Arquivo de Especialidades - Página 2 de 148 - Médicos de Portugal

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Na realidade, tem vindo a ser provado - seja pelos estudos realizados ao longo da história, que apontam o chá como parte essencial de uma alimentação e estilo de vida saudáveis, seja pela actual investigação publicada no Nutritional Neuroscienes e realizada pelo professor Giesbrecht -, que o consumo de chá preto contribui para aumentar a performance cognitiva, a capacidade de melhorar o estado de espírito, reduzindo a fadiga mental, níveis que se mantêm constantes quando é ingerido regularmente.


Para chegar a tal conclusão, este investigador realizou dois estudos – um com 26 voluntários, outro com 32 –, nos quais os participantes tinham que ingerir chá preto, numa ocasião, e chá “placebo” (água quente com sabor), numa outra, sem que soubessem qual dos dois se tratava.


Metade dos voluntários consumiram o chá preto em primeiro lugar e só depois o placebo, enquanto os outros o fizeram pela ordem inversa. Os testes de concentração realizados apontavam para uma melhor performance, após a ingestão de chá preto, o que vem corroborar a teoria dos seus benefícios não só quando ingerido regularmente, mas também em situações pontuais.


Na génese destes benefícios do chá encontram-se alguns dos seus constituintes, substâncias biologicamente activas como a teína e cafeína, e ainda a sua capacidade de hidratação. De facto, a desidratação do corpo humano pode provocar um decréscimo da atenção, concentração, performance e memória de curto-prazo, como têm vindo a revelar vários estudos.


A teína e cafeína, por sua vez, contribuem, respectivamente, para a actividade cerebral (essencial para a atenção selectiva e focada, perante vários estímulos) e para rapidez no processamento e capacidade de resposta.


A interacção entre as duas, por sua vez, pode potenciar estes benefícios, contribuindo para o bem-estar e concentração. Actualmente sabe-se que a teína estimula a actividade cerebral potenciando a emissão das ondas alfa, que estão associadas a um estado de relaxamento e simultaneamente de alerta mental.





É nas células sanguíneas que a leucemia se desenvolve: são produzidos glóbulos brancos de que o organismo não precisa e o sangue deixa de cumprir a sua função. Este é o tipo de cancro mais comum entre as crianças.





Assiste-se ainda a uma sobrevalorização da juventude, queremos parecer eternamente jovens, pois sermos jovens significa estarmos no nosso máximo potencial a nível físico e mental. Existe pânico geral quando se fala de velhice e aparecimento de rugas faciais, despoletando assim um desejo em eliminá-las, extinguindo desta forma os sinais de envelhecimento. Esta cultura padronizada de beleza, na qual a juventude está implícita, influencia a forma como a maioria das pessoas percebem os seus corpos. Aspirando conseguir este ideal, ficam insatisfeitas com a sua aparência física, levando esta percepção negativa a estados afectivos negativos.


A forma como percepcionamos o nosso corpo, ou seja a nossa "auto-imagem" tem como base experiências e vivências, assim como estímulos presentes e expectativas futuras. Ter uma boa "auto-imagem" potencializa a beleza e a saúde, estando esta directamente relacionada com a auto-estima, as pessoas que se avaliam como belas (ou seja, que têm uma boa auto-imagem) têm maior facilidade em apresentar mais auto-estima, o que lhes proporciona uma melhor qualidade de vida relativamente àquelas que não se vêem como tal, apesar de muitas vezes serem bastante atraentes (tendo em conta o "padrão" actual de beleza). O que acontece por vezes é que a auto-estima distorce a "auto-imagem".


É cada vez maior o número de pessoas que possuem um elevado grau de exigência em relação ao seu corpo, como se, cada pequena imperfeição fosse ampliada, o que acaba por gerar um círculo vicioso de auto-depreciação e insatisfação corporal. Verifica-se uma compulsão à insatisfação com a aparência física. Muitas pessoas depois de já terem corrigido o seu foco de descontentamento corporal (nariz, boca...) encontram necessidade de correcção noutra parte do seu corpo, estando em constante busca da perfeição, tornando-se cronicamente insatisfeitas.


