Arquivo de Família - Médicos de Portugal

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Tudo começa com uma mutação no gene GLA, onde está localizada a enzima alfa-galactosidase, responsável pela degradação e eliminação de um tipo de gorduras específicas (GL-3).


Essa mutação genética faz com que, num determinado organismo, não haja produção desta enzima ou que a sua actividade seja insuficiente: a consequência é a acumulação progressiva daquela gordura no interior das células, sobretudo nas paredes dos vasos sanguíneos.


É um processo generalizado a todo o corpo, o que significa que não há tecidos nem órgãos imunes. Com o acumular da gordura, coração, rins e cérebro, entre outros, vão deixando de funcionar correctamente, causando problemas e complicações que podem pôr em risco a vida.


É quase sempre na infância que a Doença de Fabry se manifesta, sendo a dor o primeiro sintoma e o mais comum.


Provavelmente causada por uma lesão no sistema nervoso, surge, em muitos doentes, associada a variações do clima, exercício físico intenso e stress.


E pode manifestar-se de duas formas diferentes - através de sensações como ardor, formigueiro, picadas e desconforto constante nas mãos e nos pés (são as acroparestesias) ou através de episódios de dor intensa, descrita como uma queimadura, inicialmente sentida nos pés e nas mãos mas irradiando para outras partes do corpo (são as chamadas crises de Fabry, passíveis de causar um elevado grau de incapacidade).


Comum entre os doentes é a dificuldade, ou até impossibilidade, de suar, o que se deve à acumulação da gordura nas glândulas sudoríparas e a lesões no sistema nervoso autónomo. O resultado são episódios de febre sem causa aparente, o sobreaquecimento em exercício físico e a intolerância ao calor.


Já o sinal mais visível desta doença rara é uma característica erupção cutânea, com lesões de cor vermelha escura e espessas. São os angioceratomas, localizados sobretudo entre o umbigo e os joelhos, mas podendo também surgir nas pregas cutâneas (cotovelos e joelhos). E tanto podem ser semelhantes à ponta de um alfinete como ter vários milímetros.


Os olhos também sofrem com a ausência da enzima alfa-galactosidase. A gordura acumula-se na córnea, dando origem a zonas opacas com um padrão que imita os raios de uma roda de bicicleta ou uma espiral. No entanto, estas opacidades não perturbam a visão.


Comuns são ainda as queixas digestivas, com dor após as refeições, náuseas e vómitos. Problemas renais e cardíacos, com risco de insuficiência dos órgãos, e problemas neurológicos, com risco de acidente vascular cerebral em idade jovem, estão também associados à Doença de Fabry.


O mesmo acontece com perturbações do foro neurológico, sendo frequentes sentimentos de desespero, negação dos sintomas e depressão.


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De acordo com os estudos mais recentes, o Homem moderno teve origem em África, há aproximadamente 200 mil anos. A partir desta região, as primeiras populações humanas começaram a migrar, acabando por colonizar todo o planeta.


Este fenómeno migratório conhecido como "Out-of-Africa" muito provavelmente seguiu uma única rota costeira, via Península Arábica e em direcção às regiões a sudeste do continente asiático (há 70-60 mil anos), ao que se seguiram migrações para a Ásia Central, Américas e Austrália (há 50-30 mil anos). A colonização da Europa, há cerca de 45 mil anos, teve origem em movimentos populacionais pelo interior da Ásia ocidental via Cáucaso.


À medida que as populações humanas se expandiam e distribuíam por diversas regiões geográficas, foram ocorrendo pequenas variações no seu genoma. Estas variações foram transmitidas de geração em geração e permitem-nos hoje, através de um teste de ADN (ácido desoxiribonucleico), traçar as rotas migratórias dos nossos antepassados. Os estudos de ancestralidade genética baseiam-se na análise de dois tipos distintos de ADN, o ADN mitocondrial e o cromossoma Y.


