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Mais saúde através da tradição

16 Dezembro, 2008 0

A dieta mediterrânica nasceu da confluência de características geográficas, climatéricas, agrícolas, históricas, culturais e económicas, presentes nos países situados na bacia do mediterrâneo. Conjugando simplicidade, variedade e sabor, o padrão alimentar destes países chamou a atenção de vários investigadores.

Nos anos 50 e 60, o Dr. Ancel Keys levou a cabo o “Estudo dos Sete Países”. Neste ensaio, analisa os hábitos alimentares, a pressão sanguínea e os níveis de colesterol de cerca de 13.000 homens, residentes na Itália, Grécia, ex-Jugoslávia, Países Baixos, Finlândia, Estados Unidos da América e Japão. E verifica que a mortalidade por doenças cardiovasculares era mais baixa na Grécia, Itália e Jugoslávia.

Tentando encontrar a justificação para estas diferenças na mortalidade, vários estudos foram posteriormente conduzidos, apontando a alimentação tradicional dos países mediterrânicos como factor promotor de saúde. A dieta mediterrânica inclui quatro dimensões essenciais: o tipo de alimentos consumidos, o padrão das refeições, os métodos de confecção e a actividade física (que tradicioanlmente é praticada regularmente e integrada na rotina diária).

Relativamente ao tipo de alimentos consumidos, a dieta mediterrânica caracteriza-se por um abundante consumo de produtos hortícolas, hortaliças, legumes, frutos (frescos e secos), cereais e leguminosas. Quer seja para culinária, tempero ou como substituto da manteiga no pão, o azeite ocupa um lugar de destaque na alimentação dos países mediterrânicos. O consumo de leite, queijo, peixe, aves e ovos é tradicionalmente moderado. As carnes vermelhas e doçarias estão reservados essencialmente para dias festivos.

Refeições coloridas
O padrão de refeições caracteriza-se por 3 a 5 refeições diárias feitas em ambiente calmo e familiar. O pequeno-almoço é uma refeição reforçada, na qual o pão, cereais e a fruta são alimentos previlegiados. O jantar é tradicionalmente uma refeição mais ligeira do que o almoço. Legumes, hortaliças, leguminosas, pão e saladas, cozinhados de várias formas, constituem a base das principais refeições. O consumo de vinho (especialmente tinto) é moderado e acompanha o almoço ou o jantar. A água, chá e infusões sem açúcar são bebidas em abundância ao longo de todo o dia e também às refeições.

De um modo geral, os métodos culinários característicos da cozinha mediterrânica são simples e de fácil execução. Sopas, ensopados, estufados, cozidos, grelhados são os métodos mais utilizados. Cebola, alho, tomate, ervas aromáticas e especiarias são usados com abundância e em combinações variadas, dispensando muitas vezes a adição de sal aos diversos pratos.

A combinação das quatro dimensões descritas constrói um padrão nutricional: energeticamente equilibrado (ou seja: em que as calorias consumidas estão geralmente em equilibrio com as calorias gastas), rico em fibras, hidratos de carbono complexos, vitaminas, minerais e outros micronutrientes protectores, elevado conteúdo em gordura monoinsaturada e baixo conteúdo em gordura saturada.

Estas características alimentares e nutricionais traduzem-se em diversas vantagens para a saúde incluindo um menor risco de: hipertensão arterial, colesterol elevado, obesidade, obstipação e doenças cardiovasculares. Deste modo, a dieta mediterrânica deve ser salientada como uma excelente forma para promover a saúde e proteger da doença.

“Os métodos culinários característicos da cozinha mediterrânica são simples e de fácil execução”

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