Nestes casos verifica-se a necessidade de acompanhamento psicológico, caso contrário a pessoa estará permanentemente numa procura do defeito exterior que tem de ser corrigido ou disfarçado como forma de colmatar temporariamente o mal-estar interno. A auto-estima torna-se crucial para alcançar o estado de felicidade, objectivo de todo o ser humano, o que implica a necessidade de valorização positiva, a qual é apreendida mediante a interiorização das experiências de valorização realizadas pelos outros em relação a si próprio.


A face tem especial relevância na nossa aparência, uma vez que é o ponto primário de identificação, sendo uma fonte de comunicação verbal e não verbal, actuando como instrumento de comunicação e expressão ilustrativa de todas as nossas emoções (a felicidade, a tristeza, a frustração, a ansiedade, entre outras) que são interpretadas por quem as vê. Estando a face sempre exposta, a expressão facial pode tornar-se um alvo de grande ansiedade.


A aparência física pode ter grande influência quando escolhemos a nossa actividade profissional, pois muitas profissões têm como pré-requisito a boa imagem, como tal, é necessário conhecer quais os critérios de beleza que são aceites e até mesmo desejados pela sociedade. Alguns estudos analisaram a percepção das pessoas relativamente à atracção facial e concluíram que as que eram mais atractivas eram consideradas mais competentes e adequadas.


O ser humano possui a habilidade inata para reconhecer uma face bela. Não é por acaso que tem tendência a escolher como seu parceiro pessoas atraentes, pois segundo a teoria evolucionista, é feita por nós uma selecção natural para garantir o sucesso reprodutivo, de forma a que a nossa descendência seja bonita e saudável.


Os tratamentos estéticos, nas suas várias valências, para além de proporcionarem mudanças físicas, criam também mudanças emocionais e psicológicas. Estudos provam que após intervenções estéticas, as pessoas tendem a apresentar maior auto-estima e auto-confiança, o que se traduz num maior sucesso na sua vida pessoal e profissional, bem como na melhoria dos seus relacionamentos. No entanto, muitas vezes, procuram estes tratamentos como se fossem uma "fórmula mágica" pensando que irão resolver todos os seus problemas, criando expectativas irrealistas, o que poderá provocar decepção e sentimentos de frustração após a intervenção estética.


É importante, que quem se submeta a estas intervenções ou tratamentos, demonstre segurança emocional e bom conceito de si, sendo por isso recomendável averiguar previamente o seu estado psicológico, assim como fazer uma análise acerca das suas motivações, insatisfações corporais, desejos, fantasias, expectativas e sentimentos relativamente à intervenção.


O conceito de saúde já não é meramente definido como a ausência de doença ou enfermidade mas sim, como o estado completo de bem-estar físico, mental e social. Corpo e mente são um só, somos "nós", o todo, como tal, a falta de saúde de uma das partes influencia a outra, ou seja, problemas psicológicos e emocionais reflectem-se na saúde do nosso corpo e vice-versa. Sentimentos de inferioridade e de falta de confiança provêm muitas vezes de uma percepção corporal que é sentida como insatisfatória.


Estando o físico e psíquico "de mãos dadas" sentir-se satisfeito com a sua imagem é importante para o seu bem-estar geral, pois esta representação mental que faz do seu corpo irá reflectir-se na relação que tem consigo próprio e com os outros, tendo influência na sua vida. Neste sentido, se a utilização da estética tiver um impacto positivo na sua imagem exterior trará benefícios ao seu bem-estar interno.


Catarina de Castro Lopes
Psicóloga Clínica na Clínica WHITE





Sendo mais prevalente em crianças e grávidas, pode afectar também mães a amamentar e mulheres adultas em fase reprodutiva, adolescentes, homens e idosos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 30 por cento da população mundial padece de anemia, sendo a sua prevalência entre as crianças com menos de dois anos de aproximadamente 50 por cento.


A anemia caracteriza-se por uma redução dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina (a proteína que transporta oxigénio) no sangue, comprometendo o adequado fornecimento de oxigénio às várias partes do corpo.


São várias as causas que podem originar anemia, nomeadamente o défice de ferro ou de vitaminas como a vitamina B12 ou o ácido fólico, as hemorragias, doenças crónicas, entre outras, sendo a anemia devido ao défice de ferro, ou anemia ferropénica, o tipo de anemia mais comum.


