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Dislexia » Perturbações da Leitura

7 Agosto, 2007 0

“Não sei como é que aprendi a ler; só me lembro das minhas primeiras leituras”, Rousseau. O que é a dislexia? Será uma doença? Nasce-se com ela, ou deve-se ao meio circundante? Existe uma diferença entre disléxicos e maus leitores? Existem diferentes tipos de dislexia? O que se pode fazer por estas pessoas?

Uma vez dominada, a leitura é um processo simples, imediato e que não exige nenhum esforço aparente. Lemos para partilhar, para sonhar e para aprender a sonhar…

Hoje é reconhecido a todos o direito de saber ler, escrever e contar. No entanto, tal como a comida, a leitura continua a ser muito mal distribuída.

Podemos não ler, simplesmente por falta de motivação – por não querermos – no entanto, em grande parte dos casos existe uma incapacidade de ler, que por falta de escolaridade – não saber ler – quer por incapacidade real.

É deste último caso, denominado por iletrismo funcional – i.e., a incapacidade real de ler e de escrever apesar da escolaridade, ou até mesmo da obtenção de diplomas – que nos vamos ocupar.

O termo dislexia refere-se a um conjunto de alterações que têm em comum uma perturbação ou atraso na aquisição, aprendizagem ou processamento da leitura, na ausência de qualquer outra limitação ou alteração das capacidades intelectuais.

A dislexia pode ser adquirida – quando surge na sequência de traumatismo ou lesão cerebral -, ou de desenvolvimento – perturbação ou atraso na aquisição da leitura.

Os problemas da leitura surgem sobretudo entre as pessoas mais velhas: cerca de 4% na população entre os 18-20 anos, 20% entre os 45-59 anos, e 27% a partir do 60 anos.

Estas diferenças parecem resultar de vários factores, principalmente da generalização da escolaridade e aumento do nível escolar nos últimos anos, bem como a provável diminuição da frequência da actividade de leitura entre os mais velhos.

Mas que factores nos permitem afirmar que estamos perante uma situação de dislexia? Que fazer perante o diagnóstico de dislexia? Para responder a estas questões torna-se necessário apresentar sucintamente o processo que o leitor dito normal utiliza para realizar o processo de leitura.

Com a aprendizagem de palavras novas e enriquecimento do vocabulário, “armazenamos mentalmente” um grande número de palavras. O léxico mental é a parte da memória onde convergem os diferentes tipos de informação que dispomos relativamente às palavras, necessários à sua compreensão.

Esta informação é armazenada em unidades – chamadas fonemas – que representam formal e abstractamente os sons elementares.

Face a um texto, e em condições normais de inteligência, memória, visão, entre outros…, um sujeito que tenha aprendido a ler dispõe basicamente de duas vias de realizar a leitura. Numa via – dita fonológica –, o sujeito vai agrupar pequenas unidades das palavras – chamadas fonemas, i.e., sons – até obter a totalidade da palavra.

No segundo processo – via ortográfica –, mais rápido, o agrupamento é feito através de unidades maiores do que a letra (conjuntos de letras, partes de palavras ou palavras completas). Por não se encontrarem no nosso “dicionário mental”, este processo não permite ler nem palavras que não conhecemos, nem palavras que não existam (pseudopalavras).

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