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Depressão sazonal: Quando a luz é ouro

13 Fevereiro, 2017 0
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“Primavera em flor no Sol de Inverno” versava Jerónimo Bragança na canção imortalizada por Simone de Oliveira. Nada como a luz desses dias para contrariar a depressão sazonal. Aproveite…

O Inverno está associado ao frio e os seus dias sombrios não abonam muito ao despertar de sensações positivas. Para muitas pessoas, é mesmo sinónimo de mal-estar que extravasa para uma forma patológica. A depressão sazonal é bem real e tende a desaparecer assim que raiam os tons primaveris, bem mais iluminados.

Afinal, a ausência de luz é a grande responsável pela depressão sazonal. Do mesmo modo que o tempo varia com as estações do ano, o ritmo circadiano dos indivíduos propensos a este tipo de depressão ressente-se. Um dos primeiros sinais de alerta são as alterações no padrão de sono (dormir demais ou ter dificuldade em dormir).

Mesmo dormindo mais horas, não significa descansar, na medida em que o sono, que se quer reparador, é agitado, impedindo o despertar revigorante para um novo dia. A verdade é que o despertador pode tocar, mas a vontade de sair dos cobertores é escassa, muito escassa.

Acordando cansado, o indivíduo resiste a levantar-se e quando o faz tende a levar a sonolência ao longo do dia, além de uma irritabilidade frequente. Os contratempos do quotidiano, por mínimos que se afigurem, assumem então importância exagerada, desencadeando stresse, angústia e uma sensação de vazio.

Equador amigo

As pessoas que sofrem de depressão sazonal não têm um perfil típico. Esta não escolhe sexo nem idade, nem sequer discrimina ocupações profissionais ou grupos socio-económicos. Mas as crianças também podem ser afectadas.

Uma das conclusões mais sólidas é a correlação positiva da doença com a distância do Equador, por causa do tempo de luz. À medida que a órbita do Sol se torna mais baixa e as horas do dia mais curtas, maior é a incidência da depressão sazonal.

Os investigadores associam as mudanças bioquímicas inerentes à depressão sazonal com a exposição à luz forte.

A melatonina – hormona que regula o sono – é segregada no escuro, enquanto a serotonina, neurotransmissor que regula o humor, a energia e o apetite, atinge o pico quando a pessoa é exposta à luz brilhante.

Como, durante o Inverno, o número de horas de claridade é inferior ao número de horas de escuridão, a desregulação dos ritmos diários será a responsável pela depressão sazonal.

Mas, atenção. A depressão sazonal não é exclusiva do Inverno, podendo manifestar-se também noutras alturas do ano, atingindo pessoas cujo ambiente é sombrio, que passam os dias em ambientes sem luz natural. Claro que a latitude nem sempre é responsável pela alteração do ritmo biológico, podendo o risco de incidência aumentar em regiões que, mesmo sendo próximas do Equador, apresentam dias nublados na maior parte do ano.

O que sabemos é que a luz funciona como o elo comum a estas diversas situações – assim, se a moral desce quando a luminosidade diminui, então deve ser a luz a porta de saída da depressão.

Esta lógica sensata tem mesmo aplicação, sendo recomendável aproveitar o melhor possível o Sol de Inverno! Abra as janelas, desfrute de um passeio ao ar livre, antecipe o despertar, prefira gozar as férias em países mais… tropicais, plenos de Sol.

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