Simpósio promovido pela Fundação Bial chega ao fim » Recordar “Aquém e Além do Cérebro” - Médicos de Portugal

A carregar...

Simpósio promovido pela Fundação Bial chega ao fim » Recordar “Aquém e Além do Cérebro”

4 Abril, 2007 0

O Simpósio “Aquém e Além do Cérebro” promovido pela Fundação Bial chegou ao fim. Muitas respostas e avanços científicos foram apresentados e muitas mais questões foram levantadas para futuras pesquisas científicas.

Reunir num único espaço e momento um conjunto tão relevante de prestigiados investigadores mundiais na área das Neurociências foi um dos desafios colocados à organização do evento. Segundo Alexandre Castro-Caldas, um dos elementos da Comissão Organizadora, “as investigações agora apresentadas contribuíram para explorar novos caminhos sobre o funcionamento do cérebro e comportamento humano e perspectivar a aplicação dos resultados dos estudos científicos”.

“A reunião dos bolseiros da Fundação Bial, de outros investigadores e de alguns dos maiores nomes mundiais na área das Neurociências permitiu aproximar diferentes áreas de conhecimento científico e abrir a discussão para novos caminhos da investigação”, referiu Luís Portela, Presidente da Fundação Bial, no final do Simpósio. Reconhecida como uma referência na investigação científica a nível internacional, a Fundação Bial convidou os maiores especialistas mundiais a apresentar os mais recentes avanços científicos e deu a conhecer os resultados finais dos projectos de investigação dos seus Bolseiros.

Durante o 6º Simpósio, 68 investigadores portugueses e estrangeiros que receberam Bolsas de Investigação Científica da Fundação BIAL apresentaram os seus estudos em áreas tão diversas como experiências excepcionais, anorexia nervosa, esquizofrenia, telepatia, intuição entre outras.

Este encontro foi também palco do anúncio do lançamento da 7ª edição das Bolsas de Investigação Científica dirigida às áreas da Psicofisiologia e da Parapsicologia. O prazo para entrega das candidaturas terminará em 31 de Agosto sendo que cada projecto aprovado pelo Conselho Científico da Fundação Bial beneficiará de um subsídio pecuniário entre €5 000 e €50 000.

Alterar a capacidade de memória pode ser uma realidade a médio prazo

A possibilidade de alterar a médio prazo a capacidade de memorização através da manipulação molecular e genética foi uma das revelações anunciadas por Alcino Silva. Segundo este prestigiado investigador português, actualmente estão já a ser realizadas diversas experiências científicas a nível internacional neste domínio.

Ainda na primeira sessão do Simpósio, dedicada à “Neurociência da Memória”, o holandês Menno Witter, John Aggleton da Universidade de Wales do Reino Unido e Guillén Fernández da Universidade de Radboud na Holanda, abordaram as estruturas cerebrais responsáveis pelo armazenamento, funcionamento e evocação da memória.

O que se pode esperar das revelações de crianças vítimas de maus-tratos foi a questão a que Mitchell Eisen tentou dar resposta na segunda sessão dedicada à temática “Memória e Experiências Excepcionais”. Abordando a teoria psicológica e suas implicações práticas para os clínicos e para os profissionais da área jurídica que trabalham com crianças abusadas, Mitchell Eisen, Director do Programa de Psicologia Forense da Universidade do Estado da Califórnia, garantiu que não existem diferenças entre as falsas memórias e as memórias verdadeiras, o que torna todo o processo de investigação bastante complexo.

A forma como estes testemunhos são contextualizados na vida das crianças e o modo como as entrevistas são conduzidas, e na maioria dos casos repetidas por diversos intervenientes no processo de investigação, são determinantes nos testemunhos das crianças e na formação de falsas memórias nas vítimas.

Os efeitos do stress e de situações traumáticas interferem igualmente de forma muito evidente na memória e na sugestibilidade das crianças.

O segundo dia de trabalhos do Simpósio foi igualmente marcado pela intervenção de Lia Kvavilashvili. Professora de Psicologia Cognitiva, na Universidade de Hertfordshire, em Inglaterra. Lia Kvavilashvili apresentou estudos sobre as memórias “relâmpago” em torno da morte da princesa Diana e dos atentados de 11 de Setembro de 2001, revelando que este tipo de memórias têm um elevado grau de fiabilidade. Estes resultados apontam claramente para que no futuro os depoimentos espontâneos de testemunhas tenham presente a estabilidade e veracidade deste tipo de memórias.

A última sessão de trabalhos do Simpósio subordinada ao tema “Memória e a Parapsicologia”, contou com a participação de John Palmer, investigador do Hospital Universitário de Zurique, de Richard Broughton da Universidade de Nothampton em Inglaterra e dos norte-americanos Rex Stanford e Sthephen Braude. Esta sessão abordou o papel da memória na investigação parapsicológica experimental e em experiências paranormais.

A forma como a convicção no paranormal e a tendência para relatar experiências aparentemente paranormais está relacionada com um número de variáveis psicológicas, como a dissociatividade, predisposição para fantasias, e a susceptibilidade hipnótica foi o tema em discussão.

Os Simpósios “Aquém e Além do Cérebro”, criados em 1996 pela Fundação BIAL, realizam-se de dois em dois anos, sendo actualmente uma referência junto da comunidade científica internacional. Criada em 1994 pelos Laboratórios BIAL e pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, a Fundação Bial promove igualmente o Prémio BIAL – um dos maiores prémios europeus no campo da saúde – e Bolsas de Investigação Científica.

Páginas: 1 2 3

ÁREA RESERVADA

|

Destina-se aos profissionais de saúde

Informações de Saúde

Siga-nos

Copyright 2017 Médicos de Portugal por digital connection. Todos os direitos reservados.