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Bate, Bate Coração

16 Outubro, 2014 0

Em jeito de comemoração do Dia Mundial do Coração a 29 de setembro, vamos falar deste pequeno e vital “instrumento” do nosso organismo. O coração é um órgão fundamental: bombeia o sangue através do sistema circulatório, e é graças a ele que o organismo recebe o oxigénio e os nutrientes de que precisa. No entanto, na presença de doenças cardiovasculares, este sistema deixa de funcionar corretamente, podendo também afetar o funcionamento de todos os outros órgãos que, em situações graves, podem levar à morte.

Localizado na nossa caixa torácica, situa-se entre os pulmões. Para entender melhor, o tamanho do nosso coração equivale, aproximadamente, a um punho fechado.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) explica como é que o coração funciona: “Esta máquina cardiovascular representa um circuito fechado e contínuo, no qual o sangue circula sempre no mesmo sentido: as artérias transportam o sangue oxigenado (ou arterial) para todo o corpo; as veias transportam o sangue venoso (já com pouco oxigénio), de volta ao coração”. É um músculo que nunca se cansa, bate 70 a 80 vezes por minuto. Fantástico, não é? Apesar de muitas pessoas desvalorizarem os fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, é importante identificá-los e avaliá-los precocemente, de forma a impedir o aparecimento e agravamento destas doenças.

As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte nos países desenvolvidos, incluindo Portugal. A FPC distingue os fatores de risco cardiovascular em não-modificáveis e modificáveis. Os fatores de risco não-modificáveis são aqueles sobre os quais não temos qualquer poder de intervenção, como é o caso da hereditariedade, sexo e idade. Já no caso dos fatores de risco modificáveis, como o nome indica, estes podem ser alvo de prevenção. São eles: o tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemia (alteração nos níveis de gordura no sangue) e o stress. Assim, o estilo de vida pouco saudável, adotado pela maioria das pessoas hoje em dia, pode ter um impacto significativo na saúde do seu coração e sistema cardiovascular.

Os maus hábitos alimentares e a falta de prática de atividade física têm elevado os números de doentes cardiovasculares. Embora apelativas e saborosas, as ditas refeições fast food são um dos maiores perigos para o sistema cardiovascular. Alguns sinais e sintomas podem indicar que o seu sistema cardiovascular não está a funcionar corretamente e, nesse caso, deve informar o seu médico. São eles:

> Fadiga e fraqueza
> Dificuldade em respirar quando faz algum esforço e/ou quando está deitado
> Veias do pescoço muito pronunciadas
> Inchaço nas pernas, nos tornozelos e nos pés
> Inchaço abdominal
> Aumento de peso súbito devido à retenção de líquidos
> Falta de apetite e náuseas
> Dificuldade de concentração e diminuição da atenção
> Batimentos cardíacos irregulares ou acelerados

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DICAS PARA UM CORAÇÃO SAUDÁVEL

Faça uma alimentação saudável, reduza as gorduras, a ingestão de sal e modere o consumo de álcool. Aumente a ingestão de legumes, frutas e cereais integrais, dê mais lugar ao peixe nas suas refeições. Deixe de fumar, a nicotina provoca a contração dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e o monóxido de carbono inalado assume o lugar do oxigénio, fazendo com que este seja transportado em menor quantidade para os seus órgãos. Pratique atividade física durante 30 a 60 minutos por dia. Para além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, ajuda-o a controlar o seu peso e os níveis de stress, melhora o sono e a digestão, e aumenta a energia, contribuindo para o bem-estar geral. Controle a sua pressão arterial, o colesterol, e faça um esforço para controlar o stress, se necessário, com a ajuda de técnicas de relaxamento.

COLESTEROL

O colesterol é um tipo de gordura maioritariamente produzida pelo nosso organismo, podendo também ser obtido através da ingestão de alguns alimentos, particularmente os de origem animal, como a carne, os ovos e os produtos lácteos. No nosso corpo, o colesterol desempenha funções muito importantes, sendo fundamental para a produção de vitamina D e hormonas, para a manutenção da integridade das nossas células e para a digestão, já que está presente na composição dos ácidos que a promovem. O seu excesso é, no entanto, prejudicial, pois pode aumentar o risco de desenvolver algumas doenças cardiovasculares.

Mas o que pode não saber é que existem dois tipos de colesterol: o bom e o mau. O mau colesterol, ou colesterol LDL, deposita-se nas paredes das artérias podendo formar uma placa de gordura e obstruí-las.

Por sua vez, o bom colesterol, ou colesterol HDL, contribui para a eliminação do excesso de colesterol presente no sangue, impedindo o seu depósito e a formação de placas de gordura. Alguns alimentos podem contribuir para aumentar o bom colesterol. São eles: vegetais, fruta (incluindo frutos secos como nozes, avelãs e amêndoas), leguminosas (feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, soja e lentilhas), peixe (preferencialmente atum, cavala, salmão, sardinha, truta e sável) e carnes brancas (aves e coelho). Se pretende eliminar o mau colesterol, terá de reduzir ou até eliminar da sua alimentação as carnes vermelhas, os laticínios gordos (prefira leite, iogurtes e queijos com baixo teor em gordura), os doces, bolachas e produtos de pastelaria, os enchidos, fast food e as refeições “prontas a consumir”.

HIPERTENSÃO

A hipertensão arterial é um dos principais factores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como, por exemplo, o AVC (Acidente Vascular Cerebral), enfarte do miocárdio, aneurisma, entre muitas outras. Para reduzir a hipertensão arterial, há medidas não farmacológicas simples e efetivas que pode tomar: reduza a ingestão de sal e de bebidas contendo cafeína (por exemplo, o café, o chá e bebidas energéticas), diminua o consumo de álcool e deixe de fumar, reduza o seu peso corporal (caso sofra de obesidade ou excesso de peso), pratique exercício físico e prefira uma dieta variada e equilibrada. No caso destas medidas não serem suficientes, pode ser necessário recorrer a terapêutica com medicamentos específicos, pelo que deve consultar o seu médico.

Cada vez mais frequente, a hipertensão apresenta-se como uma doença crónica que é determinada pelos níveis elevados de pressão sanguínea nas artérias. Quando tal acontece, o coração tem a necessidade de exercer um esforço ainda maior do que é normal, para que o sangue circule pelo corpo. A hipertensão é, na maioria dos casos, silenciosa, o que significa que não apresenta sintomas.

Assim, é importante que faça medições com alguma regularidade, podendo recorrer à sua farmácia para este fim. Para avaliar a pressão arterial é necessário medir os níveis correspondentes à pressão sistólica (quando o músculo cardíaco contrai) e diastólica (quando o músculo cardíaco relaxa), sendo os resultados expressos em milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão sanguínea considera-se normal quando a pressão sistólica se situa entre 120 e os 129 mmHg e quando a pressão diastólica se situa entre 80 e 84 mmHg.

PREVINA-SE

Há, no entanto, alguns sinais de alarme que, por serem indicativos de situações de emergência, requerem uma atuação imediata. Assim, é importante que os saiba reconhecer:

“Ataque” cardíaco
> Sensação de pressão, dor, aperto ou desconforto no peito;
> Sensação de desconforto na parte superior do corpo (braços, pescoço ou estômago);
> Falta de fôlego, náuseas, vómitos e suores frios.

Acidente Vascular Cerebral (AVC )
> Sensação de formigueiro na cara, braço ou perna;
> Dificuldade em falar e de compreensão;
> Dificuldades de visão;
> Dificuldade em andar, equilibrar-se ou coordenar os movimentos;
> Dor de cabeça forte sem causa aparente.

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