Os meses de Verão são os maiores agressores da pele e do cabelo. Ainda que tenha cuidado com a sua pele no Verão, não pense que pode descurar esta tarefa essencial agora que as férias estão a terminar.
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Os meses de Verão são os maiores agressores da pele e do cabelo. Ainda que tenha cuidado com a sua pele no Verão, não pense que pode descurar esta tarefa essencial agora que as férias estão a terminar.
Existem muitos tipos de cancro da pele mas em termos práticos são muitas vezes divididos em dois grandes grupos:
- Melanoma (melanoma maligno);
- Não-Melanoma (que inclui, carcinoma baso celular ou basalioma, e carcinoma espinocelular), etc.
O último grupo inclui os carcinomas menos perigosos, mas que podem ter mau prognóstico se não forem tratados precocemente.
O cancro da pele pode atingir pessoas de todas as idades mas é menos frequente nas crianças e adultos jovens.
O Melanoma maligno é um tipo de cancro da pele que tem origem nas células do sistema de pigmentação da pele, isto é, nas células (melanocitos) que produzem o bronzeado após a exposição ao sol. Em casos raros o cancro pode ter origem nestas células nos olhos, nas vias respiratórias, no intestino, no cérebro e em mucosas.
O Melanoma é um tipo de cancro dos mais graves e as hipóteses de sobrevivência dependem, sobretudo, de um diagnóstico e tratamento adequado e precoce.
As pessoas que estão expostas a grandes quantidades de radiação solar podem desenvolver cancro tão precocemente quanto os 20/30 anos sendo, no entanto, a maioria dos doentes mais velhos.
Quais as causas?
Estima-se que 80% dos cancros da pele sejam originados pela exposição solar intensa.
A doença é geralmente desencadeada por lesões na pele causadas pelo sol, principalmente quando ocorreram queimaduras solares (escaldão).
Um pequeno número de casos, no entanto, pode ser hereditário, podendo também ser desencadeado por exposição aos raios solares.
Os solários podem também ser causa de cancro da pele e foto-envelhecimento prematuro cutâneo.
Reacções à flor da pele
A dermatite de contacto é uma reacção da pele causada, como o nome indica, pelo contacto directo com algumas substâncias ou materiais.
Esta reacção é visível à flor da pele e surge com:
• Comichão, por vezes muito intensa;
• Vermelhidão (eritema), calor e inchaço;
• Sensibilidade ao toque;
• Pequenas borbulhas e bolhas com líquido que ao secarem formam crostas.
São sintomas que, em regra, se localizam apenas na área que contactou com a substância, mas nem sempre é assim.
As duas faces da dermatite
A dermatite de contacto apresenta 2 faces, dependendo do mecanismo que a causa. São elas:
• Irritativa ou traumática - É a mais comum e resulta do contacto com substâncias que alteram a camada protectora da pele, deixando-a sensível: as mãos são as principais vítimas. Os sintomas surgem dentro de 48h na zona da pele que contactou com a substância. Mas, se for uma substância fortemente irritativa, podem surgir de imediato. Este tipo de dermatite pode surgir em qualquer pessoa.
• Alérgica - no primeiro contacto com uma determinada substância não surge nenhum sintoma, uma vez que ainda não houve sensibilização. Mas em exposições seguintes podem surgir os sintomas no espaço de 4 a 24 horas. As pessoas podem usar ou estar expostas a determinadas substâncias durante anos sem problemas e, de repente, desenvolver uma reacção alérgica. Na maioria das vezes a reacção surge na zona da pele que contactou com a substância, no entanto, também pode surgir noutra zona da pele. Este tipo de dermatite surge apenas nas pessoas susceptíveis e uma vez sensibilizadas pela substância bastam pequenas quantidades para causar reacção alérgica.
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Uma barreira frágil
É quase sempre durante o primeiro ano de vida que a dermatite atópica se declara.
Embora a sua causa exacta não seja conhecida, está muitas vezes associada a antecedentes familiares de alergia: é sinal de que, mais tarde, pode aparecer rinite e asma. Pele seca, com comichão, vermelhidão e a descamar são os sintomas desta inflamação que, apesar de ser crónica, não é contagiosa.
