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Cancro: A importância da nutrição

4 Dezembro, 2014 0

Os doentes oncológicos apresentam, com frequência, problemas de (des)nutrição, por razões várias desde alterações no paladar a dificuldades de deglutição. Razões suficientes para apostar numa alimentação saudável como uma das formas de fortalecer o organismo fragilizado pela doença.

Com a evolução dos tempos e um ritmo de vida mais agitado, surgiram novos hábitos alimentares. Sobretudo nos países desenvolvidos, apesar de a quantidade de alimentos ingerida ser habitualmente suficiente e por vezes até excessiva, a dieta tem vindo a tornar-se deficitária em nutrientes essenciais, baseada em alimentos processados, salgados, enlatados e fumados. No final, o resultado é uma alimentação excessivamente calórica, rica em gorduras e açúcares, sendo, por isso, pouco benéfica para a saúde.

Como consequência destes maus hábitos alimentares, entre outros factores, tem vindo a aumentar a incidência de algumas patologias, nomeadamente de vários tipos de cancro. Muitos dos estudos efectuados indicam que cerca de 30% dos casos de cancro estão relacionados com maus hábitos alimentares.

 

Alimentação saudável como prevenção

É verdade que ainda há muito a explorar sobre a relação entre a alimentação e o cancro, não se podendo, por exemplo, dizer que haja alimentos capazes de inibir o desenvolvimento da doença.

Sabe-se, no entanto, que há alimentos que possuem um efeito protector para o organismo, contribuindo para a prevenção: são exemplos os cereais integrais e sementes; a fruta, nomeadamente os citrinos, as maçãs, as peras, os morangos e os frutos silvestres; o chá verde; os alhos e os legumes, sobretudo de os de folha verde; plantas aromáticas: manjericão, alecrim e coentros; os lacticínios, com especial destaque para os iogurtes; e os alimentos ricos em ómega-3, particularmente os peixes gordos (salmão e atum, por exemplo) e os frutos secos. Uma alimentação saudável e regrada, com refeições feitas em horários regulares, aliada a um estilo de vida activo, contribui para um bom estado geral de saúde, e por esse motivo também ajuda a prevenir a doença.

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E se o cancro “chegar”

Se a doença se declara é tempo de dar atenção redobrada à alimentação. Por diversos factores relacionados quer com a própria doença quer com a terapêutica instituída – como a redução do apetite, náuseas, vómitos, diarreia, alteração do paladar, entre outros –, muitos doentes oncológicos têm grandes perdas de peso e um acentuado défice em termos nutricionais. O aconselhamento profissional é essencial desde o primeiro momento do diagnóstico, uma vez que pode ajudar a minorar a deterioração do estado nutricional.

Sempre que seja possível, os doentes oncológicos devem beneficiar de uma dieta que inclua todos os nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo, nomeadamente proteínas, glícidos, lípidos, fibras, vitaminas, sais minerais, oligoelementos e água.

Todavia, nem sempre as necessidades nutricionais destes doentes são asseguradas na totalidade pelos alimentos da dieta habitual. O recurso a suplementação nutricional específica, pode contribuir para complementar a dieta e, deste modo, garantir um adequado estado nutricional.

O ideal é que os doentes oncológicos tenham acesso a um plano alimentar personalizado, que leve em conta as suas necessidades nutricionais específicas, mas também as suas preferências alimentares. Este último factor é importante na medida em que os doentes podem não ter apetite ou sequer vontade de comer, pelo que, se lhes forem oferecidos os seus sabores de eleição, podem sentir-se reconfortados e alimentar-se melhor.

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