Psoríase não é contagiosa

A psoríase é uma doença crónica da pele que, em Portugal, afecta cerca de 2 a 3% da população. É ainda pouco conhecida pelo público em geral, que frequentemente lhe atribui conotações negativas e a confunde com doenças contagiosas.
A psoríase é doença crónica da pele, não contagiosa e auto-imune que pode surgir em qualquer idade. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam sobretudo os cotovelos, joelhos, palma das mãos, planta dos pés, costas, região lombar e couro cabeludo. Nos casos mais graves as lesões cobrem extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afectadas, com alterações que variam entre o quase imperceptível e a sua destruição.
Sabe-se que é uma doença geneticamente determinada, que envolve alterações no funcionamento do sistema imunitário, que provocam inflamação e o aumento da velocidade de renovação das células da epiderme (camada mais superficial da pele). Mas a doença pode ainda derivar de outros factores, sejam eles imunitários ou ambientais (queimaduras solares grave, irritação da pele, cremes, infecções estreptocócicas – especialmente nas crianças -, contusões, arranhões, entre outros).
Dos três factores referidos, a genética é o que maior relevo ocupa. O facto de ser geneticamente determinada não implica que a hereditariedade de pais para filhos seja obrigatória. Contudo, verifica-se uma maior probabilidade de aparecimento da doença em pessoas que tenham familiares portadores da mesma.
Os acontecimentos stressantes, a má alimentação e a ingestão de bebidas alcoólicas podem também desempenhar um papel no despoletar da doença.
A doença pode afectar homens e mulheres em qualquer idade, embora a medicina já tenha identificado duas fases especialmente críticas: início da fase adulta e após os 40 anos de idade. Além disso, surge com mais frequência nos países de clima frio. A falta da luz do sol e o aumento da secura da pele por causa do frio e dos aquecimentos são considerados factores de risco.
A psoríase é uma doença inestética e estigmatizante que pode ter um forte impacto psicológico e social nos doentes porque condiciona relações familiares, sociais e profissionais. Na mulher, todos estes factores parecem assumir maior relevo, nomeadamente se ocorrer envolvimento da face, couro cabeludo, mãos, unhas ou órgãos genitais. As doentes têm ainda de lutar contra o custo elevado dos produtos de higiene e hidratação da pele, bem como dos champôs recomendados pelo dermatologista ou farmacêutico.
Cuidados e tratamento
Não existe uma cura definitiva para a psoríase, mas sim um conjunto variado de tratamentos, cujo uso isolado ou em associação permite controlar os sintomas na maioria dos casos. Cada doente tem a sua especificidade, pelo que estas terapêuticas devem ser usadas criteriosamente, de acordo com as indicações adequadas para cada caso e a respectiva fase de evolução. São elas as terapêuticas tópicas (cremes e loções), a exposição solar, a fototerapia e a utilização de medicamentos sistémicos. Aconselha-se um estilo de vida saudável, procurando evitar o stress, alternando períodos de repouso e lazer, dormir bem e usar roupa confortável.
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