Também o facto de se estar submetido a uma terapêutica pode induzir o doente a uma anemia, uma vez que a toma de alguns medicamentos pode também ser causa desta patologia. Daí a especial atenção que recai nos profissionais de saúde quando propõem terapêuticas ou no acto da dispensa de medicamentos.


 


Quem pode ser afectado pela anemia?


Pode surgir anemia em bebés ou crianças caso haja um baixo aporte de ferro na alimentação; nas crianças e adolescentes, uma vez que as necessidades de ferro estão aumentadas nesta fase de crescimento rápido; na gravidez, dado que há uma maior demanda de ferro devido ao crescimento do feto.


Na mulher em idade fértil, a anemia por falta de ferro pode dever-se aos fluxos menstruais abundantes e nos adultos, em geral, pode ser causada por perda de sangue crónica, por vezes imperceptível, nas fezes. Nos idosos, a anemia pode dever-se a défice de ferro ou a existência de doenças crónicas.


 


Como se manifesta a anemia?


Os sintomas são múltiplos, salientando- se a palidez, cansaço, indisposição, falta de apetite, fraqueza, incapacidade para fazer exercício, dores de cabeça ligeiras, tonturas, zumbidos no ouvido ou palpitações.


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A Associação Portuguesa para as Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG) está a promover uma campanha de sensibilização para esta doença rara, em Portugal, e em todo o mundo, através de uma parceria com a Organização CDG Care.

“Com esta campanha pretendemos concentrar os nossos esforços na divulgação da doença por forma a conseguirmos dar mais informação e apoio aos doentes e famílias, e ao mesmo tempo estimular projetos de investigação científica que promovam o avanço do diagnóstico e tratamento para conseguirmos encontrar uma cura. Esta campanha representa por isso uma esperança para todos os doentes”, explica Vanessa Ferreira fundadora da APCDG.

A Campanha começa no dia 18 de Abril e termina no dia 16 de Maio – Dia Mundial da Consciencialização para as Doenças Congénitas da Glicosilação.

Os doentes CDG podem apresentar-se perante qualquer profissional de saúde ou especialidade médica, devendo estes estar alertados para a possibilidade destas doenças e inclui-las no diagnóstico diferencial.
Tratando-se de doenças raras e de apresentação semelhante a uma grande variedade de outras situações clínicas mais comuns, todas as ações de divulgação, junto dos profissionais e da população em geral contribuirão para reduzir a “odisseia diagnóstica” a que a maior parte dos doentes são sujeitos”

explicou a pediatra Luísa Diogo, da Unidade de doenças metabólicas do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

As Doenças Congénitas da Glicosilação (CDG) são um grupo de doenças hereditárias que afetam a glicosilação, que é um processo pelo qual todas as células humanas acumulam açúcares de cadeia longa
que estão ligados a proteínas. Em conjunto, as proteínas e os açúcares a elas ligados denominam-se glicoproteínas. As glicoproteínas têm uma enorme variedade de funções muito importantes no corpo humano, e são necessárias ao crescimento e funcionamento normal de todos os tecidos e órgãos. A CDG é uma doença muito rara (estima-se que a sua prevalência se situe entre 1/50 000 e 1/100 000).

Os pacientes apresentam uma relevante afetação neurológica, atraso global do desenvolvimento, problemas cardíacos, hepáticos, oftalmológicos, imunológicos, entre outros. Estas doenças são altamente incapacitantes, com uma elevada taxa de mortalidade pediátrica, e com um impacto negativo significativo na qualidade de vida dos pacientes e famílias.

Fundada em 2010, a APCDG é uma organização não-governamental liderada e focada nos pacientes, empenhada em encontrar uma cura para as Doenças Congénitas da Glicosilação (CDG), através dos programas de investigação, educação, sensibilização, representação e defesa dos pacientes.





Todas as espécies animais sentem medo. Esta é mesmo uma condição indispensável para proteger o indivíduo do perigo. Quando o perigo está iminente é natural que o indivíduo seja invadido por uma sensação desconfortável que o impele a preservar a sua integridade física.


Apesar da ausência objectiva de perigo, o indivíduo sente uma aflição incontrolável e procura a todo o custo afastar-se da causa dessa ansiedade sem limites. Está-se então perante uma fobia, que herdou o nome da deusa grega do medo - Phobos.