Nas crianças, é no rosto, sobretudo nas bochechas mas também junto às orelhas, e nas zonas de flexão - dobra dos cotovelos e dos joelhos - que as lesões se localizam. Nos adultos, localizam-se, sobretudo, nas zonas de flexão.
A tendência é para coçar: mas, quanto mais se coça, mais se acentua a irritação e mais comichão se sente. E a pele fica mais vulnerável a agentes infecciosos como as bactérias.
Característico na dermatite atópica é evoluir por ciclos, com períodos de acalmia a alternarem com outros de maior intensidade, podendo o stresse, a exposição a factores ambientais como temperaturas extremas, alimentos ou produtos irritantes, desencadear os sintomas.
Gestos de suavidade
Existem medicamentos que ajudam a controlar a inflamação e medidas que aliviam os sintomas.
Importante também é evitar os factores que sensibilizam a pele:
» Procure identificar as substâncias que desencadeiam sintomas e evite-as;
» Evite banhos quentes e prolongados;
» Use produtos suaves na sua higiene corporal;
» Seque a pele com uma toalha macia, limpando-se com gestos suaves, sem esfregar;
» Aplique um hidratante logo após o banho e, se necessário, repita a aplicação ao longo do dia;
» Use roupas de algodão, para deixar a pele respirar;
» Evite ambientes muito aquecidos e secos;
» Limite as actividades que o façam suar muito;
» Procure não coçar as lesões, no entanto mantenha as unhas curtas e limadas;
» Tente gerir as situações causadoras de stresse;
» Cumpra o tratamento conforme as indicações do seu médico ou farmacêutico;
» Cuide sempre da pele mesmo depois de as lesões desaparecerem,
Pode atingir pessoas de todas as idades, contudo é mais frequente em adolescentes e adultos jovens. Aparece sobretudo nos rapazes (uma vez que está relacionada com os níveis aumentados de testosterona e androgénios), podendo surgir em diversas zonas do corpo - rosto, costas, peito e ombros. Nas raparigas, é mais comum em situações em que ocorrem variações dos níveis hormonais (como é o caso do período menstrual).
A acne também se pode desenvolver em pessoas adultas, especialmente mulheres. A “acne tardia” pode ter diversas causas – alterações hormonais durante a gravidez, o início ou paragem da toma da pílula anticoncepcional, a toma de alguns medicamentos com corticosteróides, androgénios, medicamentos destinados a diminuir a acção do sistema imunitário, certos antibióticos ou lítio, mas também como consequência do uso de cosméticos de base excessivamente oleosa.
A acne é desencadeada por alterações hormonais que estimulam excessivamente as glândulas sebáceas (produtoras de gorduras). Em circunstâncias normais, o sebo que se forma é eliminado pelo poro. Mas quando a produção é excessiva, há dificuldade na saída e eliminação da gordura devido à obstrução do poro, desenvolvendo-se uma inflamação da glândula sebácea. Caso seja alvo da acção de bactérias existentes na pele, esta inflamação pode evoluir e manifestar-se, nas situações mais complicadas, como nódulos com pus, e até mesmo quistos.
Existem algumas evidências que apontam para a existência de alguma predisposição genética no aparecimento da acne.
Problemas levantados pela acne e mitos que lhe estão associados
Os jovens, muito preocupados com a sua aparência, chegam a viver em grande desconforto psicológico, olhando para os outros jovens, alguns igualmente marcados pela seborreia, pelos denominados “pontos negros” e até pelas pápulas, pústulas e nódulos. A acne pode deixar cicatrizes persistentes ter consequências importantes no desenvolvimento psicológico do adolescente e jovem adulto. Daí que a importância do tratamento da acne nesta fase da vida seja ainda maior do que num adulto.
Convém também esclarecer que há ideias não fundamentadas que correm acerca da acne. Ora, ela não surge devido à falta de higiene, embora para quem tem acne a higiene seja muito importante; não é verdade que o sol melhore a acne (se bem que possa melhorar as lesões inflamatórias, irá agravar os comedões); o chocolate, os fritos e os frutos secos não provocam a acne; lavar a cara muitas vezes ao dia não ajuda a combater a acne, pelo contrário, poderá agravá-la. Hoje é consensual que a cara deve ser lavada apenas duas vezes ao dia, de manhã e à noite, e com produtos apropriados.