A análise do ADN mitocondrial permite estabelecer a linhagem genética por via materna, transmitida exclusivamente por via feminina (quer dizer, apenas da mãe para as filhas e filhos). Por outro lado, o cromossoma Y existe exclusivamente nos homens e é transmitido intacto de pai para filhos do sexo masculino.


 


Eva, a nossa antepassada comum


As populações dos nossos dias englobam vários grupos genéticos distintos, para os quais se admite a existência de uma mulher ancestral comum - a chamada Eva mitocondrial, que viveu há cerca de 200 mil anos na região da actual Etiópia. Ao longo do tempo foram surgindo, esporadicamente, mutações no ADN mitocondrial, que passaram a ser transmitidas de geração em geração.


À medida que a população humana ancestral se expandia, pequenos grupos populacionais migravam e colonizavam novos territórios, tendo permanecido isolados. Foram assim acumulando diferenças genéticas em relação à população originária.


Cada grupo genético é caracterizado por um determinado perfil de mutações no seu ADN mitocondrial. São hoje conhecidos mais de 30 grupos de ADN mitocondrial, designados por letras do alfabeto de A a Z, sendo que cada grupo pode incluir vários subgrupos.


Por exemplo, vários membros de famílias reais europeias pertencem ao haplogrupo de ADN mitocondrial H. A análise do material genético da Rainha Marie Antoinette (mulher de Louis XVI de França), filha da Imperatriz Austríaca Maria Theresa, revelou ser do grupo H. Assim, com base nas árvores genealógicas, devem também ser do grupo H os seus familiares por via matrilínea, Pedro II do Brasil, Filipe III Duque de Burgundy, Leopold II da Bélgica, e Victor Emmanuel II de Itália.


É também do grupo H o ADN da mulher de Nicholas Romanov (o último Imperador da Rússia), Alexandra Fyodorovna. Consequentemente, serão do grupo H os seus familiares por via matrilínea, entre os quais se destacam a Rainha Victória (avó de Alexandra), Leopold I da Bélgica, Louis XV de França, e a Rainha Sophia de Espanha.


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De acordo com os estudos mais recentes, o Homem moderno teve origem em África, há aproximadamente 200 mil anos. A partir desta região, as primeiras populações humanas começaram a migrar, acabando por colonizar todo o planeta.


Este fenómeno migratório conhecido como "Out-of-Africa" muito provavelmente seguiu uma única rota costeira, via Península Arábica e em direcção às regiões a sudeste do continente asiático (há 70-60 mil anos), ao que se seguiram migrações para a Ásia Central, Américas e Austrália (há 50-30 mil anos). A colonização da Europa, há cerca de 45 mil anos, teve origem em movimentos populacionais pelo interior da Ásia ocidental via Cáucaso.


À medida que as populações humanas se expandiam e distribuíam por diversas regiões geográficas, foram ocorrendo pequenas variações no seu genoma. Estas variações foram transmitidas de geração em geração e permitem-nos hoje, através de um teste de ADN (ácido desoxiribonucleico), traçar as rotas migratórias dos nossos antepassados. Os estudos de ancestralidade genética baseiam-se na análise de dois tipos distintos de ADN, o ADN mitocondrial e o cromossoma Y.


A análise do ADN mitocondrial permite estabelecer a linhagem genética por via materna, transmitida exclusivamente por via feminina (quer dizer, apenas da mãe para as filhas e filhos). Por outro lado, o cromossoma Y existe exclusivamente nos homens e é transmitido intacto de pai para filhos do sexo masculino.


 


Eva, a nossa antepassada comum


As populações dos nossos dias englobam vários grupos genéticos distintos, para os quais se admite a existência de uma mulher ancestral comum - a chamada Eva mitocondrial, que viveu há cerca de 200 mil anos na região da actual Etiópia. Ao longo do tempo foram surgindo, esporadicamente, mutações no ADN mitocondrial, que passaram a ser transmitidas de geração em geração.


