Doença Celíaca - As intolerâncias alimentares na criança

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Doença celíaca – intolerâncias alimentares na criança

24 Julho, 2014 0
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Intolerância alimentar e alergia alimentar: coisas distintas. As intolerâncias alimentares manifestam-se pela dificuldade do organismo na digestão ou assimilação de um determinado alimento. Ocorre quando o organismo é incapaz de digerir ou “processar” corretamente o alimento, ou ingrediente ingerido, não existindo a intervenção do sistema imunológico.

A alergia alimentar é uma resposta do sistema imunitário a um componente de um alimento, geralmente uma proteína. É uma reação imunológica a algo considerado estranho pelo organismo, ao qual reage como se fosse um “inimigo”. Os alimentos que contêm esse componente têm que ser eliminados do regime alimentar.

Dito de outro modo, a intolerância alimentar aparece geralmente associada à ausência de uma enzima necessária para a digestão do alimento e os sintomas iniciam-se quando o alimento atinge o estômago ou o intestino; a alergia está associada a um componente do alimento, com resposta direta do sistema imunitário.

SABER MAIS SOBRE AS INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

As intolerâncias alimentares manifestam-se através de problemas digestivos (azia, náuseas, diarreia, refluxo gastroesofágico, sensação de enfartamento); reacções inflamatórias intestinais; doenças de pele, podendo ainda causar transtornos psicológicos, secundários à patologia.

As intolerâncias mais comuns são à lactose, glúten, aditivos alimentares (glutamato de sódio, tartrazina, sulfitos…), vinho, queijo e chocolate.

O QUE É A DOENÇA CELÍACA?

É uma intolerância alimentar causada por uma doença autoimune (ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano) do intestino, resultando numa permanente sensibilidade ao glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis. Convém esclarecer que o glúten é uma proteína que se encontra no trigo e no centeio e, em menor grau, na cevada e na aveia.

Na doença celíaca, parte da molécula do glúten combina-se com anticorpos no intestino delgado, fazendo com que a mucosa intestinal, que normalmente tem uma forma de escova, fique atrofiada e plana. A superfície lisa resultante tem menor capacidade de absorver nutrientes.

Quando os alimentos que contêm glúten são eliminados, a superfície do intestino volta à sua estrutura normal e os sintomas desaparecem.

SINTOMAS DA DOENÇA CELÍACA

A doença celíaca pode começar em qualquer idade. Nos bebés, os sintomas só aparecem depois de ingerirem pela primeira vez alimentos que contenham glúten, habitualmente entre os 6 e 20 meses de idade, após a introdução de farinhas na alimentação.

Os sinais e sintomas sugestivos na criança são: diarreia prolongada (que dura mais de três semanas), pouco ganho de peso ou perda de peso, distensão e dor abdominal, por vezes obstipação e vómitos, anemia por deficiência de ferro, sobretudo se resistente à terapêutica com ferro.

Nos casos mais graves, surgem edemas (inchaços) por baixas concentrações sanguíneas de albumina ou potássio.

As jovens com doença celíaca podem sofrer de irregularidades menstruais.

COMO SE TRATA A DOENÇA CELÍACA

A instituição de uma alimentação sem glúten é o único tratamento cientificamente provado para a doença celíaca não complicada. Este regime alimentar irá conduzir ao desaparecimento dos sintomas e à resolução das alterações existentes no intestino delgado.

A melhoria clínica inicia-se após alguns dias, mas a normalização das alterações intestinais poderá demorar meses. A reintrodução do glúten na alimentação, mesmo em pequenas quantidades, provoca o reaparecimento das queixas e das pequenas alterações intestinais, razão pela qual a dieta sem glúten tem de ser mantida para sempre, inflexivelmente.

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