Sida sem barreiras
Qual a diferença entre ser seropositivo e ter sida?
O VIH tem capacidade para permanecer “invisível” no corpo humano, podendo haver infecção sem sintomas. O que acontece é que, na presença do vírus, o sistema imunitário produz anticorpos, detectáveis no sangue através de uma análise específica.
Quando eles são identificados, diz-se que a pessoa é seropositiva.
Um seropositivo pode ter uma aparência saudável anos após o contágio, sem sinais da doença. No entanto, está infectado e pode transmitir o vírus.
A sida é a fase última desta infecção, correspondendo a uma degradação progressiva do sistema imunitário e à diminuição das defesas contra outras doenças – são as chamadas doenças oportunistas e, com frequência, é quando elas surgem que a sida é detectada.
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Entre a entrada do vírus no organismo e o diagnóstico de sida podem mediar vários anos, em média oito a dez. Este período de evolução silenciosa depende de múltiplos factores, entre eles a intensidade e gravidade da infecção, a resistência do sistema imunitário, a ocorrência de outras doenças que possam contribuir para minar as defesas do organismo e o risco de re-infecção em contactos posteriores.
Como se trata a sida?
Não existe ainda um modo eficaz de eliminar totalmente o VIH do organismo. Existem, contudo, tratamentos que reduzem a carga vírica e atrasam os danos que o vírus causa no sistema imunitário.
Esses tratamentos são compostos, normalmente, por uma combinação de medicamentos que, se tomados de acordo com a orientação médica, fazem baixar a quantidade de vírus no sangue até um nível em que se torna quase indetectável. Isto não significa que o vírus seja erradicado: ele permanece no organismo, mantendo-se o risco de contágio.
Existem três tipos de medicamentos anti-retrovirais, que actuam de formas diferentes e em fases distintas do ciclo de reprodução do VIH e que são administrados de acordo com esquemas terapêuticos individualizados.
Como se previne?
Na ausência de uma vacina, a melhor prevenção passa por evitar comportamentos de risco, nomeadamente os associados às principais fontes de transmissão do vírus: as secreções sexuais e o sangue.
A principal arma contra o VIH é a prática de sexo seguro, o mesmo é dizer com preservativo. Fundamental é também não partilhar agulhas, seringas e outro material usado no consumo de drogas injectáveis, bem como outros objectos cortantes.
Porquê fazer o teste do VIH /sida?
O teste permite detectar a presença de anticorpos contra o VIH no sangue: um resultado positivo significa que esses anticorpos estão presentes e que, portanto, a pessoa está infectada; já um resultado negativo corresponde à ausência de infecção.
A realização do teste é sempre fulcral, mesmo que o resultado seja positivo: é que, quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, mais cedo se inicia o tratamento e maiores são as hipóteses de retardar a evolução da doença. Por outro lado, o conhecimento da infecção faz com que a pessoa se proteja a si própria (pois existe a possibilidade de re-infecção) e aos outros. E, em caso de gravidez, é possível actuar de modo a minimizar o risco de transmissão de mãe para filho.