À medida que a população humana ancestral se expandia, pequenos grupos populacionais migravam e colonizavam novos territórios, tendo permanecido isolados. Foram assim acumulando diferenças genéticas em relação à população originária.


Cada grupo genético é caracterizado por um determinado perfil de mutações no seu ADN mitocondrial. São hoje conhecidos mais de 30 grupos de ADN mitocondrial, designados por letras do alfabeto de A a Z, sendo que cada grupo pode incluir vários subgrupos.


Por exemplo, vários membros de famílias reais europeias pertencem ao haplogrupo de ADN mitocondrial H. A análise do material genético da Rainha Marie Antoinette (mulher de Louis XVI de França), filha da Imperatriz Austríaca Maria Theresa, revelou ser do grupo H. Assim, com base nas árvores genealógicas, devem também ser do grupo H os seus familiares por via matrilínea, Pedro II do Brasil, Filipe III Duque de Burgundy, Leopold II da Bélgica, e Victor Emmanuel II de Itália.


É também do grupo H o ADN da mulher de Nicholas Romanov (o último Imperador da Rússia), Alexandra Fyodorovna. Consequentemente, serão do grupo H os seus familiares por via matrilínea, entre os quais se destacam a Rainha Victória (avó de Alexandra), Leopold I da Bélgica, Louis XV de França, e a Rainha Sophia de Espanha.


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A nova imagem do homem enquanto metrossexual mereceu também atenção, assim como o adolescente e o desenvolvimento da sua saúde nesta fase de transformações.


O papel actual da figura de pai esteve em debate no 1º dia das VIII Jornadas de Sacavém, a decorrer em Santa Iria da Azóia. A sociedade actual impõe uma exigência sócio-profissional que afasta os pais da tarefa de educar os filhos. Ao longo dos séculos, a sociedade atribuiu ao pai o papel de sustentar a família e à mãe o papel de criar os filhos e cuidar da casa. A emancipação feminina e a integração da mulher no mundo laboral alteraram a dinâmica familiar.


Por outro lado, o homem tem cada vez mais preocupação em se cuidar, daí o aparecimento de novas tendências.


‘A metrossexualidade tem que ver com uma afirmação social, profissional e sexual. O homem acha que uma boa imagem está associada a um homem de sucesso', afirma Biscaia Fraga, Director do departamento de Cirurgia Plástica da Cabeça e Pescoço d Centro Hospitalar de Lisboa ocidental E.P.E..


Segundo o especialista existem dois motivos: razões pessoais e a sociedade que rodeia o homem. Há profissões que exigem uma nova imagem, e que a pessoa tenha uma apresentação adequada. Isso consegue-se através dos cuidados da aparência. A forma de vestir, de estar, os cuidados com a pele, com o cabelo. Esses cuidados chegam também à cirurgia plástica, em especial ao rejuvenescimento facial e à mudança do aspecto e da forma, em situações que o próprio considera menos adequadas. As mais procuradas, no homem, são o nariz, as pálpebras, as orelhas e a gordura a nível mamário e do abdómen.


 


A adolescência


As principais causas de morte na adolescência têm razões comportamentais e ocorrem sobretudo através da violência, do suicídio e dos acidentes. De uma forma geral, os adolescentes recorrem pouco aos centros de saúde, funcionando o Exame Global de Saúde como uma oportunidade privilegiada para o contacto com o doente jovem. Dados do Centro de Saúde de Loures relativos a 2007 revelam que cerca de 30% dos adolescentes entre os 11 e os 13 anos realizaram o exame. Outros dados atestam que os rapazes, com apenas 9%, têm uma tendência muito inferior ás raparigas, com 91%, para procurar o centro de saúde.


Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a fase da adolescência situa-se entre os 10 e os 20 anos, altura em que os adolescentes enfrentam desequilíbrios extremos do ponto de vista social. Época em que começam a perder os direitos privilegiados que gozavam enquanto crianças.