As excessivas lavagens irritam a pele estimulando ainda mais a produção de gordura.
Em caso algum se devem espremer as borbulhas, pois pode levar ao aparecimento de cicatrizes irreversíveis.
Como se pode prevenir e tratar a acne
De acordo com a sua gravidade, a acne poderá ser ligeira a moderada ou grave. Os casos ligeiros a moderados são os mais frequentes e o aconselhamento farmacêutico poderá ter um papel bastante importante. Os casos mais graves exigem sempre a intervenção de um médico especialista que poderá receitar medicamentos para ajudar a resolver ou minorar a situação.
A psoríase é doença crónica da pele, não contagiosa e auto-imune que pode surgir em qualquer idade. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam sobretudo os cotovelos, joelhos, palma das mãos, planta dos pés, costas, região lombar e couro cabeludo. Nos casos mais graves as lesões cobrem extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afectadas, com alterações que variam entre o quase imperceptível e a sua destruição.
Sabe-se que é uma doença geneticamente determinada, que envolve alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e o aumento da velocidade de renovação das células da epiderme (camada mais superficial da pele). Mas a doença pode ainda derivar de outros factores, sejam eles imunitários ou ambientais (queimaduras solares grave, irritação da pele, cremes, infecções estreptocócicas – especialmente nas crianças -, contusões, arranhões, entre outros).
Dos três factores referidos, a genética é o que maior relevo ocupa. O facto de ser geneticamente determinada não implica que a hereditariedade de pais para filhos seja obrigatória. Contudo, verifica-se uma maior probabilidade de aparecimento da doença em pessoas que tenham familiares portadores da mesma.
Os acontecimentos stressantes, a má alimentação e a ingestão de bebidas alcoólicas podem também desempenhar um papel no despoletar da doença.
A doença pode afectar homens e mulheres em qualquer idade, embora a medicina já tenha identificado duas fases especialmente críticas: início da fase adulta e após os 40 anos de idade. Além disso, surge com mais frequência nos países de clima frio. A falta da luz do sol e o aumento da secura da pele por causa do frio e dos aquecimentos são considerados factores de risco.
A psoríase é uma doença inestética e estigmatizante que pode ter um forte impacto psicológico e social nos doentes porque condiciona relações familiares, sociais e profissionais. Na mulher, todos estes factores parecem assumir maior relevo, nomeadamente se ocorrer envolvimento da face, couro cabeludo, mãos, unhas ou órgãos genitais. As doentes têm ainda de lutar contra o custo elevado dos produtos de higiene e hidratação da pele, bem como dos champôs recomendados pelo dermatologista ou farmacêutico.
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Vítor Baião, presidente da direcção da PSOPortugal, participa numa mesa redonda subordinada ao tema "Psoríase como doença crónica. Actualidades e controvérsias", de modo a debater os temas mais relevantes desta doença, nomeadamente a necessidade de colocar a psoríase na agenda política enquanto doença crónica tal como as outras.
Realizada no âmbito do Dia Mundial da Psoríase, e sob o tema "Vamos falar de psoríase - e tomar medidas", esta reunião tem como objectivo estimular a troca de conhecimento entre profissionais de saúde e doentes, possibilitando o esclarecimento de algumas dúvidas e preocupações.
Para assinalar o Dia Mundial da Psoríase, a PSOPortugal vai desenvolver várias iniciativas, nomeadamente a realização de sessões de esclarecimento, de modo a "mostrar à população como a doença pode atingir qualquer pessoa, em qualquer idade, mas que não é contagiosa, nem prejudica a actividade profissional", explica Vítor Baião.
Sobre o Dia Mundial da Psoríase
O Dia Mundial da Psoríase, a 29 de Outubro, foi celebrado mundialmente, pela primeira vez, em 2004, tendo sido instituído para mostrar à sociedade uma doença escondida. Trata-se de um evento verdadeiramente global que se propõe a dar voz aos 125 milhões de pessoas que sofrem de psoríase/artrite psoriática. Este ano o tema escolhido para assinalar o Dia Mundial da Psoríase é "Vamos falar de psoríase e tomar medidas."
