disponíveis visam o seu controlo e não a sua cura. A auto-medicação está contra-indicada, porque muitos cosméticos e medicamentos podem piorar o problema. É o caso dos corticóides, que podendo produzir inicialmente uma falsa sensação de alívio da vermelhidão, mas, na realidade, agravam a rosácea, sendo mesmo uma das suas causas (rosácea cortisónica). É por isso importante o aconselhamento junto de um dermatologista.
O dermatologista geralmente recomenda um tratamento combinado, adequado à fase em que se encontra a doença e ao tipo de pele do doente. Este pode ser exclusivamente tópico (aplicação na pele de cremes ou géis) ou associado a tratamento por via oral.
Estas medidas melhoram significativamente a maioria dos sintomas, excepto a tendência para ruborizar e a vermelhidão persistente (com alívio parcial). Nesta situação, os vasos dilatados da pele podem ser destruídos com LASER ou Luz Pulsada Intensa. Quando não for possível efectuar este tratamento, a alternativa é a camuflagem das lesões com cosméticos adequados. O tratamento da rinofima consiste na remoção cirúrgica do tecido em excesso com técnicas variadas.
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