Para o segundo dia do evento, estarão em destaque várias patologias associadas ao homem, como a disfunção eréctil, o cancro da próstata, a roncopatia, a andropausa, e a doença mental no masculino. Sobre este último tema, serão abordadas três patologias muito frequentes: as demências, o alcoolismo, e o stress pós-traumático.





«De uma maneira geral, desde há algum tempo, as pessoas procuram alguma ajuda, sobretudo no que diz respeito às crianças. Acho que tem havido mais essa procura, porque os pais também estão mais disponíveis para tentar perceber o que é que podem fazer para melhorar a vida dos mais novos, para ajudar os seus filhos», explica o Dr. Pedro Strecht, pedopsiquiatra, que trabalha há já muitos anos com o mundo das problemáticas familiares e as consequências futuras nos mais novos.

Sobretudo hoje, os casais têm menos filhos e, por isso, estão mais disponíveis para valorizar o que se passa no mundo interior dos mais novos, «para perceber que grande parte daquilo que é a construção da vida psíquica futura de uma pessoa começa na infância, através da relação emocional da criança com quem a rodeia, nomeadamente, pai e mãe no início», esclarece o especialista.


Que problemáticas familiares?

As problemáticas variam muito e acabam por afectar as crianças. Se, há muitos anos, a alcoolemia era a principal culpada pela desestruturação de muitas famílias e crianças instáveis, actualmente, surgem outros calcanhares de Aquiles no seio familiar.

«Eu diria que, hoje em dia, o problema da toxicodependência é algo que mina muito a família (sobretudo determinado tipo de camadas sociais da nossa população). Também outras situações, como os conflitos e separações traumáticas entre pais», explica o pedopsiquiatra.

Os conflitos entre os pais, quando expostos às crianças, podem afectar o seu equilíbrio emocional.

Muitos adultos pensam que os mais novos não compreendem o mundo dos mais velhos, que não entendem as palavras, os gritos e gestos. Porém, é completamente errado.

Conforme explica Pedro Strecht, «às vezes, há a ideia de que os bebés ou as crianças, quando são muito pequeninas – por não falarem, por não expressarem através da linguagem aquilo que sentem –, não se apercebem das coisas.
É importante chamar a atenção dos pais de que as crianças apercebem-se sempre de tudo aquilo que se passa à sua volta, mesmo em idades muito precoces, como a primeira infância».





A adolescência nas jovens começa por volta dos 11 anos de idade e vai até os 16. Nos rapazes, o período correspondente vai dos 13 aos 18 anos de idade. Depois os 14 anos aproximadamente, os rapazes são, em geral, mais pesados e altos que as raparigas.

Nos rapazes, as alterações físicas que fazem parte da adolescência são o aumento dos orgão genitais, o aparecimento de pêlos pubicos, na face e nas axilas, e a voz torna-se mais grave. Nas raparigas, as mamas crescem, surgem pêlos púbicos e também nas axilas, e tem então início a menstruação. A maioria dos adolescentes torna-se fértil 2 a 3 anos após a puberdade.

As alterações hormonais despertam sentimentos sexuais e o namoro normalmente começa na metade da adolescência. As alterações hormonais também respondem pelo mau humor conhecido dos adolescentes.

Os adolescentes com dificuldades de se adaptar às mudanças físicas podem-se tornar depressivos ou apáticos. Por outro lado, existem ocasiões onde o bem estar excessivo leva o adolescente a surtos de entusiasmo.

Reacções contra a autoridade são comuns: o jovem neste período frequentemente experimenta o desejo de expressar sua própria personalidade, formar um carácter definido e provar o máximo de sensações possíveis.

A maioria dos adolescentes gosta da oportunidade de assumir responsabilidades e tornar-se mais independente. Contudo, eles podem ter dificuldades em manusear com o desafio. Assim, nalguns alguns momentos, podem agir de maneira independente e mais tarde terem o desejo de ser dependentes.

