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Ejaculação Prematura – quebrando estigmas

28 Abril, 2017 0
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A ejaculação prematura é hoje uma entidade ou condição redefinida em 2008 pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual.

Já aqui referi, que a ejaculação prematura é hoje uma entidade ou condição redefinida em 2008 pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual, sendo 3 as condições necessárias para o seu diagnóstico:

  • Ejaculação que ocorre sempre, ou quase sempre, antes ou aproximadamente, até 1 minuto após a penetração vaginal e,
  • Incapacidade em retardar a ejaculação em todas ou quase todas as penetrações vaginais e,
  • Consequências pessoais negativas, como ansiedade, aborrecimento, frustração, e/ou evicção da intimidade sexual em um dos parceiros ou ambos.

É obrigatório que estas 3 condições estejam presentes: uma medição biológica (o tempo), a presença da incapacidade de controlo sobre o processo ejaculatório e ainda (e não menos importante), as consequências negativas nas relações interpessoais.

O que na altura não referi foi a intensa campanha que tem sido observada nos últimos meses procurando quebrar estigmas em busca de apoio para superar esta situação. Isto sim é uma condição “super” necessária para estabelecer critérios de diagnóstico importantes para uma clara compreensão do tipo de EP, de forma a orientar a melhor estratégia terapêutica.

De facto, a EP pode ser classificada em permanente (primária) e adquirida (secundária), sendo de prever uma disfunção das vias serotoninérgicas que controlam a ejaculação na etiologia desta condição, não esquecendo que na EP adquirida há que valorizar a associação com outras disfunções sexuais e respectivas associações a condições orgânicas e/ou psíquicas (saliento as doenças da próstata e distúrbios endócrinos, nomeadamente, ligados à tiróide).

Há que ter ainda o cuidado de mencionar que para além da classificação clássica da EP, em primária e secundária há que considerar duas outras formas que ainda são pouco mencionadas: a EP natural/variável (referindo-se às situações de EP esporádica, situacional e contextual, consideradas como variações normais da performance sexual), e a disfunção ejaculatória prematura-like (quando existe por parte do homem uma falsa percepção de EP, mesmo quando estamos diante de tempos ejaculatórios normais ou até muito longos).

Independentemente desta classificação, é importante ter em atenção que na EP, em geral, o nível de satisfação com a relação sexual e a relação de intimidade estão diminuídos em relação directa com os níveis de confiança e auto-estima enquanto que a frustração e a dificuldade da relação interpessoal estão claramente dilatadas.

Este nível de frustração é comparável com o das parceiras. A redução dos níveis de funcionamento sexual, do nível de satisfação e da qualidade de vida global, bem como o aumento dos níveis de desconforto e do níveis de dificuldade na relação interpessoal, são um ponto de restauro para uma abordagem da condição de uma forma construtiva, em que o papel da mulher é fundamental para quebrar muitas barreiras por parte do parceiro, tendo em vista a obtenção de um bem comum.

A EP pode prolongar-se ao longo da vida, sem que haja consciência exacta do que se passa, e neste ponto não há dúvida que o principal problema é a falta de formação e informação sobre esta condição. A mensagem principal é o diálogo dentro do casal para melhor compreensão do problema e de todos os estigmas que o rodeiam, seguido de apoio especializado.

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