O medo persiste e é desencadeado sempre que a pessoa está perante o objecto ou a situação temida. De tal forma que a simples hipótese de isso acontecer é, por si só, motivo de ansiedade, com repercussões graves no quotidiano e na qualidade de vida. A pessoa reconhece que o seu medo é irracional mas não consegue controlá-lo.


Ritmo cardíaco acelerado, disfunções gástricas, náuseas, diarreia, micção muito frequente, sensação de sufoco, rubor na face, transpiração abundante, tremores e desmaios são as manifestações fisiológicas da fobia. A depressão é, frequentemente, um desfecho destes quadros de fobia e ansiedade, às quais andam igualmente associados o abuso de álcool e drogas.


Não se sabe ao certo quantas pessoas sofrerão de fobia, mas estima-se que dez por cento da população seja afectada. Alguns estudos estabelecem uma margem maior, definindo entre três e dez em cada 100 pessoas o número que sofre de uma qualquer fobia. O que se sabe é que as mulheres são mais predispostas, mas não foi ainda encontrada uma explicação para esta tendência. Há uma excepção: a fobia social, sobre a qual se falará um pouco mais à frente, atinge igualmente homens e mulheres.


Sabe-se também que, em geral, é na infância e na adolescência que surgem os primeiros sinais da fobia, que se prolonga pela idade adulta quando não é tratada convenientemente.


 


Medo de tudo e de todos


Os transtornos fóbico-ansiosos constituem um grupo de doenças mentais em que a ansiedade é associada a um objecto ou situação. Com base nesta definição foram estabelecidos três tipos principais de fobias: fobia social, fobia específica e agorafobia, talvez a mais conhecida.


A fobia social traduz-se pelo medo de se expor a outras pessoas que se encontrem em grupos pequenos, podendo manifestar-se, por exemplo, em festas, reuniões, restaurantes.


Muitas vezes são restritas a uma única situação, como comer ou falar em público, assinar um cheque na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto. A mera possibilidade de estar a ser observado é geradora de ansiedade - o sangue sobe ao rosto, as náuseas e os tremores sucedem-se.


Associada a este tipo de fobia anda, geralmente, um quadro de baixa auto-estima e receio de críticas, o receio de ser julgado negativamente.


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Os meses de Verão são os maiores agressores da pele e do cabelo. Ainda que tenha cuidado com a sua pele no Verão, não pense que pode descurar esta tarefa essencial agora que as férias estão a terminar.





Nas grandes cidades de modelo ocidental, o desgaste decorrente do esforço diário leva a um estado quase permanente de agitação e fadiga. O stress é o conjunto de reacções físicas e psíquicas do organismo a diversos factores de agressão externa e às emoções que sentimos, que vai exigindo uma série de mecanismos sucessivos de adaptação.





Esta descoberta vai permitir que no futuro os doentes possam receber tratamento recorrendo ao conceito de Cronoterapia

Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular, liderada por Luísa Figueiredo e em colaboração com o grupo de Joe Takahashi da Universidade Southwestern, Dallas, EUA, demonstrou pela primeira vez que o parasita responsável pela doença do sono, o Trypanosoma brucei, tem o seu próprio relógio interno. Este relógio permite ao parasita antecipar as alterações diurnas do meio que o rodeia, tornando-se assim mais virulento.

O artigo, publicado na revista Nature Microbiology, revela que os parasitas vão modificando ligeiramente a sua composição a as suas funções consoante a hora do dia. Estas alterações são altamente previsíveis e repetem-se todos os dias. Uma das consequências é que os parasitas são mais sensíveis ao tratamento com um certo fármaco durante a parte da tarde do que de manhã.

Todos nós temos um relógio interno que permite que o nosso organismo saiba que “horas são”, mesmo sem olharmos para o relógio. Quando viajamos para países com uma grande diferença horária da origem, ficamos com “jet lag” precisamente porque o nosso corpo julga que estamos a uma determinada hora do dia, mas o relógio do destino indica outra hora muito diferente. O relógio interno, chamado também relógio circadiano, permite aos organismos estarem ajustados e anteciparem variações diurnas que acontecem a cada 24 horas.

A equipa já sabia que o parasita interfere com o relógio interno do seu hospedeiro, e daí surgirem os episódios de sono que dão o nome à doença. No entanto, não se sabia se o parasita teria o seu próprio relógio.