Estas mudanças naturais no comportamento dão stress ao adolescente e esta angústia deve ser reconhecida pelo próprio adolescente ou pelos seus pais.

O uso de cigarros, drogas e bebidas alcoólicas também podem representar uma forma de determinar independência. Mas a vontade de passar por novas experiências pode, em alguns casos, levar a problemas maiores.

Alguns tópicos devem ser discutidos com os pré-adolescentes. Deve-se conversar com as crianças sobre as mudanças que ocorrerão nos seus corpos. Os adolescentes precisam de alguém em quem confiar e contar sobre sua relação com a família e o meio.

Deve-se manter diálogo abordando os riscos do uso de cigarro, a segurança ao dirigir automóveis, o alcoolismo, o uso de drogas ilícitas e a sexualidade. Esta informação é melhor fornecida por um pai ou mãe ou alguém com quem o adolescente tenha uma relação emocionalmente estável.

Os adolescentes sofrem uma pressão considerável de seu próprio grupo. O processo de maturação do corpo em direcção à maturidade física também pode causar algum

desconforto e embaraço. Os pais podem ajudar transmitindo compreensão, simpatia, conselhos e discussões sobre todos os problemas fisiológicos e psicológicos que acompanham este período da vida. Os adolescentes que levam mais tempo para amadurecer, especialmente os rapazes, têm tendência a uma auto-estima menor que aqueles que amadurecem precocemente ou em uma idade média.





A todos são exigidos novos papéis, difíceis de definir, num contexto de constante mudança. Por isso, é cada vez mais uma preocupação de todos redefinir as funções de cada um e assegurar a importância de todos. Nesse sentido, o que é esperado de um homem e pai, nos dias de hoje? Onde estão, o que mudou e para onde é necessário que caminhem?

Como para a mãe, sabe-se hoje que «pai é quem cuida e desse cuidado nasce o amor». Ser-se homem e ser-se pai são rituais que regulam a vida em sociedades, onde a família é o centro nevrálgico da sua existência e continuidade.

Até aos anos 70, o pai era visto como o progenitor biológico, com função de educar, transmitir valores, responsabilidade pessoal e social, sempre em segundo plano, relativamente à mãe.

Agora, espera-se alguém que se dedique afectivamente à família, ampare, converse e «esteja presente». Pede-se, ainda, uma função lúdica, onde a brincadeira, o desporto e o passeio completam a complexidade deste novo modelo masculino, tornando-o imprescindível.

Há três décadas que nos confundimos tentando aproximar os modelos de mãe e pai, homem e mulher, como se tivessem de ser semelhantes mas, para funcionar, devem ser complementares e diferenciados.

Estes e outros desencontros têm sido decisivos nas separações e divórcios. Todos nos sentimos lesados e «enganados», pelo cônjuge, quando as nossas expectativas não só saem goradas como associamos esse «logro» a falta de interesse, estima, respeito e amor da parte do companheiro.

Será assim? Será deliberado da parte de tanta gente falhar nas coisas mais caras para cada um de nós? Estaremos todos a brincar com a vida ou antes enredados em sentidos e significados bem mais difíceis de decifrar e coadunar do que antes? Mais parece esta última hipótese!

Escrevem-se livros sobre a comunicação, sexologia, técnicas disto e daquilo e talvez quase tudo passe por compreender os diferentes funcionamentos e como são independentes de questões mais pessoais.

Homens e mulheres escutam coisas distintas quando cada um fala e o homem tem escutado, vezes de mais e erradamente, a pouca falta que faz para assegurar um crescimento equilibrado numa criança. Hoje sabe-se tão fundamental quanto a mãe, mas ainda não está suficientemente interiorizado.

