Sensibilizar para a moderação do consumo de álcool
Apesar de os últimos dados de sinistralidade rodoviária serem mais animadores, segundo a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV), o problema de conduzir com teor de álcool no sangue continua a ser preocupante. Para isso, Alberto da Ponte, presidente da associação, em entrevista ao Jornal do Centro de Saúde, aponta algumas das iniciativas que visam combater o abuso e implementar medidas de informação e educação para a população em geral.
Fundada em 1986, a APCV representa as empresas que, em território nacional, exerçam a indústria da produção e/ou enchimento de cerveja. Colabora activamente no Plano de Redução dos Problemas Ligados ao Álcool 2010-2012, através do Instituto de Drogas e Toxicodependência visando promover iniciativas no âmbito da responsabilidade social.
O objectivo? “O combate ao abuso do consumo de bebidas alcoólicas e consequente efeito nefasto para a Saúde Pública. É um plano meritório que procura atacar a raiz do problema, através de medidas de médio e longo prazo, mas consideradas mais eficazes, nomeadamente através da informação, educação (aos pais, nas escolas e na sociedade em geral), e formação profissional dos agentes envolvidos”, esclarece o Dr. Alberto da Ponte, presidente da APCV.
Na verdade, torna-se essencial distinguir entre o consumo moderado de álcool e o excesso de consumo. “Indivíduos adultos e saudáveis que consomem moderadamente, o que significa 2 a 3 imperiais diariamente, não correm o risco, reconhecido pela própria Organização Mundial de Saúde, de criar qualquer dependência nem alterações de comportamento que incluam violência. Esse tipo de comportamento é característico de indivíduos que sistematicamente abusam no consumo de álcool de forma intensa e que urge prevenir e combater”, defende o presidente da APCV, considerando que a indústria de bebidas “é parte integrante dessa solução”. A associação, no seu papel de representante do sector, “possui uma estratégia abrangente de responsabilidade social que passa pelos jovens, pelas grávidas, pela condução ou pelo consumo excessivo, lançando que todos os anos iniciativas de informação e educação relacionadas com um ou mais dos eixos acima referidos”, diz-nos Alberto da Ponte.
Formar e educar
Os dados que a APCV possui “apontam para uma diminuição da sinistralidade rodoviária acentuada em Portugal nos últimos anos mas reconhecemos que existe um problema de ingestão de bebidas alcoólicas e condução que urge combater”. A posição da APCV é muito clara pois “promove activamente a mensagem que se vai conduzir não deve beber qualquer bebida com álcool, incluindo a cerveja, a não ser que opte por cerveja sem álcool. Naturalmente que os períodos festivos, em que os portugueses estão mais propensos a ingerir bebidas alcoólicas, são de maior risco, daí ser muito importante a existência de campanhas de sensibilização e educação”, alerta o representante desta associação.
A cerveja é a bebida de menos teor em álcool existente no mercado, “devendo ser consumida sempre com moderação para poder ser apreciada. É a bebida ideal para convívio e socialização característica do período festivo que se aproxima”. Mais uma vez se apela ao bom senso! “Há que não beber excessivamente, evitar bebidas de forte teor alcoólico e se conduzir, não ingira álcool de todo”, acrescenta.
Entre outras iniciativas, a APCV irá lançar no início de 2011, uma grande campanha de informação e educação dirigida aos pais e famílias relacionado com o problema do underage drinking ou seja, o consumo ilegal de bebidas alcoólicas por menores de 16 anos de idade. “Este é claramente um problema da sociedade que não se resolve com leis mas com formação e educação”, conclui o presidente da APCV.
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