Boletim polínico ajuda a prevenir alergias
Com a chegada da Primavera, chegam também as preocupações com os pólenes das plantas que são, frequentemente, responsáveis por alergias. Falamos particularmente das gramíneas, como os fenos e relva, assim como de ervas, como a parietária e ainda das árvores como o cipreste e a oliveira.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) preocupa-se com estas questões relacionadas com as doenças alérgicas, em particular a rinite alérgica e a asma. Estas são patologias cuja prevalência (número de casos existentes num determinado período) está a aumentar em Portugal, estimando-se que mais de dois milhões de portugueses sofram de rinite alérgica.
Os factores que justificam este crescimento estão relacionados com aspectos genéticos, factores ambientais e mudanças de estilo de vida. Informar a população sobre esta realidade é a medida mais indicada quando o objectivo é sensibilizar a população em geral, e os doentes em particular, para as questões da prevenção.
Nesse sentido, a SPAIC apresenta um serviço público inovador, o Boletim Polínico que tem por objectivo informar a população sobre os pólenes mais frequentes em Portugal. Semanalmente, a SPAIC garante, em colaboração com biólogos da Universidade de Évora, e em parceria com a Schering-Plough, a recolha e tratamento de dados que quantificam os pólenes mais frequentes em cinco localizações do território Continental: Norte, Centro, Estremadura, Alentejo e Algarve. À semelhança do que acontece com a Meteorologia, o Boletim Poliníco divulga para cada zona do país, os três pólenes clinicamente mais prevalentes.
Importa referir que, as concentrações de pólenes existentes no ar, dependem do ciclo de polinização, que é específico para cada planta, sendo ainda influenciadas pelas condições climatéricas existentes em cada ano. Com base nos dados recolhidos em anos anteriores, a SPAIC elaborou os calendários polínicos (ver figuras) que apresentam os níveis de pólenes ao longo do ano para cada região. Na Primavera, as concentrações de pólenes aumentam com a subida da temperatura, na ausência de chuva e com o vento.
Para o doente alérgico, o Boletim Polínico é fundamental, uma vez que, informando o doente sobre as concentrações polínicas previstas, este pode actuar preventivamente, através de atitude terapêutica (ex: anti-histamínicos, corticóides intranasais, etc.) e instituindo medidas para reduzir a exposição aos pólenes. Desta forma, o doente com rinite alérgica ou com outras doenças alérgicas, evita os sintomas incomodativos e melhora significativamente a sua qualidade de vida e da sua família.
Algumas sugestões da SPAIC
Programe as suas férias:
Para evitar o contacto com um pólen específico a que seja alérgico, programe as suas férias elegendo locais de baixas contagens polínicas (ex. neve, praia,…). Poderá saber a altura de polinização máxima pela consulta do Boletim Polínico.
Evite realizar actividades ao ar livre:
Evite realizar actividades ao ar livre quando as concentrações polínicas forem elevadas. Passeios no jardim, cortar a relva, campismo ou a prática de desporto na rua, irão aumentar a exposição aos pólenes e o risco para as alergias.
Mantenha as janelas fechadas:
Sempre que viajar de carro tenha as janelas fechadas. Assim poderá passear reduzindo significativamente o contacto com os pólenes. Os motociclistas deverão usar capacete integral. Em casa, deverá manter as janelas fechadas quando as concentrações dos pólenes forem elevadas.
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