Embora o homem esteja sensibilizado para fazer diferente, ainda não sabe como se faz – e as mulheres também não! É uma fase de transição e experiência para todos, com uma identidade masculina múltipla e até contraditória.





Cada dia que passa me sinto mais triste, e só, estou a tomar anti-depressivos e calmantes pois comecei com ataques de pânico há cerca de um ano atrás.

Há tempos recebi no computador de casa um email para o meu marido de uma senhora a dizer que o amava. Passam-se meses que não fazemos sexo, todas estas coisas me estão a dar cabo do juízo, pois não acho normal e não consigo confiar nele como confiava.

Quando confronto o meu marido com tal, diz-me que apenas falou com ela num Chat e quanto ao resto diz-me que anda cansado e com muito trabalho.

Sinto-me triste só me apetece chorar e nem para os meus filhos tenho paciência. Penso várias vezes em bater com a porta mas depois penso e os miúdos? Não têm culpa.

Luísa, 35 anos*

*Este caso baseia-se em factos reais e foi recebido no espaço “consultório aberto”. Alguns dados foram alterados a fim de proteger a identidade dos intervenientes.


Os romances pela Internet, mesmo os que se mantêm puramente no domínio “virtual”, tal como a infidelidade em geral, podem ter várias origens. No entanto, quando o contacto permanece meramente no “virtual”, o cônjuge tende a desvalorizar a seriedade do caso amoroso pelo facto de não ter um cariz sexual, mesmo que seja evidente uma energia sexual que trespassa.

Neste caso, o cônjuge fará bem em prestar atenção a dois sinais de perigo comuns: passar mais tempo na “companhia” do parceiro “virtual” do que com o cônjuge, e o confidente principal ser o parceiro virtual e não o cônjuge. Se algum destes padrões estiver presente peça ajuda já, antes que a situação se torne mais complicada.

No amor, a fidelidade implica exclusividade: amor por uma só pessoa, relações sexuais só com ela.
Como no monoteísmo “não terás outro Deus além de mim”.
Do ponto de vista biológico, em quase todas as espécies animais e fundamentalmente nos mamíferos, o macho difunde e produz milhões de espermatozóides. Na base do seu comportamento sexual está o princípio da inseminação de todas as fêmeas que for possível. A fêmea, pelo contrário, anda à procura de um macho dotado do melhor património genético para garantir uma descendência forte e vencedora.

Assim, o homem é mais estimulado pela diversidade – sente-se fascinado pelo corpo de uma mulher -, a mulher, por outro lado, mesmo quando admira um corpo masculino, não se contenta com isso, desejando galanteio e a promessa de uma relação íntima.

Qualquer traição levante questões sobre a confiança e os valores próprios, mas as traições sexuais tocam-nos profundamente pelo facto de se relacionarem com o amor e com o abandono, activando fantasias e medos arcaicos. No homem, a infidelidade desencadeia sentimentos de impotência, castração.

Já na mulher estes sentimentos parecem surgir na beleza corporal – sente-se feia, nada atraente.





Numa outra divisão, o Pedro, de 39 anos, tece, num enorme tear, a sua futura «obra-prima». Numa sala de trabalho, Kelvo, Vítor Hugo e Ana desenham o que lhes passa pela alma e dedicam-se a outras actividades.

No refeitório muitos são os que já almoçam. Porém, o Amílcar, de 27 anos, e a Lena, de 25 anos, ainda estão na lavandaria a trabalhar. Assim que acaba­rem de separar, engomar e dobrar as peças de roupa vão tomar a refeição.

Apesar de fisionomias e idades díspares, todos têm algo em comum: preenchem o dia com várias actividades na APPDA – Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo.

Há três décadas já havia entidades que apoiavam deficientes mentais ou portadores de outras deficiências, mas especificamente para o autismo eram inexistentes.

Criada em 1971 por um grupo de pais, a APPDA acabou por ser a primeira associação a surgir no nosso País para dar atendimento a pessoas com autismo.

