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Staphylococcus aureus

16 Março, 2007 0

O nome Staphylococcus deriva da palavra grega estafilo ou “cacho de uvas”, devido à característica da bactéria se parecer com um cacho quando examinada ao microscópio.

Existem 32 espécies de staphylococci, mas apenas 17 são inerentes ao homem. O Staphylococcus aureus é especialmente prevalecente devido às suas proteínas de superfície, que permitem ao organismo ligar-se a tecidos e corpos estranhos revestidos com colagénio, fibronectina e fibrinogénio.

Isto permita que a bactéria adira a dispositivos como suturas, catéteres e próteses valvulares. Outros staphylococci importantes do ponto de vista clínico são o S. epidermidis e o S. saprophyticus.

Colonização e doença

Muitos recém-nascidos e a maioria da crianças e dos adultos são colonizados intermitentemente pelo S. aureus, que se pode alojar na zona naso-faríngea, ocasionalmente na pele e na roupa, e mais raramente na vagina e no recto. A partir destes locais, o S. aureus pode contaminar qualquer zona da pele ou das membranas mucosas, ou outras pessoas, por transferência directa ou aerossol.

A pele e as membranas mucosas intactas são barreiras eficazes contra a invasão local. No entanto, se estas barreiras forem rompidas devido a trauma, cirurgia ou dispositivos existentes, o S. aureus pode passar a ter acesso ao tecido subjacente e originar um abcesso local que consiste em tecido necrosado, fibrina e glóbulos brancos vivos ou mortos.

Os doentes que têm maior probabilidade de desenvolver infecções superficiais ou profundas são os que estão hospitalizados ou foram submetidos a uma grande cirurgia, têm linhas intravasculares, catéteres urinários fixos, úlceras de pressão ou doença subjacente.

Em qualquer altura, a multiplicação do S. aureus pode subjugar os mecanismos de defesa locais e invadir o sistema linfático ou a corrente sanguínea – uma complicação grave que permite que a bactéria invada outros tecidos, incluindo o coração (endocardite), pulmões (pneumonia) ou ossos (osteomielite).

Resistência

O desenvolvimento das estirpes de S. aureus resistentes aos antibióticos foi comparado e contribuiu para o desenvolvimento dos antibióticos mais recentes. O S. aureus resistente à penicilina-G foi reportado em 1945 – pouco depois da penicilina ter sido pela primeira vez libertada para uso. À resistência à penicilina G, seguiu-se a resistência à meticilina e a outras penicilinas, tais como oxacilina e cloxacilina. O S. aureus pode produzir quatro tipos diferentes de enzimas que atacam especificamente a estrutura de fármacos semelhantes à penicilina, tornando-os ineficazes. O S. aureus meticilino-resistente (MRSA) é um dos principais problemas terapêuticos em todo o mundo.

Embora ainda que muito raramente, o S. aureus que era resistente à vancomicina, anteriormente um antibiótico de último recurso, foi isolado no Japão e nos Estados Unidos. Apesar das estratégias com os potentes antibióticos e o controlo da infecção hospitalar, o S. aureus continuou a ser o principal patogéneo humano.

Carga Sócio-Económica da Doença

Cerca de 60% das infecções por S. aureus adquiridas no hospital, nas unidades de cuidados intensivos, reportadas actualmente aos Centros de Controlo da Doença, são MRSA.

Para o doente, o potencial impacto do MRSA abrange o aumento da morbilidade e da mortalidade. Este impacto inclui uma resposta mais lenta à terapêutica e elevados riscos de falência terapêutica, procedimentos suplementares e tratamentos (tais como drenagem da ferida cirúrgica), internamentos mais prolongados, maior absentismo ao trabalho, demora em regressar as actividades normais e diminuição da qualidade de vida.

Dentro dos hospitais, o MRSA pode conduzir ao aumento do custo do controlo da infecção, do uso laboratorial para vigilância e raio-X, uso de terapêutica empírica de espectro mais amplo, e internamentos mais prolongados. Pode ter impacto nos períodos de espera no hospital para novas admissões e dá origem ao uso de terapêuticas mais dispendiosas e ao aumento global da taxa de infecção estafilocócica.

Adicionalmente, os estudos de doentes com S. aureus meticilino-resistentes reportaram taxas de mortalidade mais elevadas, aumento da morbilidade, internamentos mais prolongados e custos mais elevados em comparação com doentes com S. aureus meticilini-sensíveis.

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