Sida sem barreiras
O que é a sida?
O termo “sida” faz parte do vocabulário quotidiano, sendo usado com valor próprio e, como tal, reconhecido nos dicionários de língua portuguesa. No entanto, originalmente, corresponde a uma sigla formada pelas primeiras letras da expressão “Síndrome da ImunoDeficiência Adquirida”:
Síndrome consiste num grupo de sintomas que, colectivamente, caracterizam uma doença; ImunoDeficiência significa que a doença se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunitário (defesas do organismo); Adquirida quer dizer que a doença não é hereditária, mas sim que se desenvolve após o nascimento por contacto com o agente infeccioso.
A sida é uma doença infecciosa grave e potencialmente fatal causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH ou HIV, na língua inglesa). Foram identificadas duas estirpes deste vírus – o VIH1 e o VIH2.
Como se transmite o vírus causador da sida?
O VIH transmite-se de três formas: através do sangue, das secreções sexuais e de mãe infectada para filho (a chamada transmissão vertical).
A transmissão por via sanguínea implica, naturalmente, que haja contacto com sangue (ou produtos seus derivados) infectado e que ele penetre na corrente sanguínea da pessoa saudável. Assim, a principal fonte de infecção é a partilha de seringas e outros objectos entre consumidores de drogas injectáveis.
Existe igualmente risco, ainda que menor, na partilha de lâminas de barbear, instrumentos de furar orelhas e de tatuagens, de piercings e de alguns utensílios de manicura (os cortantes). Preferencialmente, devem ser de uso individual ou descartáveis. Caso não seja possível, todos estes objectos devem ser rigorosamente esterilizados.
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A transmissão do vírus através de uma transfusão sanguínea não constitui actualmente um problema, na medida em que tanto o sangue como os seus componentes são testados previamente. Também a doação de sangue é segura, dado que o material utilizado na colheita é descartável e esterilizado.
A sida é considerada uma doença sexualmente transmissível pois as secreções sexuais – esperma e fluidos vaginais – constituem uma das principais fontes de contágio do VIH. O risco existe sempre que haja uma relação sexual sem protecção, seja ela vaginal, oral ou anal. Protecção é aqui sinónimo de preservativo, indispensável em qualquer relação sexual, por mais saudável que a pessoa aparente ser.
Relações sexuais com parceiros ocasionais ou múltiplos parceiros, independentemente de se tratar de um relacionamento hetero ou homossexual, aumentam o risco. Basta um contacto sexual não protegido com uma pessoa infectada para o vírus se poder transmitir.
Quanto à chamada transmissão vertical, de mãe para filho pode acontecer durante a gravidez, quando o sangue materno circula no feto através da placenta, ou durante o parto, através do contacto com o sangue ou as secreções vaginais. Mais raro mas possível é o contágio durante a amamentação.
Como actua o VIH ?
O VIH actua sobre as células do sistema imunitário, atacando preferencialmente os linfócitos T4, um tipo de glóbulos brancos do sangue responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e tumores.
Uma vez no organismo, o vírus integra-se no código genético das células infectadas, utilizando-as para se reproduzir. Em consequência, as células perdem eficácia e, com o tempo, a capacidade do organismo para combater a doença vai sendo enfraquecida.