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Hiperactividade: Pais à beira de um ataque de nervos…

23 Dezembro, 2014 0

…e professores também! Agitação, falta de concentração e fraco aproveitamento escolar são aspectos normalmente partilhados por crianças hiperactivas. Este síndroma de falta de atenção impõe um esforço titânico de pais e familiares. A paciência é fundamental…

A Hiperactividade ou, mais exactamente, a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHT A) resulta de uma disfunção no sistema nervoso central, mas pode ser agravada por factores ambientais e emocionais.

Afectando 3 a 7 por cento das crianças em idade escolar e sendo mais comum nos rapazes, tem como principal consequência a significativa redução da capacidade de concentração, espelhada na análise de situações do quotidiano – a actividade motora é muito acentuada, inadequada ou excessiva.

Os problemas tendem a agravar-se quando se espera que o comportamento seja mais calmo ou exemplar. E a escola – é um desses ambientes, daí que os professores sejam os primeiros a queixar-se do comportamento das crianças hiperactivas. Mais do que a família, são eles que se apercebem da desordem.

A criança tem dificuldade em manter um foco de atenção e em medir os perigos e os efeitos dos actos praticados sem pensar, como perder o material escolar, correr pela sala, agitar os colegas, etc… etc…

Temos, no cérebro, uma zona de autocensura, que nos ajuda a controlar os ímpetos, o que não acontece nos hiperactivos. Por isso, as crianças hiperactivas parecem “ligadas à corrente”, alimentadas por uma fonte inesgotável de energia, deixando pais e professores à beira de um ataque de nervos.

Mas – cuidado – este tipo de comportamento não deve ser confundido com “má educação”. E quanto uma criança é muito irrequieta e exuberante, tal não significa, necessariamente, que seja hiperactiva. Por outro lado, algumas crianças com esta perturbação apresentam problemas de atenção mas não de comportamento.

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A verdade é que há, na sociedade actual, uma precipitação em associar qualquer comportamento mais agitado à hiperactividade. E não são sinónimos…

Há inúmeros distúrbios comportamentais e cognitivos com sintomas semelhantes, mas apenas um diagnóstico conjunto entre neurologista, psicólogo família e escola é que efectivamente deverá ponderar o uso de fármacos.

A hiperactividade, ao diminuir a concentração, penaliza o processo de aprendizagem, porque a criança tende a dispersar-se com facilidade. Mas sendo uma perturbação típica da infância, tende a atenuar com a idade, ainda que mais de 50 por cento dos casos manifestem sintomas na idade adulta.

Não se conhece uma causa única: há quem aponte, designadamente, o factor hereditariedade. Perturbações no desenvolvimento do feto ou o consumo de tabaco e álcool durante a gravidez também podem prejudicar o desenvolvimento do cérebro e estarão no limiar de influenciar a hiperactividade.

Lidar com a situação passa por pequenos gestos. Sentar a criança num local sossegado e deixá-la sozinha durante alguns instantes costuma ser benéfico, da mesma forma que um elogio por bom comportamento e o castigo nas situações de maior agitação podem resultar.

Devem, no entanto, ser evitadas críticas excessivas e constantes, para que a criança não se sinta incompreendida. Na escola, sentar a criança perto do quadro, dar-lhe mais tempo para fazer os testes, entusiasmá-la a mostrar o que sabe pode dar frutos.

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