Sobre a PSOPortugal
A PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase, entidade com seis anos de existência, constituída em 2005, tem vindo a defender, apoiar e dar voz aos doentes de psoríase. E também a alertar e sensibilizar a sociedade para a discriminação social e profissional de que são alvo os cerca de 250 mil portugueses que sofrem de psoríase. É uma entidade sem fins lucrativos, com intervenção a nível nacional. Actualmente é sócia da Federação Internacional das Associações de Psoríase (IFPA) e da Federação Europeia das Associações de Psoríase (Europso).
No dia 5 de Novembro, a PSOPortugal realiza o seu 7.º Encontro Anual, no Hotel Cinquentenário, em Fátima, dirigido a todos os seus associados e familiares.
É mais frequente na adolescência e nos rapazes, devido às alterações hormonais da puberdade que causam o aumento da produção de gordura ou sebo pelas glândulas sebáceas.
Posteriormente, pode ocorrer infecção, uma vez que a mistura com células de pele mortas e outros resíduos causa obstrução nos poros, originando uma ou mais formas de acne.
Os jovens com acne, muito preocupados com a sua aparência, vivem em grande desconforto psicológico, olhando para os outros jovens marcados pela seborreia, espinhos ou cravos e nódulos de pus. Se bem que a idade seja determinante no aparecimento da acne, há factores que favorecem o seu desenvolvimento e até mesmo o seu agravamento: é o caso de certos medicamentos e cosméticos.
Prevenir e tratar a acne
Pelos seus sintomas, a acne oscila da ligeira a moderada até à muito grave. Os casos ligeiros a moderados são os mais frequentes e a orientação farmacêutica poderá ter um papel muito útil. Os casos mais graves exigem a intervenção de um médico especialista que poderá receitar medicamentos para resolver ou minorar a situação. É aí que se poderá tomar isotretinoína, substância derivada da vitamina A.
Para os casos da acne ligeira a moderada, sugere-se muitas vezes o tratamento com medicamentos em loção, gel e loção de limpeza com peróxido de benzoílo. Este princípio pode irritar a pele, havendo que ser prudente na sua aplicação. Esta acne ligeira a moderada não deixa habitualmente cicatrizes, convindo, no entanto, não andar a espremer as borbulhas e ser escrupuloso na higiene.
De facto, a prevenção e a base da terapêutica passam necessária e obrigatoriamente pela higiene cuidada da pele, é através desta higiene que se remove o excesso de gorduras, partículas e outras impurezas, que, ao obstruírem o poro, predispõem ou agravam a acne.
O mais apropriado é a lavagem da pele com um produto de limpeza suave e não mais de duas vezes ao dia, uma vez que excessivas lavagens acabam por irritar a pele e estimular ainda mais a produção de gordura.
As opções de tratamento são variadas: fazem-se através da aplicação na pele de diferentes substâncias, como é o caso do já referido peróxido de benzoílo, casos havendo em que o tratamento passa por um antibiótico (os anti-bacterianos prescritos com mais frequência são a clindamicina e a eritromicina).
É fundamental que o doente mantenha a pele limpa, não use esfoliantes que podem piorar a acne. Convém não esquecer que o stresse não provoca acne mas pode agravá-la.
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Esta é uma vasta temática que tem a ver com as alterações da produção de melanina, com infecções, distúrbios hormonais, micoses, alterações vasculares, tumores, exposições solares e acne.
Depois das férias, estas manchas são um justificado motivo de preocupação para quem se submeteu à exposição solar, a pele muitas vezes fica manchada, havendo que fazer tratamentos, já que estas manchas são no mínimo inestéticas. Acresce que as doenças de pele ocasionam geralmente problemas de ordem psicológica com repercussões na vida socio-laboral e na auto-estima.
Dos vários tipos de manchas que a pele pode apresentar, vamo-nos referir a um deles, o melasma. Melasma, o que é?
O melasma afecta sobretudo as mulheres pois tem a ver com características genéticas, alterações hormonais (é o caso da gravidez), o uso de anticoncepcionais, terapêutica hormonal de substituição e a exposição ao sol. No caso das grávidas, desaparece gradualmente com o fim da gravidez, não sendo, em alguns casos, necessário recorrer a tratamentos.
