Alergias: Não há duas sem três…

Quando o organismo contacta com uma substância nociva ao seu funcionamento, reage ao “inimigo”!… Esta resposta imunológica define a alergia, agrupável em três tipos: respiratórias, alimentares e dermatológicas. Ainda que as primeiras sejam as mais comuns.
Estamos no tempo das alergias, especialmente as do foro respiratório. São as leis da Primavera a dizer de sua justiça, convocando pólens que andam no ar numa roda-viva e que mexem com as pessoas mais atreitas a estados alérgicos… E se é verdade que a época primaveril traz consigo – a par de todas as coisas que são aprazíveis e animadoras, desde logo a luz do Sol que tão positivamente nos ilumina – como que uma poeira dissimulada de que, muitas vezes, só nos apercebemos porque espirramos ou pingamos do nariz ou sentimos um corpo estranho nos olhos, não menos certo é que cada vez nos faria melhor dedicar mais tempo do dia – mais minutos que sejam – a um passeio ao ar livre, de preferência, em convívio com a Natureza, longe dos espaços fechados – eles sim, autênticos redutos “amigos das alergias”…
Respiratórias, alimentares e dermatológicas, as primeiras são, manifestamente, as mais comuns, incluindo a febre dos fenos ou rinite alérgica sazonal, a rinite alérgica perene e a asma.
Mas, como não há duas sem três, vejamos o essencial que importa conhecer e sublinhar relativamente a cada grupo de alergias.
Respirar fundo
Asma e rinite estimuladas pelo pólen e bolores são duas das principais manifestações das alergias respiratórias, porque uma vez inalado o agente agressor, o organismo activa a libertação das histaminas, resultando em inflamação, comichão, espirros e produção excessiva de muco nasal. Também os olhos ficam irritados, ganhando uma cor avermelhada e lacrimejando constantemente. Por isso, os anti-histamínicos são fármacos úteis para conter os sintomas da rinite, bloqueando a libertação de histamina. A rinite não tem idade para se manifestar, ao contrário da asma, mais típica da infância e caracterizada pela inflamação e constrição das vias respiratórias.
Sempre que há exposição a agentes irritantes – como os ácaros, pêlo de animais domésticos, fumo do tabaco ou vapores fortes, como os de tintas e lacas – pode desencadear-se uma crise de asma nos indivíduos alérgicos, durante a qual a falta de ar se conjuga com uma tosse seca e pieira. Depois é sempre a piorar, com a respiração a tornar-se ofegante e com efeitos nos níveis de ansiedade e cansaço. Nas crises mais graves, há mesmo uma diminuição do oxigénio no sangue, o que confere um tom azulado à pele.
Diminuir a inflamação e desobstruir as vias respiratórias é o primeiro objectivo do tratamento, mediante a inalação de anti-inflamatórios e de broncodilatadores.
Não como!…
As alergias alimentares sucedem com menos frequência do que se pensa, porque grande parte das situações são pseudo-alergias; ou seja, trata-se de reacções que traduzem intolerância e não alergia.
Os sinais são comuns, a gravidade é que difere, uma vez que a alergia alimentar pode evoluir para anafilaxia, que, se não tratada imediatamente com adrenalina injectável, pode conduzir à perda de consciência e ter um desfecho fatal.