Doentes com Psoríase: até 79% poderão ser afectados no couro cabeludo - Médicos de Portugal

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Doentes com Psoríase: até 79% poderão ser afectados no couro cabeludo

1 Julho, 2008 0

A Psoríase é uma das doenças de pele mais comuns, que além da marcada perturbação funcional, é responsável por distúrbios emocionais num número significativo de doentes.

Incurável e com surtos de intensidade variável, penaliza numa fase inicial sobretudo o couro cabeludo, estimando-se que até 79% dos doentes portadores da patologia possam apresentar envolvimento desta zona.

De acordo com um estudo do Observatório Nacional de Saúde realizado em 2004 (ONSA), existem em Portugal cerca de 124 mil pessoas que sofrem de Psoríase e, destes, 98 mil têm envolvimento do couro cabeludo.

A Psoríase no Couro Cabeludo, ao contrário de outras zonas do corpo que podem ser escondidas pelo vestuário, é a localização que mais afecta os doentes em termos psicológicos e emocionais, uma vez que se trata de uma área exposta e normalmente de elevada carga estética e simbólica. Reacções emocionais de vergonha, embaraço, autoconsciência e comiseração, ansiedade, hostilidade, desespero e depressão, são apenas algumas das consequências psicológicas desta doença que além de se fazer sentir na pele, deixa marcas bastante mais profundas.

Mas é a perda da auto-confiança e da auto-estima, com compromisso do funcionamento social (actividades sociais, laborais e carreira profissional), que mais se verifica entre os doentes. Estes revelam mesmo, quando avaliados por questionário de qualidade de vida, uma repercussão da doença a nível físico e mental, de grau comparável à observada no cancro, artrite, hipertensão, doença cardíaca, diabetes e depressão.

Em termos de consequências da psoríase do couro cabeludo nos sistemas de saúde, calcula-se que esta doença representa cerca de 1% da despesa total de saúde nos países europeus, contribuindo ainda para o aumento do absentismo por doença e custos económicos indirectos substanciais.

Apesar de algum investimento feito em Portugal na área da Psoríase
continuam a subsistir lacunas. O envolvimento do couro cabeludo pode ser controlado eficazmente com medicamentos tópicos, poupando recursos de saúde que podem ser aplicados aos casos muito graves. Alguns destes medicamentos tópicos são produzidos especificamente para responder a essas lacunas, entre elas a dificuldade dos doentes em cumprirem, no dia a dia e por rotina, a terapêutica prescrita pelo médico.

Nos próximos anos, prevê-se que a população psoriática cresça ao mesmo ritmo que a população em geral. A população portuguesa passará para 10,7 milhões em 2010, sendo possível estimar que o total de doentes com Psoríase a procurar tratamento seja de 192.600, em 2010, entre os quais 152.154 apresentarão envolvimento do couro cabeludo.

De acordo com o Dr. Rui Bello, médico dermatologista do Hospital Militar de Belém, “a Psoríase é uma doença cutânea de evolução crónica, com surtos de intensidade variável intervalados por períodos de remissão. É incurável e pode ser responsável, em número significativo de doentes, por distúrbios emocionais. A Psoríase do Couro Cabeludo – ao contrário de outras zonas do corpo camufladas pelo vestuário – corresponde à localização que mais penaliza estes doentes, por ser uma área exposta e normalmente investida de forte carga estética e simbólica”.

Para o Presidente da PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase, Dr. João Cunha, “a Psoríase do couro cabeludo é, em muitos casos, a primeira manifestação desta doença que pode atingir qualquer parte do corpo e, em alguns casos, tem um impacto psicológico muito grande. Com base no estudo que a PSOPortugal apresentou em Abril passado, cerca de 60% dos doentes de Psoríase têm lesões no couro cabeludo. Além dos casos diagnosticados, acreditamos que algumas pessoas tenham Psoríase no Couro Cabeludo sem ter sido ainda diagnosticada, porque muitas das vezes é confundida com uma simples caspa. Muitos dos doentes de Psoríase com este tipo de lesões são discriminados pelo aspecto da sua pele ou cabelo, mas também pela descamação provocada pela Psoríase. É imprescindível que o SNS reconheça esta doença como crónica para que todos os doentes tenham acesso às terapias mais eficazes, reduzindo assim, o impacto que esta doença tem na qualidade de vida de cerca de 250 mil pessoas em Portugal.”

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