Enfim, o melasma é um tipo de doença cutânea caracterizada por excesso de produção de melanina. Podem contribuir para o desenvolvimento do melasma a exposição à radiação ultravioleta, influências genéticas, alguns cosméticos, doença hepática ou endócrina e alguns antiepilépticos (para além, claro está, da gravidez e da terapêutica hormonal).
Características do melasma
No essencial, são as seguintes: hiperpigmentação simétrica facial, sobretudo nas maçãs do rosto e nas regiões malares; pode ocorrer em zonas não expostas às radiações ultravioletas; tem a ver com a produção de melanina (é o pigmento que dá a cor à pele); pode envolver a derme (camada mais profunda da pele e adopta a denominação de melasma dérmico) ou a epiderme (camada superficial da pele e adopta a denominação de melasma epidérmico) ou ambas; afecta em cerca de 90 por cento dos casos as mulheres; exacerba por exposição solar, gravidez, contraceptivos orais e alguns anti-epilépticos.
Como se trata?
Há um número apreciável de tratamentos. Todos têm por objectivo a eliminação da coloração das manchas e evitar que se venha a formar mais pigmentação. Conforme o tipo de melasma assim a resposta aos tratamentos.
A base de todos estes tratamentos consiste na aplicação, por rotina, de cremes protectores solares para as radiações ultravioletas, sem os quais toda a terapêutica falha.
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As estatísticas são frias mas reflectem a realidade de uma forma indesmentível: em Portugal, todos os anos surgem cerca de dez mil novos casos de tumores cutâneos, quase mil dos quais correspondem à sua forma mais maligna - o melanoma, cuja taxa de mortalidade oscila entre os 10 e os 20 por cento após cinco a dez anos, mas depende do estádio do melanoma na altura do diagnóstico.
As estatísticas dizem ainda que um em cada três cancros na população branca é cutâneo, sendo que uma em cada seis pessoas poderá desenvolver a doença ao longo da vida. E o sol é responsável por cerca de 90 por cento destes casos.
A incidência do melanoma está a aumentar, duplicando em cada década desde 1930: nessa altura, o risco de desenvolver este tumor cutâneo maligno era de um para cada 1.500 pessoas, mas na viragem do século tinha já disparado para um em cada 80 pessoas.
São números avançados a cada Verão com a missão de alertar a população para os riscos da exposição excessiva e desprotegida ao sol. Na origem desta escalada estão, de acordo com os especialistas, os maus hábitos, nomeadamente a falta de protecção solar adequada e a exposição ao sol nas horas em que ele incide mais a pique sobre o corpo, mas também as férias-relâmpago para países tropicais, com a mudança abrupta de latitude a impedir que a pele se adapte.
Os solários também contribuem para este cenário, sabendo-se que dez exposições anuais nas máquinas de bronzear aumentam em oito vezes o risco de desenvolver cancro da pele. Assim se explica que, de acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, estes tumores estejam a aumentar de uma forma selectiva, com maior incidência nas classes média-alta e alta.
Ainda assim os mais descuidados na relação com o sol continuam a ser os jovens. Um inquérito divulgado recentemente dá conta de que 70 por cento dos jovens entre os 16 e os 24 anos frequentam a praia no chamado horário vermelho e sem protecção adequada. São, pois, sérios candidatos a desenvolver cancro da pele.
Pele ameaçada
O melanoma é o tipo de cancro cutâneo mais grave, mas menos frequente, com a maioria dos casos a corresponderem a carcinomas, baso-celulares ou espino-celulares.
Os primeiros são os mais vulgares, atingindo sobretudo as pessoas de pele clara que se expõem regularmente ao sol por via da sua actividade profissional: as suas "vítimas" encontram-se entre os trabalhadores rurais, pescadores, trabalhadores da construção civil. Daí que as áreas do corpo mais vulneráveis sejam as que estão mais expostas ao sol, como a face, o pescoço e o dorso.
É quase sempre depois dos 40 este carcinoma se manifesta, sob a forma de um nódulo rosado e brilhante, de crescimento lento, ou de uma ferida superficial sem causa aparente e sem tendência para desaparecer espontaneamente.
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