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Esclerose múltipla: Corpo sem controlo

31 Maio, 2017 0
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O sistema imunológico de uma pessoa afectada por esclerose múltipla em vez de atacar os inimigos do exterior, como os vírus e as bactérias, acaba por se virar contra si mesmo, danificando as suas próprias células e tecidos.

A esclerose múltipla é uma doença crónica e estima-se que existam cerca de cinco mil doentes em Portugal. Atinge pessoas de todas as idades, embora as mulheres sejam mais afectadas do que os homens.

Esta é uma das doenças do sistema nervoso central, uma espécie de computador que recebe os sinais do mundo exterior. É através dele que podemos ouvir, cheirar, ver, saborear e sentir, pois este coordena as nossas actividades conscientes e inconscientes, como andar, falar, pensar e recordar, bem como efectuar determinados gestos, sem que para isso precisemos de pensar neles.

Este “computador” tem dois órgãos principais – o cérebro e a espinal medula, ambos constituídos por células nervosas. Estas células são ligadas entre si e ao resto do corpo por fibras nervosas – os axónios, através dos quais são emitidos sinais eléctricos que permitem a comunicação celular.

Os axónios apresentam uma tonalidade mais clara, pois são envolvidos pela chamada substância branca, ou mielina. Trata-se de uma espécie de envolvimento das fibras nervosas, que facilita a transmissão da informação do cérebro ao resto do corpo ou em sentido inverso. Ora é precisamente na mielina que residem os problemas de quem sofre de esclerose múltipla. É que a doença revela-se através de pequenos focos de inflamação da substância branca, dando lugar ao chamado processo de desmielinização.

A inflamação da mielina conduz a uma obstrução na transmissão dos impulsos nervosos. A transmissão da informação pode mesmo ser bloqueada e, em casos extremos, as fibras nervosas podem ser destruídas.

 

De causas desconhecidas

Sabe-se que existem factores ambientais que estão associados à doença, na medida em que esta não ocorre com a mesma frequência em todas as partes do mundo. Prevalece sobretudo na Europa, América do Norte e Austrália, afectando em especial pessoas de raça branca. E quando mais afastado do Equador é um país, tanto mais frequente é a doença. Por exemplo, são afectadas mais pessoas em Inglaterra do que na África do Sul.

O que se sabe também é que a hereditariedade influencia a esclerose múltipla. Estudos com gémeos verdadeiros apontam para aí, o mesmo acontecendo com estudos sobre a incidência da doença numa mesma família. O facto de serem afectadas sobretudo pessoas de raça branca também indicia a presença de factores genéticos no desenvolvimento da esclerose múltipla.

 

Sintomas debilitantes

Já os sintomas são melhor conhecidos, embora dependam da localização da inflamação e do ritmo a que a mielina se vai degradando. Uns são muito comuns, outros mais raros, mas todos contribuem para que o doente vá perdendo o controlo das funções do seu próprio organismo.

Associada claramente à esclerose múltipla é a perda de força muscular nos braços e nas pernas, já que é no sistema nervoso central que se as fibras nervosas que controlam os movimentos. Quando ocorre inflamação, a consequência pode ser uma redução da destreza, o que significa que os dedos deixam de funcionar bem, mas pode ser também um quadro mais grave, de paralisia.

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