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Manejo terapêutico da ejaculação prematura

30 Agosto, 2010 0

A ejaculação prematura é uma disfunção sexual relacionada com uma perturbação no ciclo da resposta sexual a nível do orgasmo, geradora de mal-estar para o próprio e fonte de dificuldades no relacionamento interpessoal.

Na EP (também conhecida por precoce ou rápida), a ejaculação e o orgasmo são persistente ou recorrentemente atingidos antes ou imediatamente após a penetração vaginal, e antes de a pessoa o desejar.

No entanto, é necessário ter em conta factores que afectam a duração da fase de excitação, como a idade, a novidade da parceira sexual e a frequência do coito.

É mais constante entre homens mais jovens, especialmente durante as suas primeiras relações sexuais e constitui a principal queixa em cerca de 30% dos homens que recorrem às clínicas de sexologia para tratamento das perturbações sexuais.

Precisando um pouco mais o conceito desta disfunção sexual, podemos dizer que segundo a DSM-IV-TR, a EP consiste em três aspectos fundamentais: ejaculação que ocorre recorrentemente com o mínimo de estímulo; ausência de autocontrolo, levando o homem a ejacular antes do momento desejado e tornando-o incapaz de mudar esse processo; fonte de sofrimento e insatisfação para o casal.

Contudo, os estudos mais recentes procuraram critérios mais objectivos para definir a EP, e para isso introduziram o critério “tempo de latência ejaculatória intravaginal”. Assim, os homens com um tempo de latência ejaculatória intravaginal inferior a um minuto são considerados EP primários.

 

Terapias essenciais

O manejo terapêutico desta situação é mais bem conseguido se incluir a mulher no tratamento e nas sessões de terapia sexual.

Um dos objectivos fundamentais da psicoterapia da EP é diminuir a pressão do desempenho do homem, a redução da ansiedade, a melhoria da auto-estima e a resolução dos problemas de relacionamento.

Uma outra modalidade de tratamento são as conhecidas terapias de Masters e Johnson, frequentemente descritas em muitos livros de auto-ajuda e que consistem nas técnicas de “parar-avançar” ou “apertão-pausa”, e cujo propósito é o homem gradualmente aperceber-se dos níveis elevados de excitação e das sensações proprioceptivas que precedem o reflexo ejaculatório, levando-o assim gradualmente a aprender o autocontrolo. Estas técnicas comportamentais clássicas continuam a ser usadas, como base, na terapia sexual, mas de forma mais elaborada e com recurso à componente cognitiva sempre presente e muito perturbadora para os doentes. As investigações actuais sugerem uma causa neurobiológica para a EP.

O processo da ejaculação é regulado pelo SNC, através da interligação de zonas sensoriais e centros motores cerebrais, envolvendo um conjunto de neurotransmissores, dos quais a serotonina desempenha um papel fundamental. Deste modo, os receptores da serotonina 1b e 2c estão envolvidos no processo de retardamento da ejaculação.

É do conhecimento médico que os agentes farmacológicos mais eficazes para a melhoria da EP são os inibidores da recaptação da serotonina, fármacos utilizados para o tratamento de problemas psiquiátricos relacionados com a ansiedade e a depressão.

Recentemente, está disponível no mercado uma substância indicada especificamente para esta perturbação: a dapoxetina. Este fármaco de administração oral, tomado uma hora antes da relação sexual, retarda a ejaculação, sem necessidade de toma diária e obviamente sem os efeitos já referidos sobre a ansiedade e a depressão.

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