Quem é quem? Dra. Eugénia Rodrigues. Para mim medicina é paixão na globalidade
Eugénia Rodrigues é médica de Clínica Geral no C.S. Carnaxide, Extensão de Linda-a-Velha, onde dá consultas de Saúde Infantil há cerca de ano e meio. Desde sempre trabalhou com crianças e é deste modo que se sente realizada. O Jornal do Centro de Saúde foi conhecê-la melhor.
Sendo médica de Clínica Geral, como surgiu o seu trabalho na Saúde Infantil?
Iniciei a minha carreira em 1984. Sou assistente de Clínica Geral embora toda a minha vida tenha trabalhado na área da Saúde Infantil. É uma área que me é querida.
Fiz o meu internato geral no Hospital de Vila Franca de Xira onde acompanhei sempre o serviço de pediatria. Eu fiquei à espera de concurso para pediatria mas quando chegou a minha vez, a vaga era em Setúbal. Eu já tinha uma casa de família e filhos. Tinha a vida organizada e não me dava jeito mudar para Setúbal. Como também gosto de Clínica Geral, foi o que escolhi mas continuei sempre liga à Saúde Infantil. Depois fui para o C.S. de Alhandra, também na Saúde Infantil e fiz muitos anos (nessa mesma altura) as urgências de pediatria do Hospital de Vila Franca de Xira. Foi nessa altura que eu aprendi muito.
Gosta mais do trabalho hospitalar ou o do C.S.?
A mim dá-me muito prazer trabalhar no C.S. com as crianças pela vertente da medicina familiar que eu aprendi porque nos ensina a ver o indivíduo num contexto muito globalizado.
A medicina hospitalar é muito mais vocacionada para a doença e muito menos vocacionada para a família. Eu gosto muito de fazer uma consulta no C.S. porque ela se insere no contexto da família e a maioria das crianças não vêm em situação de doença.
Também adoro fazer serviços de urgência e serviços de atendimento mas gosto de o fazer pontualmente.
Tem alguma actividade profissional que desenvolve em paralelo com o do C.S.?
Sim. Tenho consultório meu, em Lisboa e outro em Alhandra, em colaboração com um colega, onde também dou consultas de Saúde Infantil até aos 18 anos.
Tem algum projecto que pretende desenvolver com crianças e que ainda não teve oportunidade de pôr em prática?
Não tenho horário para fazer grandes coisas uma vez que tenho 35 horas semanais, vou uma vez por semana à Casa do Parque fazer assistência e os consultórios.
A minha intenção é cobrir esta população o melhor possível.
Por outro lado, gostava de assistir muitas das crianças de risco que estão na comunidade e de dar apoio às mães adolescentes e aos seus filhos. Tem sido impossível porque não há tempo, nem espaço, nem enfermeiras para ajudar.
Sente-se realizada com o seu trabalho?
Perfeitamente. Pela maneira de estar na vida, estou realizada. Aprendo sempre com as frustrações e com as desilusões. Acho que não perdi nada em ter feito a carreira de clínica geral, antes pelo contrário, ganhei imenso. Aprendi imensas coisas.
Estou satisfeitíssima porque para mim a medicina é paixão na globalidade.
Tem algum hobbie que gostasse de partilhar com os leitores do Jornal?
Gosto de coisas ligadas à natureza. Eu e o meu marido somos apaixonados por actividades ao ar livre e fazemos uma dupla. Temos duas motos quatro e um barquinho. Gosto de andar de mota, andar barco, andar em carros desportivos, de ler, de ouvir música, de passear, viajar e principalmente andar ao ar livre.
Também gosto de cinema mas não vou muito porque não estou em sítios fechados por princípio. Procuro ir, sempre que posso, para uma casa que tenho no campo.
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