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Coração no feminino

26 Setembro, 2013 0

Quando se pensa em doença cardíaca pensa-se com mais probabilidade no masculino. Mas a verdade é que o coração da mulher também corre riscos. Surgem é mais tarde e com sintomas mais discretos.

A doença cardíaca é associada com mais frequência ao género masculino do que ao feminino, o que pode alimentar a ideia de que as mulheres estão mais protegidas. Mas na verdade as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte também entre as mulheres, mais do que as doenças oncológicas.

Na origem desta menor sensibilidade para o impacto da doença cardíaca na qualidade de vida e na sobrevivência das mulheres pode estar o facto de os problemas acontecerem mais tardiamente do que nos homens e, de além disso, os sintomas serem mais subtis.

Dor e opressão no peito, espalhando-se para o braço esquerdo, é um dos sintomas mais conhecidos da doença cardíaca. Nos homens é mesmo o mais frequente. Mas nas mulheres manifestam-se outros sinais que não são, de imediato, associados ao coração: dificuldade em respirar, náuseas ou vómitos, sensação de indigestão, fadiga, ansiedade são alguns deles. Ora estes sinais podem ter muitas outras causas, desde logo stress e até depressão, pelo que não se pensa no coração em primeiro lugar. Em consequência, a doença pode acabar por ser ignorada e diagnosticada mais tarde do que nos homens.

Aliás, nas mulheres, a doença surge numa fase mais avançada da vida do que nos homens, muitas vezes associada à menopausa. A explicação reside nas hormonas femininas, nomeadamente nos estrogénios, que parecem ter um efeito protector sobre o coração e as artérias. Durante a idade adulta, as mulheres estão, pois, mais salvaguardadas da doença cardíaca, aumentando o risco com a “chegada” da menopausa. Há uma menor produção hormonal, associada ao declínio da fertilidade feminina, o que aumentará a vulnerabilidade do coração aos factores de risco. Homens e mulheres passarão, assim, a ter probabilidades semelhantes de doença cardíaca.

Ainda assim, não é uma fatalidade. Antes pelo contrário, esta diferença em relação aos homens pode ser uma vantagem para as mulheres pois têm os anos anteriores à menopausa – a maior parte da vida, afinal, para reduzirem o risco de doença cardíaca. Há factores que não podem ser modificados: é assim com a hereditariedade, na medida em que a doença cardíaca tende a predominar em certas famílias, nomeadamente devido à genética, mas também devido aos comportamentos adquiridos.

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Sabe-se que membros de uma mesma família tendem a praticar o mesmo tipo de alimentação, a ter a mesma relação com o exercício físico e a exibir hábitos idênticos, como fumar (ou não). Mas há outros factores que podem ser alterados, nomeadamente os que estão associados ao estilo de vida (ver caixa).

Em matéria de doença cardíaca não há risco zero. Nem para homens nem para mulheres. Quer eles, quer elas, podem e devem zelar pela saúde do coração.

 

Prevenir o risco

A saúde do coração está ao alcance de todos nós e passa, essencialmente, pela adopção de um estilo de vida saudável, independentemente do género. Assim: 

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