«Uma das características importantes dos doentes autistas é a ausência de uma actuação previsível e cons­tante, como acontece noutras deficiências.

Além disso, não têm as mesmas competências nos diversos domínios, ou seja, podem falar muito bem e não saber ler nem escrever, ou fazer cálculos mentais bastante complicados, porque não usam os algoritmos comuns», diz a Prof.ª Isabel Cottinelli Telmo, presidente da APPDA – Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo e da Federação Portuguesa de Autismo e vice-presidente do Autismo Europa.

O facto de estes doentes serem muito imprevisíveis e usarem um sistema muito característico de actuar não suscitou dúvidas em relação à criação da APPDA. Porém, a ideia inicial dos fundadores era a criação de uma escola especial.

«Mesmo que as pessoas com autismo estejam numa escola regular muitas vezes têm problemas com os seus pares, por isso, é essencial estimular a interacção social», explica Isabel Cottinelli Telmo, sócia fundadora e mãe de um autista de 40 anos, que se manteve no ensino regular até ser possível.



O quotidiano dos doentes

Esta associação não é um estabelecimento de ensino especial, mas assemelha-se bastante, devido às inúmeras actividades que estimulam os deficientes e fomentam a interacção com os colegas e a integração social.

Desde que foi fundada, tem evoluído, quer ao nível das instalações, quer ao nível das valências. Se no início funcionava num apartamento, hoje tem instalações no Bairro Alto da Ajuda, com todas as infra-estruturas para receber diariamente os 60 adolescentes e adultos com autismo.





O consumo de televisão aumentou 4,6% entre Janeiro e Outubro face a igual período em 2003. Nos primeiros 10 meses de 2004, cada residente no Continente com idade superior a 4 anos, viu, por dia e em média, 3 horas, 32 minutos e 17 segundos de televisão.

É ainda importante referir que embora sejam os jovens que vêem menos televisão (comparando-os com idosos acima dos 65 anos e donas de casa), é na classe etária entre os 15 e os 34 anos que se regista uma maior subida, rondando os 10,3%.

Temos então que pensar não só no que poderá estar a levar a um aumento do consumo da televisão mas também nas implicações que advêm dessas razões e nas suas consequências para a educação dos jovens de hoje.

Para compreendermos este fenómeno, em primeiro lugar, é necessário compreender a mudança de características e de valores que a sociedade tem sofrido.

A sociedade outrora simplista, virada para o sacrifício, para a moralidade e para a palavra, está agora orientada para o consumismo, para o hedonismo (busca do prazer), para a amoralidade e para o sentir. Basta para entender esta mudança observar a evolução da banda desenhada, antigamente repleta de balões com texto e agora com apenas imagens.

Neste sentido, é natural que os jovens procurem, dentro desta ordem de ideias, estímulos e comportamentos orientados para esta busca do prazer e do sentir. A televisão aparece assim como o meio mais prático e mais barato para satisfazer esta busca.

Esta razão, por si só poderá explicar o aumento da visualização da televisão na sociedade portuguesa, no entanto existem outros factores que podem estar a influir este comportamento. É necessário avaliar até que ponto poderão os pais estar a fomentar este consumo: quantas vezes se ouvem frases como “deixa-te estar sossegadinho a ver televisão!” ou “vai ver televisão e não chateies!”.

Estas frases parecem demonstrar um profundo mal-estar familiar onde os filhos são tratados como um mal de que é necessário prevenir de contacto, eliminando o verdadeiro modo de educação, “o estar com…”, onde é essencial a relação humana ao invés de apenas co-habitação. Estes comportamentos acabam por criar assim uma cultura apreendida de consumo da televisão.

Parece ainda existir algo mais… parece que as crianças acabam por desenvolver desde uma idade bastante precoce uma “relação” de companheirismo com a televisão pois esta acaba por ser a companhia após a escola, na hora das refeições e na ajuda dos trabalhos de casa.


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