Doenças da próstata afectam os homens a partir dos 50 anos
Segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU), 1/3 dos homens, acima dos 60 anos, apresentam sintomas de doenças da próstata. O diagnóstico precoce é, até ao momento, o único meio de colocar um travão ao avanço destas patologias.
Acontece, porém, que, por desleixo, muitos homens continuam a adiar uma visita regular ao médico. Para alertar para este problema, estão agendadas várias actividades, entre os dias 8 a 15 de Setembro, no âmbito da semana europeia das doenças da próstata.
Fruto do aumento da esperança de vida, uma grande percentagem dos homens, com mais de 65 anos, registam problemas de saúde associados à próstata. A situação mais frequente é a hipertrofia benigna da próstata (HBP), que se define pelo crescimento desta glândula.
Por razões que a ciência desconhece, “até ao momento, ainda não é possível explicar cabalmente este aumento do tamanho”, diz o Dr. Francisco Rolo, presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU). Sabe-se, apenas, que este órgão, cuja forma é semelhante ao de uma castanha, “sofre alteração de tamanho em 60 a 70% dos homens, com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos”.
Importa, no entanto, esclarecer que este crescimento nada tem a ver com o cancro da próstata: a situação mais grave. Segundo o presidente da APU, este problema, “circunscrito à próstata, implica uma perda de qualidade de vida, devido aos seus sintomas”, nomeadamente do tracto urinário.
“A próstata envolve a uretra e, quando cresce, tem tendência para apertar a uretra, dificultando o fluxo de urina.” Como resultado do compressão da uretra, “o jacto de urina começa a ficar mais curto, obrigando a uma micção mais frequente”. Para tratar estas complicações da HBP, são administrados fármacos que diminuem o tónus muscular da próstata e que inibem a enzima que favorece o crescimento da glândula prostática.
Diagnóstico precoce facilita cura
Segundo Francisco Rolo, “há que contrariar a ideia de que só se deve procurar um médico quando se está doente”, porque, depois de “os sintomas aparecerem, por vezes, já é tarde para actuar”.
“Se for efectuado um diagnóstico precoce, antes da manifestação de sintomas de doença, o tratamento é mais eficaz, o que eleva as hipóteses de cura, concretamente no que se refere ao cancro da próstata.” É por esta razão que está preconizada uma consulta anual, a partir dos 50 anos de idade.
Nos últimos anos, tem-se registado uma evolução positiva no tratamento das doenças da próstata, em resultado da capacidade de diagnóstico. O especialista defende que, hoje em dia, os meios de diagnóstico são muito mais avançados, não implicando exames complexos, nem dolorosos.
“Com uma ecografia ou análise de sangue já é possível detectar eventuais complicações”, indica. Nas situações de HBP, a ecografia e o exame do toque rectal (apalpação da próstata) são métodos simples de detecção desta patologia. Já no caso do carcinoma, a realização da análise do antigénio específico da próstata, também conhecido como PSA, permite despistar grande parte das situações.