O elementar sobre a lavagem das mãos
De há muito que se realça a importância de uma correcta lavagem das mãos como o primeiro marco no controlo das infecções. A própria OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelece programas que incentivam para uma correta higiene das mãos, que deve ser observada no dia-a-dia e, em especial nos estabelecimentos de saúde, de modo a prevenir infecções mais ou menos graves. A perspectiva da saúde pública está intimamente ligada à higiene das mãos.
Lavar as mãos é um passo fundamental para melhorar os padrões de saúde pública, estando intimamente relacionado com os nossos hábitos de higiene. Nos jardins-de-infância, nas escolas, nos locais de trabalho ou nos cuidados de saúde hospitalares é essencial uma correta higiene das mãos. Lavar as mãos é um dos mais eficientes métodos para a prevenção das doenças, desde a diarreia e outras perturbações gastrintestinais até à gripe e à pneumonia. Lavar as mãos é uma das medidas mais importantes para diminuir o risco de transmissão de uma infecção de uma pessoa para outra.
Deve lavar-se as mãos após tossir, espirrar, depois de contactar com pessoas doentes, depois de ir à casa de banho, praticando uma técnica correcta de lavagem (por exemplo, esfregando uma mão contra a outra, usando um sabonete líquido suave, e secando bem com um toalhete de uso único, pois só assim se previnem as fissuras da pele e se reduz a contaminação das mãos).
Não se esqueça de recorrer ao aconselhamento farmacêutico sempre que tiver dúvidas sobre a higiene enquanto medida de controlo das infecções, a começar por saber qual a técnica mais correcta da lavagem das mãos.
PORQUE É QUE A HIGIENE DAS MÃOS É UM ASSUNTO MUITO SÉRIO?
Porque as mãos transportam microrganismos que podem causar doenças. Sabe-se, por exemplo, que uma das vias mais frequentes de transmissão do vírus da gripe, entre outras, é através das mãos. Convém esclarecer sem dramatizar: nas nossas mãos existem bactérias “residentes” que exercem uma importante função da protecção contra as agressões de outros agentes patogénicos, e que raramente causam doenças. Por outro lado, os microrganismos com potencial para causar doenças podem ser adquiridos através do contacto físico com o ambiente ou contacto mão-mão ou mão-objecto. Estes microrganismos podem ser rapidamente removidos por lavagem das mãos com fricção mecânica e sabão seguida de passagem por água corrente ou ser destruídos mediante aplicação de um antisséptico.
Não merece discussão dizer-se que uma lavagem das mãos feita apropriadamente poderá impedir três dos principais modos de transmissão de doenças: fecal-oral (a gastroenterite e a hepatite A, por exemplo, podem ser transmitidas por esta via), contacto indirecto com secreções respiratórias (caso do sarampo, gripe e tuberculose) e contacto directo com fluídos corporais (herpes e varicela).
[CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE]LAVAR AS MÃOS FAZ PARTE DO DESENVOLVIMENTO HARMONIOSO DA CRIANÇA
A lavagem das mãos é um comportamento aprendido. Deve ser ensinada tal como a escovagem dos dentes ou qualquer outro comportamento que necessite de aprendizagem de regras, procedimentos, rigor e prática.
Compete aos pais e encarregados de educação explicar que em certos pontos da mão (como entre os dedos e debaixo das unhas) se podem esconder bactérias. A criança vai interiorizando que a lavagem das mãos é um mecanismo de autodefesa contra a infecção.
O pediatra Mário Cordeiro tem escrito muito sobre como lavar adequadamente as mãos. Sugere que se cumpram os seguintes passos para uma lavagem correcta:
1 – verificar se existe papel de secagem das mãos;
2 – colocar a água a uma temperatura confortável;
3 –molhar as mãos com água e aplicar sabão;
4 – esfregar as mãos vigorosamente até aparecer espuma e continuar pelo menos dez segundos, esfregando as mãos entre os dedos, leito das unhas, debaixo das unhas e na palma das mãos;
5 – passar as mãos pela água corrente a uma temperatura confortável;
6 – secar as mãos com papel disponível ou toalha de uso único limpa;
7 – se a torneira não fecha automaticamente, ou se não existe um mecanismo de fechar com o braço, deve-se fechar a torneira envolvendo as mãos com o papel ou com a toalha. E o pediatra adianta que “nos infantários e jardins infantis (e até em casa) é desejável o uso de sabão líquido pois embora o sabão sólido, por si, não esteja implicado na transmissão de bactérias, ao ficar imerso em água – seja na saboneteira, seja no lavatório – pode ficar contaminado por bactérias, para além de muitas crianças não terem destreza para o manusear.”
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