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As Doenças Respiratórias em Portugal A importância da DPOC

9 Outubro, 2011 0

Ao contrário do que acontece com as doenças cardíacas, cujo controlo tem evidenciado melhorias significativas, o futuro aponta para que em Portugal se verifique um incremento das doenças respiratórias.

As causas para essa realidade são conhecidas e devem-se a um conjunto de factores bem identificados; uns de carácter individual, outros socioculturais. Entre os primeiros realce para o papel do tabagismo e a sua influência decisiva em doenças como a DPOC e o cancro do pulmão. Os segundos têm a ver com a nossa actual realidade social e demográfica: vive-se mais anos; estamos mais obesos; a urbanização levou-nos a partilhar espaços fechados, muito favorecedores da transmissão de doenças infecciosas; respiramos ar de fraca qualidade, quer no exterior, quer no interior das habitações, etc. As doenças alérgicas respiratórias – como a asma brônquica ou a rinite – a gripe, as doenças do sono ou as pneumonias são doenças muito influenciadas por estes factores.

Todas estas doenças respiratórias estão em franco crescimento, quer no número de casos, quer nos seus múltiplos impactos, dos quais o económico tem grande importância – o encargo com estas doenças ronda os 600 milhões de euros por ano. A DPOC – acrónimo de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica – é uma doença cada vez com maior peso. O seu principal responsável é o hábito de fumar. Esta prática provoca uma progressiva e irreversível degradação anatómica e funcional da árvore brônquica e do pulmão, incapacitando lenta mas inexoravelmente o doente, tornando-o num insuficiente respiratório, progressivamente dependente.

Existem 600.000 doentes com DPOC em Portugal, a maioria deles com idade superior a 40 anos. Mas sabe-se que esta doença está subdiagnosticada, pelo que o verdadeiro número deverá ser significativamente superior. Aceita-se, igualmente, que uma parte importante dos doentes não tenha a sua doença devidamente controlada.

A DPOC é uma doença com fortes impactos na vida das pessoas e no Sistema Nacional de Saúde. Se durante os primeiros anos o doente pode ser tratado em regime ambulatório, quando a doença atinge um nível mais avançado surgem novas realidades: os internamentos, a necessidade de tratamentos de cinesioterapia respiratória e a oxigenoterapia. Os impactos pessoais, profissionais, familiares e sociais são importantíssimos.

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Relativamente aos internamentos hospitalares por DPOC verificou-se um aumento de 29% entre 1998 e 2008. Neste último ano registaram-se 2608 falecimentos devidos a esta doença, o que nos define como um país de baixa mortalidade. Mesmo assim, a DPOC foi responsável pela perda de 1120 de anos de vida prováveis.

O diagnóstico precoce, que permitirá medidas atempadas, é essencial. Para tal é necessário que o doente não desvalorize as suas queixas respiratórias.

Ter tosse e expectoração persistentes, respiração sibilante, cansaço e falta de ar com o esforço – os sintomas da DPOC – deverão em todos os casos levar o doente ao médico. O diagnóstico confirma-se com um teste muito simples, a espirometria, também conhecido como o “teste do sopro”. Nesta perspectiva, a implementação de uma Rede Nacional de Espirometria, baseada nos Centros de Saúde e apoiada por pneumologistas, seria de extrema importância.

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