“Este foi um daqueles projetos de alto risco! Mas valeu a pena porque funcionou,” comentou Filipa Rijo-Ferreira, a estudante de doutoramento do GABBA, que liderou este projeto.

A equipa identificou uma forma de sincronizar os parasitas para a mesma hora do dia e a partir daí sequenciou o seu transcriptoma, uma espécie de impressão digital genética. Com a ajuda de ferramentas de bioinformática, a equipa encontrou padrões de variação diurna que, no fundo, indicam que há processos dentro do parasita que oscilam ao longo do dia.

No tratamento de doentes com a doença do sono, “podemos no futuro vir a administrar o fármaco a determinadas horas do dia por se saber que nessa altura o tratamento será mais eficaz. Este conceito de administrar uma terapia a uma determinada hora do dia, conhecido como cronoterapia, já se faz em outras patologias como asma e cancro, mas nunca foi aplicada para o tratamento de doenças infecciosas”, concluiu Luísa Figueiredo.

A doença do sono é uma doença infecciosa que, na maioria dos casos, é fatal. É transmitida pela mosca tsetse e, por isso, existe apenas na África sub-sariana. Não há vacinas contra desta doença e as

formas de tratamento apresentam vários problemas, como serem difíceis de administrar e serem tóxicas. Atualmente há cerca de 7000 casos por ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) pretende eliminar a doença até 2020.





American College of Physicians instrui os clínicos americanos para que privilegiem tratamentos não invasivos como acupuntura, massagem e calor superficial enquanto tratamento preferencial para dores lombares agudas.

Tratamento medicamentoso passa a opção secundária.

O American College of Physicians acaba de revolucionar a sua estratégia de tratamento para as dores de costas. Num estudo publicado no Annals of Internal Medicine, o organismo americano que define as recomendações terapêuticas para os clínicos dos EUA aconselha que médicos e pacientes passem a optar pelo tratamento não-farmacológico com calor superficial, massagem ou acupuntura em todos os casos de dor aguda na região lombar inferior. O documento, que assina um conjunto de “fortes recomendações” para ortopedistas e clínicos gerais, baseia a sua nova estratégia num conjunto de estudos clínicos que “evidenciam cientificamente” que as técnicas utilizadas pela medicina tradicional chinesa promovem o mesmo tipo de melhorias que a terapêutica medicamentosa, pelo que a utilização de medicamentos pode ser, em muitos casos, substituída por tratamentos não invasivos.

A dor lombar é uma das razões mais comuns para consultas médicas, e aproximadamente 25% dos adultos relataram ter dores lombares que duraram pelo menos um dia.

“A dor física afecta muitas vezes a vida das pessoas, o seu trabalho e até o lado pessoal, e ao menor sinal de dor a maioria de pessoas opta por tomar medicamentos. Porém, os medicamentos não resolvem o problema. A dor é um sinal que algo não está bem no nosso organismo e é a origem do problema que deve ser combatida. Com a acupuntura é possível perceber o problema e tratá-lo.”, comentou Hélder Flor, especialista em Medicina Tradicional Chinesa.

O objetivo da orientação do American College of Physicians é precisamente fornecer a melhor orientação terapêutica com base na eficácia comparativa e segurança de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos não invasivos para pacientes que sofrem de dores lombares.

“A acupuntura deve cada vez mais ser vista como uma solução válida para qualquer tipo de dor ou inflamação, apresentando efeitos analgésicos, de relaxante muscular e anti-inflamatórios, auxiliando no tratamento de dores lombares. Os resultados de um estudo recente publicado no Clinical Journal of Pain demonstraram a eficácia da acupuntura no alívio das dores, e que foi também um procedimento seguro e eficaz. O alívio da dor e outros sintomas manteve-se por 6 meses após o fim das sessões. Os pacientes também não relataram efeitos adversos dos tratamentos, o que geralmente não ocorre com o uso crónico de medicamentos”, comentou  Hélder Flor.

A expetativa de muitos especialistas é de que esta recomendação do American College of Physicians possa abrir um novo capítulo na história da medicina americana, e que técnicas como a aplicação superficial com calor, a massagem (com e sem ventosas) e a acupuntura deixem de ser “terapêuticas alternativas”, para passarem a ser consideradas como o tratamento de referência para vários tipos de dores lombares.


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