Intimidades: Contactos de risco
O contacto íntimo pode abrir a porta a uma das várias doenças sexualmente transmissíveis. O risco aumenta quando se têm parceiros múltiplos e quando não se pratica sexo seguro. E tanto homens como mulheres são vulneráveis.
Qualquer pessoa pode contrair uma doença sexualmente transmissível (DST) a partir do momento em que tem actividade sexual. E o risco está presente independentemente do tipo de sexo que se pratica – vaginal, oral, anal – e para algumas delas mesmo através do contacto íntimo pele a pele. Mas é um risco menor quando se pratica sexo seguro, o que significa usar preservativo em todas as relações sexuais e, igualmente importante, usá-lo de uma forma correcta.
Contudo, o preservativo não é 100% eficaz, sendo que a segurança total advém apenas de não haver contacto. Ora, no final da adolescência e na idade adulta, este é um comportamento altamente improvável, até porque a sexualidade é inerente à nossa existência. É, pois, para ser vivida. Mas há que vivê-la de uma forma responsável, o que passa pela adopção de práticas sexuais seguras e pela informação. Conhecer as principais DST e respectivos sintomas é uma forma de prevenção:
Clamídia
A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível, causada por uma bactéria. Uma a três semanas após a exposição podem começar a declarar-se os sintomas mas, com frequência, são ligeiros ou ausentes e portanto difíceis de detectar. Quando existem, entre eles incluem-se descarga vaginal ou peniana, ardor ao urinar. Quando a infecção se dissemina às trompas, pode ocorrer dor na região inferior do abdómen, dor durante o acto sexual (para as mulheres). Algumas destas manifestações são tão ligeiras que podem passar despercebidas mas, pode originar complicações com danos irreversíveis.
As infecções anais podem dar dores rectais, descarga e por vezes hemorragia. Pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto vaginal.
Gonorreia
É também uma infecção bacteriana disseminada através do contacto com pénis, vagina, ânus ou boca, com os primeiros sintomas a surgirem dois a dez dias após o contágio, podendo estender-se por mais tempo. No entanto, é possível estar infectado durante meses sem que os sintomas se declarem, o que aumenta o risco de contagiar o parceiro sexual. São sintomas de gonorreia, entre outros, descarga vaginal ou peniana espessa ou com sangue, dor ou ardor ao urinar, micção mais frequente. Pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto vaginal com repercussões graves para a criança.
Hepatite B
O fígado é a principal vítima desta infecção causada por um vírus 50 a 100 vezes mais contagioso do que o da sida. Transmite-se através do contacto com fluidos corporais (nomeadamente sangue e secreções genitais) de uma pessoa infectada. Não é só uma doença sexualmente transmissível, dado que a partilha de agulhas, o contacto com sangue, a partilha de laminas de barbear e escova de dentes da pessoa infectada, transmite a doença.
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O período entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas, quando existem, oscila entre seis semanas a seis meses.